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Pov Brunna Gonçalves

- Pra onde estamos indo, mamain ? - Philipe me pergunta pela terceira vez enquanto o visto com um conjunto de cor bege.

- Iremos em um show, pequeno. - falo simples.

- Eu nunca fui em um xou. - fala de forma engraçada.

- Para tudo tem sua primeira vez! - penteio seu cabelo - Hoje nós vamos ver a Ludmilla cantar.

- Quem é lumila?

- Uma amiga da mamãe.

Na verdade eu não sei se a mais nova era minha amiga, não sei qual a nossa relação. Em muitas das vezes não é muito agradável, mas em outras nos damos bem.

Afasto meus pensamentos sobre ela e me levanto, guardando todos os acessórios do meu filho sobre a pequena cômoda de seu quarto.

Diferente de mim, minha mãe já estava impecável no andar debaixo e andava ansiosamente de um lado para o outro na enorme sala de estar.

- Brunna, eu não acredito que você nem ao menos tomou banho. - Diz assim que me vê - Iremos nos atrasar.

- Mãe, esses eventos sempre se atrasam, não sei pra que tanta pressa. - deixo Philipe sobre o sofá.

- Se eu perder o melhor lugar, por sua causa, eu juro que te deserdo. - fala brava.

Gargalho com sua hipótese e subo as escadas me recordando que não havia confirmado minha presença com Ludmilla.

Adentro meu quarto procurando pelo meu celular e assim que o acho a envio uma mensagem de voz dizendo que iria e que levaria os dois comigo.

Não obtendo sua resposta imediata, bloqueio o celular e o jogo sobre a cama, e caminho até o banheiro para me preparar para tomar banho.

{...}

Meu celular marcava exatamente 20:40, quando eu fazia uma baliza para tirar o carro importado da enorme garagem de minha casa.

No banco de trás João Philipe segurava em suas mãos um tablet que tocava uma música do seu desenho animado favorito e ao seu lado minha mãe cantarolava baixo, a mesma música.

Saio do condomínio e dirijo tranquilamente pelas ruas do Rio de Janeiro, até chegar na Barra da Tijuca, onde foi o endereço que a cantora me enviou por mensagem de texto.

Pov Ludmilla

20:00

Marcos me entregou sutilmente o microfone e eu respirei fundo, assim como sempre fiz em todos meus shows. Escuto a abertura feita apenas pelos instrumentos e encaro o enorme público a minha frente.

Após três minutos a introdução da minha música do repertório é tocada e eu dou um passo a frente cumprimentando a platéia um um aceno.

...
Ela não tem meu jeito,
Ela não tem meu toque,
Ela não para tudo,
Ela não causa Ibope,
Mas é aí que bate sua saudade,
Sabe que a preta é foda e representa de verdade
Tá aí fingindo felicidade,
Mas quando bebe é no meu tell que você late
...

Termino a primeira canção, escuto as chuvas de palmas e não contenho um sorriso sincero com o ocorrido.

O show continuou tranquilamente, quando comecei a cantar a terceira música que era uma edição especial da performance, vejo Brunna adentrar o camarote principal, seguido por seu filho e sua mãe que sorria abertamente em minha direção.

Por um instante esqueço a letra da música, mas rapidamente meu maestro me repreendeu em meu fone e eu voltei a cantar me interagindo com a platéia. Assim que a canção acabou, me sentei na beira do palco.

- Galera, antes de eu cantar essa música, eu gostaria de explicar o motivo de eu a ter feito. - escuto gritos de diversas partes - Quando eu tinha uns vinte anos, eu tive um amor. Na verdade naquela época eu achava que era amor, mas só hoje em dia eu vejo que não passava de algo tóxico. - arrumo meu cabelo - Mas então, esse meu suposto amor, era muito difícil e a gente vivia entre brigas, a gente terminava e a pessoa me dizia que nunca mais voltaria pra minha vida. E como eu queria muito aquela pessoa, eu me afogava na bebida, mas no fim das contas eu percebia que eu poderia fazer tudo, fumar, beber, transar, ir pra festas, que eu ainda me sentia vazia. Então em uma manhã de domingo, sei que parece clichê - Sorrio - Eu me sentei no estúdio lá de casa e coloquei tudo que eu estava vivendo naquele momento, e então surgiu a música "amor difícil".

Sempre vai embora, sem olhar pra trás
Grita, bate nos peitos, jura que não volta mais
E sem ter motivo, põe a culpa em mim, e mais uma vez um triste fim,
E o meu coração, tão doce e paciente
Morre de saudades, começa a ficar doente,
Me afogo na cerveja, lá se vai, a minha paz,
Saudades do meu sorriso ele já nem existe mais,
Procurei em outras bocas, o gosto da sua,
Gritos segue o baile, pois a vida continua
Sigo mentindo pra mim, sigo mentindo pra mim,
Faço as minhas malas e dou uma viagem,
O comentário é foda é Ludmilla na cidade,
Luzes, sexo, festas, drogas,
Eu me sinto vazio sem ela nada disso importa,
Então volta aí, então volta aí quero te ver
Então volta aí, que droga esse amor é muito difícil pra mim
...

Termino a música e caminho até o meu camarim, onde eu faria um pequeno intervalo até voltar para continuar o show.

Me sento na cadeira giratória, onde mais cedo fiz minha maquiagem e me olho no espelho sorrindo, por saber que mesmo depois de todas minhas desilusões amorosas, eu estava me curando.


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Provavelmente agora eu postarei somente esse horário, pois minhas aulas na faculdade voltou. Mas sempre deixarei vocês atualizados!

Dizem o que estão achando, é muito importante!

Por Trás Das Cameras - BrumillaOnde histórias criam vida. Descubra agora