CAPÍTULO 1
HOMENZINHO
1943
─────── ✵ ───────O MUNDO QUE Anelise conhecia não era mais o mesmo. A Segunda Guerra Mundial afetava a vida de todos, de crianças a velhos combatentes, homens e mulheres por todo o país, mas ela estava tentando fazê-lo um lugar melhor parar viver. Como cientista — numa época nada fácil para ser mulher e exercer tal profissão — estava ajudando a desenvolver com seu pai, Abraham Erskine, um soro capaz de mudar o rumo da história.
O homem não lhe dava muitos detalhes sobre o projeto, alegando ser para sua própria proteção, mas sempre lhe pedia soluções para cálculos difíceis e possíveis variáveis. Mas, se havia um momento que podia sentir-se normal e bem em meio a um mundo em ruínas, era com seus dois únicos e melhores amigos.
Anelise não sabia dizer exatamente como aquela amizade começara, mas James Barnes e Steve Rogers eram definitivamente seus melhores amigos. Naquele momento, tentava animar Steve após mais uma recusa para ingressar no exército americano, com uma cessão de cinema. Logo no início não foi de grande ajuda, já que a propaganda obrigatória de alistamento estava sendo exibida antes do filme.
— Idai?! Começa logo o filme! — Um homem algumas fileiras à frente reclamou.
— Que tal demonstrar um pouco de respeito? — Anelise fez questão de retrucar a falta de educação, sendo ignorada.
— Anda logo, vamos com isso! Começa logo o desenho. — O mesmo cara disse novamente.
— Quer calar a boca? — Irritado, Steve quem rebateu, quando o homem se levantou, mostrando-se ser forte e robusto. — Lise, me espere aqui, vou ao banheiro. — Vendo o que aconteceria, Rogers se levantou e saiu.
Sabendo que seu amigo não a deixaria segui-lo no mesmo instante, Anelise deu alguns minutos antes de levantar-se também e ir atrás dele. A cena era angustiante: Steve estava levando uma surra num beco atrás do cinema, e obviamente estava perdendo. Possessa, a Erskine se aproximou com determinação e empurrou o ombro do rapaz.
— Que tal brigar com alguém do seu tamanho, idiota?! — Mesmo não sendo tão alta ou tão forte, seu pai a ensinou lutar desde cedo, novamente alegando ser para sua segurança.
Ou para a segurança de outros que mais precisassem.
— Fica na sua, mulher! — Grasnou o homem, levando um gancho de direita da morena, que talvez se arrependeria depois ao sentir os ossos de sua mão reclamarem.
Antes do cara rebater, um rapaz fardado segurou seu braço e o afastou de Anelise, que não demonstrava nem um pouco de medo dele ou da situação.
— Não é nada legal bater numa garota, seu babaca. — James Barnes o empurrou e expulsou do beco, sorrindo para Anelise com orgulho. — As vezes eu acho que você gosta de apanhar. — Bucky disse a Steve, dando a mão para que o amigo levantasse.
— Ele estava no papo. — Rogers aceitou o abraço de Anelise, ignorando as batidas aceleradas que aquilo lhe causou.
— Sim, Lise garantiu isso. — Brincou Bucky, recebendo um tapa leve no ombro da mesma. — Com essa já foram quantas vezes? — Perguntou James ao pegar o cartão que Steve havia deixado cair, referindo-se às tentativas de Steve para alistar-se. — Ah, mora em Paramus agora. Sabe que é ilegal mentir no formulário de alistamento.
— Onde vai servir? — Perguntou Steve ao notar o uniforme do amigo.
— Na cento e sete. Sargento James Barnes, partindo pra Inglaterra amanhã de manhã. — Disse, recebendo um sorriso orgulhoso de Anelise.
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ANGEL OF WAR ── STEVE ROGERS
FanfictionANGEL OF WAR ── "Se cairmos, cairemos juntos." A VIDA NA Nova York de 1943 era pacífica, apesar da guerra que explodia nos confins de além das fronteiras. Anelise Erskine vivia bem, trabalhando com seu pai nos laboratórios do governo e o ajudando a...