Benjamin, um jovem nobre, jamais imaginou que pequenos acontecimentos seriam capazes de virar sua vida de cabeça para baixo. Ao receber um presente especial de seu irmão, ele se vê envolvido em uma jornada completamente nova, repleta de desafios e d...
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1658, Dezembro. Royal road para Ireland
Imagine um desconforto, aquela sensação estranha de quando você vê alguém que não queria, ou aquela sensação de embrulho ao sentir cheiro de algo estragado.
Essas eram algumas das sensações que Benjamin estava experimentando.
Não era para menos; sua vida foi praticamente toda circundada pela trama de um romance falho com Edward, desde a infância até a adolescência.
Conforme as explicações de Daen se desenrolavam, na sua frente estava o Príncipe Edward, que porventura era a reencarnação do Príncipe Bartolomeu, que sacrificou parte de sua vida para aprisionar e conter um poder capaz de deter Hongan.
Hongan, o maldito criado por Frinya, mãe de Daen; infelizmente, nem ela, a deusa da terra e do mar, era capaz de destruir.
A cabeça de Benjamin doía.
Magias, encantamentos, nada disso seria suficiente para explicar a um príncipe soberbo, e certamente não seria ele quem demonstraria interesse de explicar e em ter Edward por perto.
O Príncipe Edward pegou uma lamparina para verificar com cautela e olhou de um para o outro, enquanto Daen fez cara de safado. Benjamin, por sua vez, fez uma expressão muito bem conhecida pelo príncipe, e foi aí que ele descobriu, apesar de confuso e assustado, qual era o seu Benjamin.
O puxão e o abraço foram carregados de desespero, a bochecha de Benjamin foi atacada com beijos, e quando sua boca encostou na do Príncipe Edward, Benjamin fez careta, virando o rosto e encarando o chão firmemente. O príncipe deixou a lamparina sobre um mesa ao canto e agora suas duas mãos seguravam Benjamin
O nobre loiro não conseguia falar ou demonstrar seus sentimentos se não fosse através do rancor. Não conseguia dissipar a amargura de suas emoções em relação a tudo o que passou.
Quando a se acalmou e os olhares se tornaram confusos, Edward abandonou Benjamin e dirigiu seu olhar para o outro Benjamin.
— Como? Dois...
— Pelo menos ele puxou o certo. — Daen comentou, sentando-se em um banco velho que havia no casebre.
— Dois Benjamins? — Edward sentou-se, trazendo Benjamin para se sentar perto dele. O loiro abaixou a cabeça em silêncio, mas era nítido o olhar que ele direcionava a Daen.
— É uma longa história...
— Você está bem? — Edward disse baixo, sua faceta tinha uma expressão confusa, e sua mente parecia derreter ao imaginar tantas coisas. Agora, mais calmo, ele conseguia pensar no que dizer.
O silêncio trouxe um estranho constrangimento para Edward, que sorriu, enganando-se sobre o orgulho ferido.
Era sempre assim. Conquistar Benjamin levaria tempo, mas agora que ele voltou, Edward tentaria até o fim.
