Capítulo 18

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1658. Novembro.

Alemanha.

Benjamin piscava os olhos, sentido alívio, conseguia enxergar após dias, cego. Ele conseguia se ver no reflexo da água enquanto lavava seu rosto. O pequeno se viu envolto em um turbilhão de emoções avassaladoras após enfrentar uma experiência tão traumatizante. A pressão psicológica e a tortura infligida pelo capitão deixaram marcas profundas em sua mente e em seu coração. No início, ele se sentiu completamente indefeso, impotente diante do poder e da crueldade do capitão. Uma sensação de choque e incredulidade o dominou, enquanto tentava compreender o que estava acontecendo

O capitão o soltou quando um surto de mortes começou a alguns dias atrás, diferente de antes que tinha todo um tempo do primeiro ataque, o atual veneno estava matando as pessoas na hora.

A angústia começou a se manifestar à medida que era submetido a torturas físicas e psicológicas. A dor lancinante das agressões físicas se mesclava com a dor emocional, corroendo sua resistência. Ele passou por momentos de desespero intenso, onde a esperança parecia escassa e o medo de nunca mais escapar daquela situação o assombrava. As ameaças constantes do capitão ecoavam em sua mente, fazendo-o questionar sua própria sanidade e capacidade de sobreviver.

A confusão emocional também se fez presente, com sentimentos contraditórios oscilando rapidamente. Ele experimentava raiva fervente em relação ao capitão, por infligir tamanho sofrimento injustamente. Por outro lado, momentos de desamparo levavam-no a sentir uma profunda tristeza, quase como se a dor fosse insuportável demais para suportar. A sensação de solidão era esmagadora, deixando-o ansiando por qualquer sinal de compreensão ou conexão humana.

E para piorar...

Sua mente a todo custo lembrava do ataque, diferente de Grint Jack que teve um julgamento e ter sido Balthazar que o matou, ali na sua frente Benjamin via que era um assassino. Matou uma pessoa.

A porcaria do colar matou Trevor, mas porque não matava Astholpo, Benjamin gritou de ódio enquanto batia a mão no balde e chorava baixo. Sua cabeça doía tanto e o colar a todo custo estava trabalhando. Continuamente. Seu corpo estava exausto, o colar curava seu corpo usando sua energia e continuamente sugando a energia de Benjamin, o colar curava todos os ferimentos e eliminava cicatrizes.

— Eu sinto muito. — A voz de Marlon foi baixa, ele estava com a cabeça enfaixada já que levou muitas pancadas, o olho roxo dele ainda estava presente. - Eu realmente sinto muito, eu devo tudo a você e me dói saber que você está passando por tudo isso. - Ele iria se aproximar de Benjamin, mas Thomas segurou ele apontando para as mãos de Benjamin que se tremia com frio e medo.

Não se sabe o que aconteceu, aliás, ali ninguém tinha experiência, contudo, Benjamin não conseguia sequer falar tamanho ao trauma, Astholpo de alguma forma conseguiu fazer com que sua presença fizesse Benjamin travar e vomitar. Mesmo incapacitado emocionalmente, ele foi obrigado a cuidar de alguns homens envenenados. O que era quase impossível, pois sua força nem o conseguia deixar em pé.

Sua palidez trazia preocupação aos outros piratas, mesmo eles olhando nitidamente a pessoa que foi capaz de enfrentar três marujos e ainda destroçar com queimaduras o capitão. Eles não conseguiam entender como Benjamin estava tão debilitado. As pessoas falavam com ele e o tempo de Benjamin era tão lento que se perguntavam se ele se tornou algum doente mental.

O caminho foi tortuoso, a recuperação de Benjamin foi completamente arrastada, por alguma razão o colar simplesmente não tremia mais e nem o curava.

— Hora de comer. — Radá disse assim que se aproximou de Benjamin, colocando ali a sopa na frente do loiro. Na sopa tinha legumes e bastante sal para mascarar a poção que tinha feito.

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