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Pov Brunna Gonçalves

Estaciono o carro enfrente a escola de Philipe e vejo a porteira sorrir em minha direção se apressando para chamar meu filho que estava assentado junto com seus amiguinhos.

Quando o pequeno me vê, rapidamente se despede deles e corre em direção ao carro que agora já estava com a porta traseira aberta para que ele entrasse.

- Mamãe, você veio mesmo. - ele fala animado enquanto coloca sua mochila sobre o banco.

- Sim príncipe, eu prometi para você. - ele fecha a porta do carro - E sabe onde vamos ?

- Tomar o nosso sorvete ? - ele pergunta com dúvida.

- Sim, tomar o nosso sorvete. - confirmo - Mas agora assenta e coloca o cintos.

Depois que ele obedece meus comandos eu rapidamente ligo o carro e volto a dirigir a caminho da nossa sorveteria favorita, onde eu gastaria metade de um salário mínimo, já que o menino sempre colocava todas as balas possíveis.

Coloco uma música soar pelos altos falantes do carro e cantarolo enquanto ele tenta estalar os dedos no compasso da música, falhando totalmente e me fazendo rir.

Quando o relógio maraca exatamente cinco e meia da tarde, estaciono o Audi enfrente a sorveteria que estava movimentada pelo horário, mas como estávamos dentro do condomínio não seria nada difícil de lidar.

Saio do carro e ajudo meu filho a descer, pego em sua mão e adentramos o lugar que é bem familiar para nós dois. Sempre viemos aqui, contanto que até o atendente já nos conhece.

- Querido João. - o moço fala feliz - Pensei que você tivesse esquecido de nós.

- Não, tio. - ele nega com a cabeça - A mamãe que estava muito ocupada com as glavações.

- Ah, sua mãe é sempre muito ocupada. - ele brinca - Boa tarde, Brunna.

- Boa tarde, senhor José. - cumprimento - Eu vou querer o mesmo de sempre e você filho ?

- Eu quero aquele que faz a língua ficar azul e o outro que é muito azedo. - ele faz uma careca.

- Chocomenta para a moça bonita. - ele me entrega - E céu azul com limão para o meu querido. - ele entrega para Philipe.

- Obrigada. - agradeço - Iremos sentar no mesmo lugar, qualquer coisa é só gritar a gente.

Caminho até a mesa isolada que tinha do lado esquerdo da sorveteria e me assento juntamente com Philipe que já havia começado a comer seu sorvete.

- Mamãe ? - ele me chama depois de sentar.

- Oi, meu amor. - limpo sua boca.

- A Tia Ludmilla não vem ? - pergunta curioso.

- Hoje não filho, será só nós dois. - ele concorda com a cabeça - Seu pai me ligou hoje, disse que está com saudades.

- Eu também tenho xaudades do meu papai.

- Você ficaria feliz se ele morasse pertinho da gente ? - pergunto curiosa - Não seria na nossa casa, mas seria pertinho, aqui no Brasil.

- Ele iria poder me levar na escola. - comenta - Meu amiguinhos não acredita que ele é meu papai.

- É que os seus amiguinhos não sabem o que falam. - reviro os olhos - Você não tem que provar para ninguém, ok ?

- Ok, mamãe. Mas eu fico triste e com raiva.

- Quando for assim, você ignora, finge que você não escutou. - aconselho - Não perca seu tempo.

Tomamos nosso sorvete e como sempre ele repetiu, dessa vez com o sorvete de morango e chocolate. Já eu, me contentei apenas com a primeira porção, ficando apenas observando o menino comer.

- Podemos ir no parquinho depois ? - pergunta esperando por minha resposta.

- Podemos, meu lindo. - sorrio em sua direção.

- Eu sou seu lindo mamãe ? - pergunta sapeca.

- Você é meu lindo. - aperto sua bochecha - Só você.

- Mas e quando eu crescer ? - pergunta com as sobrancelhas franzidas.

- Você vai continuar sendo meu lindo. - digo - Meu nenenzinho.

Terminamos o sorvete e eu pago o senhor José que insiste em dar um brinde para Philipe que nem ao menos pensa em rejeitar.

Deixo o carro estacionado por ali mesmo, já que o parque ficava do outro lado da rua então não havia com o que me preocupar, apenas solto a mão de Philipe para que ele corra até o escorregador.

Me assento em um dos bancos de concreto e retiro meu celular do bolso tentando não ficar entediada naquele ambiente em que tinha poucas crianças que brincavam.


Pov Neymar

Adentro o escritório do dono do clube em que eu pertenço e me sento na cadeira de couro preto encarando seus olhos que me transmitiam insegurança.

- Neymar, vejo que você já obtém uma resposta para mim. - ele diz.

- Sim, eu andei pensando e resolvi me adiantar. Não aguentaria esperar até amanhã. - cruzo minhas pernas.

- Pois então, me diga. Você aceita renovar seu contato com o Paris Saint German ou irá fazer a quebra de contrato nessa janela de transferência? - pergunta.

- Quando eu aceitei vir para o PSG, eu estava certo disso. Queria ajudar a equipe, ganhar a Champions e ser o melhor do mundo. - digo - Mas todos nós percebemos que não tem como um jogador fazer isso sozinho. Tivemos três grandes oportunidades de ganhar a competição, mas perdemos as três, por imaturidade dos outros jogadores. Eu passei seis anos aqui em Paris e eles não me tiveram recompensa. Eu repensei toda a minha carreira e também minha família, tenho um filho que precisa de mim e com certeza um clube que precisa mais de mim do que o PSG que já tem grandes craques como Messi e Mbappe. Então por esses motivos eu quebrarei o contrato.

O escuto suspirar pesadamente e fechar os olhos buscando por alguma proposta que me convença a ficar. Mas eu já estou certo de minha decisão e nada irá muda-la.

- Você tem certeza disso ? Estamos em Paris, podemos aumentar o seu salário, até bancar a vida de seu filho aqui. Podemos renovar o time.

- Shake, eu realmente estou certo de que não irei ficar. Paris já não é mais minha casa, eu preciso voltar para o Brasil.

- Tudo bem, entraremos em contato com seu advogado e quebraremos o contrato. Mas saiba que Paris está sempre de portas abertas para vocês.

- Nunca serei ingrato. Vocês foram muito especiais para mim. - aperto sua mão - Obrigado por tudo, mas agora farei minha história no Brasil.



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É isso, família.
O próximo capítulo tá de arrasar.

Por Trás Das Cameras - BrumillaOnde histórias criam vida. Descubra agora