Capítulo 26

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Amber Caccini

Henrique me ajuda a caminhar até o sofá enquanto Beatriz trazia a minha mala até a sala.

Passei a tarde e boa parte da noite no hospital fazendo exames e checando se eu não havia quebrado o pé. Por sorte foi apenas uma torção.

Definitivamente a competição acabou para mim.

-Precisa de algo? - o meu irmão indaga olhando para o meu pé.

Nego com a cabeça retirando o meu celular do bolso. As minhas redes sociais estavam um completo caos.

As pessoas me perguntavam por quê eu não postei nada ontem após o almoço e nem durante a noite. Suspiro deixando para responder isso depois.

-Amber! - minha mãe exclama do alto da escada. - O que fizeram com você?

Ela vem correndo até mim. Acho que nunca vi a Antonella tão preocupada como agora.

Ela se abaixa ficando de joelhos enquanto suas mãos tocavam o meu pé. Resmungo de dor e ela logo se afasta.

-Eu vou processar aquela agência.

-Está tudo bem, mãe. - murmuro analisando o meu tornozelo inchado. - Foi apenas um acidente de trabalho.

Um acidente bem proposital, mas a Antonella não precisa saber disso.

Conhecendo a minha mãe, é bem capaz dela ir machucar o pé da Marina também. Uma verdadeira criança.

-Aqui está a pomada que o médico passou para aliviar a dor. - Beatriz estica um dos medicamentos. - E aqui tem um comprimido também.

-Vou pegar a água. - Henrique fala indo em direção a cozinha.

Encosto a minha coluna no estofado do sofá e fito o teto.

Rapidamente o meu irmão volta para a sala e eu tomo aquele comprimido. Os três me observavam à espera de uma reação minha.

-Eu não morri. - ironizo deixando o copo sobre a mesa de centro com um pouco de dificuldade. - Só machuquei o pé.

-Por sorte não quebrou. - Bia se senta ao meu lado.

-Definitivamente está na hora de conhecer o seu preparador. - minha mãe braveja. - Como que ele permite que algo assim aconteça?

-Não é pra tanto. - Henrique resmunga recebendo um olhar de desaprovação.

-Você já percebeu o estado que está o tornozelo da sua irmã? - Antonella indaga se levantando.

-O Henrique tem razão. - interrompi antes que isso se tornasse uma briga. - Não é como se o Kaio tivesse como controlar como eu ando.

Rio minimamente me levantando do sofá com certa dificuldade.

-O médico disse que em alguns dias isso vai desinchar e eu vou voltar a andar normalmente. - estico o braço para Beatriz que logo me entrega as muletas que tive que pegar para conseguir andar sozinha.

Faço careta olhando para os dois objetos em minhas mãos.

Como que usa isso?

-Deixa que eu te ajudo. - Henrique tira as muletas das minhas mãos, entrega-as para Beatriz e logo me pega no colo.

Arregalo os olhos assustada. Eu não esperava isso.

Passo o braço ao redor do pescoço dele que parecia estar levantando uma pena.

-Quer ir para o seu quarto? - indagou.

Confirmo com a cabeça e logo ele começa a caminhar. Pego o meu celular e gravo um vídeo debochando do meu irmão.

Aprendendo a Viver - Gerson Santos (PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora