Capítulo 35

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1658, Dezembro

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1658, Dezembro.
Oceano Eterno.
Baú de Davy Jones.
Epicentro Mar Negro.

O dia começou árduo pela manhã. Flen ficou responsável por cuidar de algumas caixas com espadas. Infelizmente, uma delas estava para fora, e quando ele foi abraçar a caixa para pôr em outro lugar, acabou se cortando.

Com o aviso de Antony, ele foi obrigado a se cuidar e ir até a ala médica, onde encontrou Farnell, Radá e Hogar conversando baixinho. O local cheirava muito bem, conseguindo ser mais limpo e cheiroso do que a cabine de Balthazar. Farnell estava fazendo um ótimo trabalho como médico.

— Oh, você está aí. Queríamos conversar com você... e — Hogar se calou quando viu o braço de Flen sangrando. — Você está ferido! Entre venha aqui criança.

Farnell pediu para Flen se sentar em uma grande cadeira e começou o serviço de limpeza, impedindo que o ferimento se infeccionasse. Foi entregue a ele uma pequena dose que ele bebeu em apenas um gole para aliviar a dor.

Todo esse cuidado... Era raro receber isso.

Nem tudo que ele achou que seria fácil na vida aconteceu. Ele sempre teve donos ruins. Apesar de ser inglês, a família escocesa tinha suas chaves da liberdade.

Flen sempre foi amigo de Demik, tio de Benjamin. Cresceram juntos, correram juntos, e quando seu pai morreu, o jovem Flen teve que aceitar o substituir, pois se seu pai era escravo, automaticamente você também se torna.

Não poderia reclamar. Enquanto outros apanhavam ou viviam em um trabalho sem fim, Flen ficou responsável depois de longos anos de sofrimento pelos cuidados do adorável Benjamin.

Enquanto Duque Ronny e William eram a definição de diabos na terra, Benjamin era tão acolhedor e gentil que Flen agradecia imensuravelmente por ter esse jovem ao seu lado.

Agora, nesse navio, ele pode compreender que tudo era uma questão de escolhas. Não queria ser um pirata, mas necessitava ser um.

Os piratas, no começo, não queriam conversa, mas ao descobrirem que Flen era apenas um criado, o nariz empinado e torto que os marujos faziam com ele foi sumindo, e Flen conseguiu grandes amizades.

Sentia-se grato pelo acolhimento; era como se ali ele fosse apenas um homem, não havia correntes e nem problemas de abusos de poder.

Claro, que havia uma hierarquia soberana que comandava esse barco, mas Flen trabalhava tão direitinho que nunca, nesses longos meses, foi chamado a atenção por nada.

— Mesmo machucado, consegue sorrir? — Farnell comentou, fazendo Flen abrir um sorriso maior.

— Não é isso... eu estava pensando em como... me sinto mais... bem... você sabe, me sinto melhor ultimamente. — O ex-chofer e atual pirata não estava sentindo dor. Um cortezinho não era nada comparado aos dias de fúrias de seus donos.

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