Capitulo 19

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1658

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1658. Final de Novembro.  
Ilhas Cayman

Num grito contido e dilacerante, Benjamin se encontrou sentado na beira da cama. Um emaranhado de eventos turbulentos tinha desenrolado diante dele, mergulhando sua mente em um colapso agonizante que perdurou por semanas a fio. Contudo, entre o caos de emoções e memórias fragmentadas, eram as imagens de cinco momentos que assombravam seus pensamentos, incrustando-se em sua psique como farpas na carne. Esses fragmentos eram os resquícios agourentos que sua mente havia conseguido reter, enquanto o restante das recordações se desvanecia como neblina ao amanhecer.

Primeira lembrança: Na noite que foi ferido, algo aconteceu, enquanto estava jogado e sangrando. Podia ver Balthazar parado e então um anel brilhante surgir em um dos seus dedos. Para os marujos ali todos estavam achando apenas uma cena comum. Contudo, os olhos violáceos conseguiam captar cada essência desse objeto. Ele transmitia energia estranha e enquanto no mundo real era apenas um humano, com seus olhos por alguma razão conseguia ver a forma diferente de Balthazar. Um demônio sedento por sangue com pele avermelhada e marcas que pareciam cravadas sobre sua pele. O chifre esquerdo estava cortado, mas o direito conseguia ir do início da testa até a metade da cabeça. Os cabelos se tornavam cinzento e os olhos totalmente pretos.

Davy...

O seu colar chegou a pulsar antes de apagar. Mas ouvia os gritos histéricos e de dor de Astholpo enquanto Balthazar golpeava ele incansavelmente. Era o fim do reinado e aniquilação de qualquer ideia que Astholpo sobre seu império.

Segunda lembrança fazia seu corpo tremer e sua boca seca se amargurar. Eles estavam em Cayman. Conseguia se lembrar disso e apesar de estar em pé, Benjamin se tinha se tornado vegetativo sem expressão e sua mente raciocinava lento.

Era um silêncio infernal.

Um silêncio que nem mesmo Miranda conseguia quebrar com seus choros altos. Dentro da mente de Benjamin era apenas um silêncio e lágrimas.

Balthazar largou sem forças sua espada enquanto seus passos estacaram no chão como se raízes sombrias o segurasse, sobre o imenso pedestal estava Carlo, com uma corda sobre seu pescoço, seu corpo sem vida e já em estado de inchaço parecia assombrar sua vista com uma apunhalada certeira em seu estômago.

Parcialmente o cabelo embaraçado escondia os olhos brancos e esbugalhados e o tom arroxeado que se tornava cada vez mais preto na região próxima à corda. Benjamin não gritou, mas acabou caindo de joelhos e muitos outros piratas olhavam a cenas completamente assustados. Ao lado de Carlo havia sim mais homens de Balthazar mas também tinha muito outros marujos inocentes enforcados.

Apesar de estar inexpressivo, por dentro: O loiro encarou aquilo como se fosse seu fim, todos os dias e momentos que passou com Carlo, o jeito brincalhão, as risadas e o romance piega que não conquistaria nenhuma donzela além de fazê-la rir, mas Carlo tinha algo que Benjamin admirava, ele conseguia conquistar todos com suas verdades.

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