Capítulo 23

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1658, Dezembro

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1658, Dezembro.

Ilhas Cayman.

Benjamin encara Antony, que estava furioso, com calma. Antony veio dar a notificação de que Benjamin não deveria ir para o quarto do capitão hoje, pois Miranda faria companhia ao capitão. Os tremores no colar foram tão intensos que chamaram a atenção de Antony. Por precaução, o loiro guardou o colar por dentro da camisa, sentindo um amargor profundo.

— Dormir com a Amélia? — O loiro perguntou confuso, na verdade, não queria. Ele queria evitar Amélia ao máximo, pois ela o pegou na banheira com Balthazar e estava muito envergonhado por isso.

Antony olhou ao redor e comentou baixo.

— Sim... Você sabia que... estão espalhando boatos por aqui? — Ele disse, sentando-se no outro lado do balcão na frente de Benjamin, que estava contando algumas folhas e separando o que poderia ser usado para fazer chás, remédios e o que seria descartado para não atrapalhar durante a viagem.

— Eu e o capitão não... não... — O loiro deixou uma folha na bancada, sentindo vergonha, e tentou se explicar.

— Que se dane o nosso capitão traiçoeiro, sedutor de inocentes. Ele é um ganancioso que se envolve com você, com a minha garota e qualquer coisa que ande.

Benjamin ergueu as sobrancelhas, e Antony levou a mão à boca, tapando-a enquanto olhava Benjamin com calma.

— Não quis dizer isso. Peço desculpas pela ofensa.

— Nunca... tive qualquer envolvimento sexual com o capitão, Antony.

— Ahn? — O rapaz ficou confuso, sem entender, mas logo ficou sério. — É claro! — Ele socou a bancada, como se uma ideia brilhante tivesse surgido em sua mente. — Por isso a Miranda está lá. Você não se entrega a ele logo... então ele precisa se aliviar com ela... — Ao erguer os olhos e ver um Benjamin furioso, ele se calou. — Desculpe, Benjamin. Peço desculpas.

— Tudo bem. Eu também ficaria bravo se um cara que admiro muito estivesse se envolvendo com a garota que gosto. — O loiro se levantou e passou a anotar a quantidade de itens no local. Nesse momento, ele estava na parte debaixo do salão, onde Balthazar improvisou o baile. Como já era tarde, ocasionalmente um ou outro pirata passava e fazia questão de conversar com Benjamin, às vezes cumprimentando-o ou apenas observando curiosamente o que ele estava fazendo.

— Certo, esses boatos... alguns piratas realmente gostam muito de você, tipo, muito. — Ele disse com calma, observando um pirata sorrir como um bobo enquanto dava boa noite a Benjamin, ou outros que vinham oferecer frutas. Antony Howks, o imediato de Balthazar, sentiu-se confuso por como um garoto que foi sequestrado se tornou um médico e, de cria de bordo, se transformou no queridinho dos piratas.

Por acaso, Benjamin era algum personagem de um livro de romance e talvez fosse o protagonista? Antony estava pensativo e confuso.

— Desembucha. Estou meio ocupado aqui. — Ele desconversou, mas ainda assim estava curioso, as fofocas eram interessantes.

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