Por Trás Das Cameras - Brumilla

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Pov Brunna Gonçalves

Desligo a televisão assim que o programa acaba e deixo o controle remoto sobre a mesa de centro da sala de estar. Levo até a cozinha o prato e o copo que eu havia utilizado para jantar e deixo sobre a pia.

Subo as escadas tranquilamente e sigo até meu quarto que estava com a luz apagada, acendo e adentro o ambiente trancando a porta de madeira.

Me permiti ligar a banheira jogando poucos sais dentro da mesma. Retiro a pouca roupa que eu usava e me sento, sentindo a água gelada molhar meu corpo.

Suspiro profundamente e fecho meus olhos apoiando a cabeça sobre a borda. Por breves segundos imagino Ludmilla dividindo essa banheira comigo, mas sou tirada dos meus pensamentos pelo toque incessante do celular.

Levanto um pouco meu corpo, de forma que eu conseguisse esticar o braço e pegar o celular que estava em cima das roupas sujas que eu havia tirado, um pequeno sorriso atinge meus lábios ao ver o nome da cantora na tela.

Atendo a ligação, sem pensar duas vezes e consigo escutar sua voz que parecia estar apreensiva e com saudades.

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- Oi, minha Bru. - ela diz simples.

- Oi, minha Lud. - sorrio - Como você está ?

- Com muita saudade, liguei pra ver se ela diminuía. - ela suspira - E você ?

- Não estou muito diferente. - digo - Estou tomando banho.

- Espero que não esteja atrapalhando. - ela fala com receio.

- Não está! - me apresso para falar - Philipe está passando esses dias com o pai e minha mãe saiu com as amigas, estou sozinha em casa em uma banheira repleta de sais.

- Você me fez sentir inveja. - consigo a escutar sorrir abafado - Queria poder estar aí com você.

- Em breve estará. - falo - Vi pela mensagem que você disse que chegará antes do almoço, podemos almoçar juntas então.

- Pensei que estivesse brava, não me respondeu. - ela fala triste - Por isso decidi ligar.

- Eu fiquei um pouco chateada, mas depois passou. - comento - Só não gostei de ver você beijar outra pessoa.

- Eu não gostei de beijar outra pessoa. - ela fala de maneira séria - Mas era ao vivo e se eu recusasse ia dar repercussão.

- Pode ser certeza que ter beijado ele vai causar uma repercussão maior. - sorrio sem vontade.

- Desculpa. - ela suspira - De verdade.

- Tudo bem, Lud. - falo simples - A gente não namora e eu te cobrei algo que não deveria.

- É, a gente não namora. - ela fala desanimada - Eu estou arrumando minhas malas, pra voltar.

- São três horas de vôo e ainda são meia noite. Você chega aqui de madrugada ainda. - faço um comentário.

- Terei uma semana de folga para descansar. - ela sorri - Queria fazer uma viajem com você.

- Para onde ? - pergunto curiosa.

- Hum, não sei. Poderíamos ir para o sul, tenho vontade de conhecer algumas cidades lá. - fala - Mas se não quiser podemos ir para o nordeste.

- Ficarei feliz indo para o sul. - passo a mão pelo meu corpo, tentando tirar a espuma que havia se criado ali - Sendo com você eu vou pra qualquer lugar.

- Bru ? - escuto ela me chamar.

- Oi, Lud.

- Eu não queria dizer isso por telefone, mas eu gosto de você. - ela fica em silêncio.

- Eu também gosto de você, Lud. - retribuo.

- Não Bru, é que eu gosto de você de verdade, você faz meu coração disparar, mesmo sem estar do meu lado.

- Você é muito fofa. - sorrio tímida - Mas eu também gosto de você, da mesma forma que você gosta de mim. Pode não parecer, mas você faz as borboletas do meu estômago voarem.

- Eu estou com saudades. - escuto ela fechar as malas.

- Quando você chegar, vem aqui pra casa. - convido - Você fica aqui até o almoço e depois a gente da uma volta.

- É um ótimo convide e eu não o recusaria nem se eu estivesse doida. - ela gargalha - Mas e se você tiver dormindo, como faço para entrar ?

- A porta dos fundos não tem tranca. - falo - É só você empurrar que ela abre. Estarei no meu quarto, só não faça barulho, não sei se minha mãe terá voltado até lá.

- Tá bom, até daqui a pouco. Tchau, beijos.

- Beijos, Lud.

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Encerro a ligação e volto a colocar o celular onde estava antes de atender a ligação. Me levanto com cuidado da banheira e caminho até o chuveiro.

Abro a registro, fazendo com que a água morna caia sobre meu corpo tirando os resquícios de sabão que estava por ali.

Assim que encerro o banho, me enrolo na toalha e volto para o quarto que agora estava preenchido pelo cheiro do sabonete de lavanda.

Procuro pelo hidratante e o jogo sobre a cama, no closet pego uma simples camiseta e a visto, sem me importar com as peças íntimas.

Passo o hidratante pelo corpo e o deixo sobre a cômoda, penteo meu cabelo que estava um pouco molhado e o deixo solto para poder secar enquanto eu dormia.

Apago as luzes e ligo a televisão em um canal qualquer, fazendo com que aquilo seja a única fonte de luz no ambiente. Conecto meu celular ao carregador e só depois me deito.

Pov Ludmilla

Desligo a ligação com Brunna e encaro Marcos que me olhava enquanto tampava a boca com as mãos tentando não transmitir o som de sua risada.

- O que foi, Marcos ? - pergunto séria.

- "Eu gosto de você" - ele me imita - "Você faz meu coração disparar mesmo sem estar do meu lado"

- Marcos, me faça um favor... - peço - Vá ver se eu não estou no Canadá.

- Não, irmã. - ele se levanta - Você está do meu lado, com os olhos brilhando depois de ter conversado com a sua namoradinha.

- Eu já disse que ela não é minha namorada. - resmungo.

- Não está mais aqui quem falou. - ele pega suas malas - Vamos logo antes que a gente perca o vôo e você perca a chance de dormir o resto da noite com ela.

O acompanho até o saguão do hotel, onde fizemos o encerramento da hospedagem e seguimos até o carro que nos levaria ao aeroporto para pegar o vôo.

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Está mais próximo do que vocês imaginam...