Capítulo 9

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1658, Agosto

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1658, Agosto 

Em algum lugar do oceano.  

O olhar de Balthazar era avaliador, complexo para aqueles que não o conheciam, mas depois de meses, Benjamin conseguia entender que o jeito que ele erguia as sobrancelhas e apertava as mãos eram uma simples expressão de agonia.  

— O que foi? — Benjamin perguntou impaciente quando Balthazar suspirou, era difícil estudar com um homem toda hora suspirando.  

— Um passarinho me contou que você anda se engraçado entre os corredores. O que nós conversamos sobre isso? — Seu tom era calmo apesar do olhar sério. 

Balthazar se referia a noite anterior, enquanto Benjamin passeava pelas escadas acabou se esbarrando em Carlo, o espanhol lhe deu uma pulseira simples, feita com tiras de couro e uma pedrinha cinza. Por mais simples que seja o presente, Benjamin não deixou de sorrir, abraçou o amigo com carinho e conversa vem e conversa vai, acabou rolando algumas carícias. Ainda podia ouvir bem o grito de susto de Ruan, deixando cair o balde com sabão.  

Foi tudo muito rápido Ruan o puxou até a cabine, xingando Carlo de todas as maneiras possíveis. Por sorte Balthazar não suspeitou de nada, mas provavelmente Ruan deve ter contado que o marceneiro anda se engraçado pelos corredores.   

— Foi só um beijo. — Benjamin sorriu mentindo e Balthazar sorriu de lado enquanto se levantava.  

 — É mesmo? Mas deixei claro que não queria nenhuma relação entre vocês. O foco dele é ficar atento às velas, cordas e as madeiras, se ele ficar perdendo o tempo com você, quem vai cuidar disso? Seu papel e cuidar dos que precisam de cuidados, mas se ficar junto a ele quem vai cuidar dos doentes? — Balthazar caminhou até a janela e então se virou. — Consegue compreender? Logo não estou vendo lucro nenhum, dois cargos importantes jogados ao vento.  

 — Entendo seu ponto de vista, você quer que sejamos escravos sem alma para você fazer o que quiser. — Benjamin colocou a pena sobre o tinteiro e assoprou as páginas que tinha acabado de escrever.  

 — Você dificulta qualquer diálogo. — O capitão se sentou, enquanto abria um grande livro, nele tinha todos os dados sobre saques e divisões sobre as tripulações. Ao todo estava levando para casa, todos tesouros algo em torno de 70 mil pesos, um saque grandioso, agradável para pagar os homens e pagar algumas taxas.  

 — Prefiro quando você é intimidador, não diz muito. Ficar preocupado com o que os outros falam não vai te ajudar em nada. — Disse tocando no colar, algo que se tornou rotineiro.  

 — Com certeza, me lembre que na próxima vez que eu capturar um nobre ele não vai sair das celas nem que me pague. — Benjamin sorriu de maneira simples, o nobre não captou, mas o capitão acabou sorrindo em resposta, não foi preciso dizer nada, cada um em seu canto respeitando seu espaço, escrevendo nos papéis sobre coisas diferentes.  

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