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Pov Brunna Gonçalves

- Mãe, cadê você ? - pergunto assim que adentro minha casa e percebo que tudo está em silêncio - Philipe ?

- Mamãeeee. - escuto o pequeno gritar enquanto corre em minha direção - Você deixou o neném sozinho com a vovó.

- Oh meu amor. - o pego em meu colo - Mamãe precisou sair rapidinho, mas já voltei.

- Eu tenho uma surpresa para você. - ele sorri sapeca.

- Eu espero muito que você não tenha riscado a parede do quarto da vovó, igual da última vez. - digo séria.

- Não mamãe, é uma surpresa boa. - ele desce do meu colo - Vem.

O menino me puxa pela casa até chegar na área de lazer que tinha no fundo de nossa casa, logo consigo ver o jogador sentado brincando com o cachorro que estava solto da coleira.

- Neymar! - falo em voz alta e ele me olha - Porque não me avisou que viria hoje ? Eu teria te recepcionado.

- Está igual a Mia. - ele se refere a minha mãe pelo apelido - Eu quis fazer uma surpresa pra vocês.

- O papai disse que vai morar aqui mamãe, essa é a surpresa. - Philipe pula animado.

- Que surpresa boa. - finjo surpresa ao abraçar o jogador - Veio sozinho?

- Não, meu pai também está aqui. Por falar nisso ele quer ver o pequeno, posso levar ?

- Hum, se não for atrapalhar vocês, pode sim. - digo - Faz tempo que ele não vê o avô.

- A gente precisa conversar. - ele diz sério e eu o olho sem entender - É sério mas nem tanto.

- Filho, você pode brincar um pouco aqui sozinho enquanto a mamãe e o papai conversa ? - pergunto para a criança que está entretida com o cachorro.

- Sim, mamãe! - ele faz um jóia com a mão.

Caminho para a área coberta da área externa e me sento no pequeno sofá que havia ali, ainda tendo a visão do meu filho que brincava.

- Pode falar. - falo após ele se sentar ao meu lado.

- A Ludmilla dormiu aqui essa noite? Vocês estão ficando? - ele pergunta rapidamente.

- Mirian tem a língua maior que a boca. - reviro os olhos - Nós estamos ficando.

- Desde quando isso? Poxa Brunna, você não me contou, eu estou me sentindo traído, eu sempre contei tudo para você. - ele fala triste.

- Não é isso, estava sendo uma situação complicada. - suspiro - Eu ficava com homens até ontem e hoje de repente beijo uma mulher e gosto disso. É difícil aceitar.

- Porque logo a Ludmilla? - ele me encara - Brunna, eu não quero que você sofra.

- Júnior. - tento não perder a paciência - Eu não escolhi. Quando percebi eu já estava beijando ela e gostei disso. Ontem ela veio conversar e acabou dormindo aqui, não estamos namorando eu quero ir com calma por causa do nosso filho. Porque querendo ou não ele ainda tem a visão de nós dois juntos.

- Eu sei Brunna, eu sei que uma hora ou outra vamos ter que sentar com ele e explicar que somos só amigos e que vai ser normal outra pessoa entrar na nossa vida. - ele suspira - Mas eu não quero que entre uma pessoa faça ele criar afeto e depois suma. Eu sou amigo da Ludmila e sei o quão mulherenga ela consegue ser.

- Ney, eu entendo sua preocupação. Mas olha, eu sou adulta e sei das minhas decisões. - o olho - Como eu disse não estou namorando, estamos nos conhecendo. Se ela fizer algo que eu não goste ou algo que possa machucar nosso filho eu não deixarei ela entrar na nossa vida.

- Hum, tudo bem. - ele parece emburrado - Mas não muda o fato de você não ter me contado, embora eu tenha suspeitado eu queria ouvir isso da sua boca.

- Ok, Ney. Desculpas, tá bom ? - faço um carinho em sua nuca - Eu prometo contar tudo que acontecer daqui a frente.

- Tá bom, mas só porque eu adoro fofoca. - ele sorri - O pequeno pode dormir por lá ?

- Ah, não sei. - fico em dúvida - E se ele chorar ?

- Bru, eu vou estar lá. É meu filho, se ele chorar eu vou consolar ele. E se ele quiser voltar, pode ter certeza que eu trarei ele, nem que seja as duas da manhã. - ele diz.

- Tudo bem, ele pode dormir com vocês. - sorrio simples - Minha mãe saiu ?

- Sim, ela disse que precisava comprar algo na papelaria, pra um trabalho do João. - explica.

Ficamos por ali mais alguns minutos até o menor vir chamar a gente para brincar novamente. Rapidamente Neymar pegou uma das bolas que estava por ali para jogar com ele, enquanto eu tentava impedir que elas entrassem no pequeno gol.

Philipe sorria e vez ou outra abraçava o pai fortemente quando conseguia fazer o gol. E eu conseguia perceber o companheirismo deles e o quão apegado um é no outro, não errei em "escolher" ele para ser o pai do João. Apenas errei em não os dar liberdade o suficiente.

- Vai Bruninha, mostra que você é melhor que o Buffon. - Neymar filma um pequenos stories enquanto me compara com o goleiro do seu ex time.

- Me erra, Neymar. - reviro os olhos - Eu sou melhor que você e mais onze jogadores juntos.

- Mamãe, não fala mal do papai. - Philipe cruza os braços e Neymar continua filmando - Ele é ruim, mas é meu pai.

Gargalho com a fala do pequeno e Neymar rapidamente termina a gravação olhando indignado para o menino que sorria sapeca tendo a certeza absoluta do que ele disse.

- Menino, eu sou seu pai. - o mais velho diz - E eu sou um ótimo jogador.

- Mas você sempre perde para mim. - o menino da língua.

- Você é a cópia da sua mãe. Terrível igual ela!



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Por Trás Das Cameras - BrumillaOnde histórias criam vida. Descubra agora