Capítulo 43

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1658, Dezembro

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1658, Dezembro.
Oceano Eterno.
Baú de Davy Jones.
Lago Verde.

Bartolomeu estava se sentindo um tanto confuso, ainda mais com o Príncipe Edward, o verdadeiro dono do corpo. Pedia constantemente para ter o controle; se não fosse pela magia de Daen, facilmente Bartolomeu perderia essa luta.

O ambiente do vilarejo era carismático e bem alegre; eles estavam animados. Daen estava diante deles e ainda tinha Balthazar e Benjamin, os garotos da profecia que eles comentavam várias e várias vezes.

— Profecia? — Bartolomeu disse encarando Daen sendo paparicado e recebendo uvas na boca. Ele e Daen estavam em uma espécie de cadeira grande e robusta cheia de pratos de comida, com muitas pessoas cuidando e alisando os dois.

— Sim. Meus queridos discípulos acreditam que minha reencarnação é o grande salvador desse Oceano Eterno. Diz Hogar que minha mãe falou isso a eles. — Daen se ajeitou na cadeira de madeira, vendo a fogueira sempre acesa e encarando "o grande salvador" Benjamin, contendo as lágrimas. — Duvido aquele inútil fazer alguma coisa. Os verdadeiros heróis somos eu, você e Davy, nada mais!

Por conta da tradição, Balthazar e Benjamin tiveram que se sentar juntos. Um grande altar acomodava os dois, e era nítido o desconforto de Benjamin. O capitão tinha os olhos baixos, ouvindo os tremores e os soluços de Benjamin. Ele queria dizer algo.

— Eu fiquei sabendo do que aconteceu. — Bartolomeu olhou fixamente para a entidade ao seu lado, tentando entender qual seria a resposta de Daen.

— Eu... — Daen abanou seus súditos para que eles se afastassem e voltou sua atenção para Bartolomeu. — Essa é a primeira vez que isso aconteceu, Bart. Eu nunca vi algo assim, já vi até esse demônio me matar em reencarnações passadas, mas nunca vi... Ele querer tanto uma pessoa.

— Isso é um problema, Daen. Não podemos sequer ter distrações; precisamos encontrar Davy urgentemente para que a influência do anel deixe de ser forte, e eu necessito da coroa. Só assim poderemos dar um fim em Hongan. Sinto muito, sei que prometi para o jovem Benjamin que iria para o templo dos Desejos, mas...

— Ele é tão sem graça. — Daen disse murcho, tentando entender o que Benjamin tinha de especial.

— Daen... Você não consegue ter um mínimo de compaixão? — Bartolomeu disse sério, olhando com firmeza para o amigo. — Você está com ciúmes dele? Você não consegue entender que, se esse menino morrer, você já era?

O loiro encarou Bartolomeu com angústia, odiava ser chamado à atenção, mas não conseguia esconder que Benjamin era uma criatura diferente. Benjamin conseguiu "ser seu par ideal", e graças a ele nesse momento Daen tinha um corpo; ele conseguia usar magias comuns sem dificuldades, e agora ele tinha conquistado o desejo de um demônio amaldiçoado.

Aquele garoto estava roubando seu protagonismo...

— Ele está imune às minhas magias, Bart. — Daen revelou. — Todos. Não importa qual seja a reencarnação de Davy, caia sob meus encantos, e eu conseguia controlar todos os demônios. Mas Balthazar não se importa comigo, a energia de Davy mal me contenta. Eu vivo de migalhas dos dois.

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