Capitulo 17

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1658, Começo do mês de outubro. 

Tortuga.


Tortuga testemunhava uma visão peculiar. O Capitão William, um homem de semblante inabalável, fixava seu olhar através da janela do aposento. Aqueles homens reunidos no horizonte eram a personificação de um destino implacável. Com a colaboração inesperada de dois corsários noruegueses e a força do Royal Navy, eles haviam conquistado a ilha com impressionante facilidade. Homens bêbados, cambaleantes e incapazes de erguer uma defesa digna, agora imploravam por clemência diante do poderio de William.

A esperança de encontrar seu irmão perdido nesse lugar havia movido William por incontáveis milhas de oceano. Contudo, em vez da reunião familiar que ansiava, ele encontrou somente infortúnio. A ilha estava permeada de problemas, e cada canto parecia reservar uma nova batalha. As vozes suplicantes dos piratas que haviam se rendido eram como sussurros inaudíveis no vento, pois para William, Tortuga não era mais do que um amontoado de desolação. Um desejo interior de purificar tudo com chamas consumidoras queimava dentro dele, alimentado por sua exaustão frente às falsas esperanças que havia enfrentado repetidamente.

A jornada incansável que empreendeu, navegando por mares desconhecidos, havia sido repleta de desafios e decepções. Agravando a situação, os corsários noruegueses, valiosos aliados, foram forçados a retornar às suas terras, deixando apenas o Royal Navy ao lado de William. A sensação de vulnerabilidade era palpável. Consciente de que permanecer mais um dia em Tortuga poderia levar ao cerco iminente por dois ou três barcos inimigos, William não tinha alternativa senão partir.

O som de passos apressados quebrava a quietude do aposento, e Deodoro, um membro leal da tripulação, adentrou o cômodo com pressa, abrindo a porta de um casebre adquirido com luxo em Tortuga. Diante dos olhos de William, que mantinha a etiqueta mesmo em momentos de incerteza, se desdobrava um cenário inesperado. Uma jovem prostituta, apreensiva e trêmula, tocava uma melodia no piano, errando notas aqui e ali, mas ainda assim tocando uma canção que carregava ressonâncias do passado. Essa música evocava lembranças de Benjamin, o irmão de William, que costumava tocar essas notas todos os dias.

Em meio a esse ambiente, Deodoro, um portador de notícias, interrompeu o momento íntimo. Com os olhos irradiando alegria, ele entregou um papiro a William, revelando as notícias que havia trazido. As palavras escritas no papiro revelavam um local de esperança: as Ilhas Cayman. Ali, segundo Deodoro, o irmão perdido de William se encontrava. As letras e o símbolo da Inglaterra no papiro acendiam um fogo de euforia no coração de William.

Ao dispensar a prostitua e Deodoro e ficar a sós, finalmente ele pôde permitir que suas emoções transbordassem. Seus lábios curvaram-se em um sorriso radiante, lágrimas grossas brotaram de seus olhos fatigados. A perspectiva de uma jornada extensa e desafiadora não abalava a inabalável esperança de William. Sua determinação de recuperar seu irmão era a força que o impulsionava além dos limites do cansaço.

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