Capítulo 59

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1659, Abril.
Mar dos Condenados.
Baú de Davy Jones.

Balthazar não sabia o que sentir em relação a tudo isso. Ele queria sentir algo, mas era tão confuso e diferente de tudo. Ter perdido o anel fazia sua visão sobre Benjamin ser outra, contudo, sua percepção em relação aos seus sentimentos era bagunçada.

Se perguntassem agora nesse momento quem ama mais, era nítido que Rosa seria sua escolha.

E também...

Se perguntassem quem você quer longe para não gostar mais, Benjamin seria o escolhido, pois cada vez que o via, uma chama cinzenta balançava as labaredas do silêncio em seu interior.

E isso era tão assustador que ele não conseguia sequer imaginar se Benjamin poderia ainda sentir algo.

Então sim, seria um monstro, uma pessoa vil e mostraria para todos que Benjamin não era nada mais do que um passatempo.

Rosa era sua primeira opção.

Desde que o loiro à sua frente não chorasse como estava chorando agora, tremendo e pedindo por favor para devolver o bebê. O lindo Sean.

Balthazar tocou no rosto de Benjamin e sorriu.

— Como não sou o pai? Você por acaso fez com dedo? Na forma de demônio ou não. Ainda foi meu pau. O menino é minha cara.

— Por favor, me devolva ele...

— Ajoelhe e eu devolvo. — Benjamin ajoelhou na hora estendendo os braços, e então Balthazar se aproximou dele. — Eu tenho alguns acordos para fazer com você.

— Quais...

— Você vai voltar a dormir na cabine. A criança vai receber agora o leite de cabra, Farnel reclamou recentemente que Amélia não está tão bem e se ela não está bem, ela não pode alimentar meu fil- Esse monstro... — Balthazar estreitou o olhar quando Benjamin iria reclamar sobre a frase "meu filho". — Você vai me mostrar... Se realmente vale a pena esse bastardo crescer. Boris ou Anthony têm alguns documentos de certidão, coisa que precisei usar para ter comprovação que Ruan é meu filho e Robert também. Vamos assinar alguns papéis e registrar a criança como Sean Lotwoose...

Quando Balthazar devolveu o bebê depois de ter dado um beijo nele, Benjamin pôde abraçar o menino com mais segurança. Ele temia que Balthazar fizesse alguma coisa com o garoto, pois em nenhum momento os olhos do capitão estavam sendo sinceros. Benjamin sentia que a qualquer deslize Balthazar mataria a criança.

— Aonde você vai?

— Eu preciso tomar...

— Não vai agradecer seu benevolente capitão pela honra de dar a seu filho o meu nome?

– Obrigado... — Benjamin disse, sentindo um gosto amargo na boca e virando o rosto.

— Apenas obrigado? — O aperto em seu queixo fez o loiro fechar os olhos pela dor.

— Obrigado, capitão...

— Bom garoto... — Balthazar se aproximou, bem perto, e então abriu a porta, dando espaço para Benjamin sair. — Vê se toma um banho; você e o garoto estão fedendo.

💀 ⛵️ 💀

Lotwoose.

Benjamin conhecia bem a punição que estava tomando. Todo pai sempre deseja o melhor para os filhos, seja ela uma criança agraciada ou não. O problema é que o registro significa sua assinatura no papel.

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