CAPÍTULO 36
SOMBRA DA MORTE
─────── ✵ ───────DIZER QUE ANELISE não entendia os motivos para a criação daquele tratado era mentira. Ela sabia que suas ações, as ações de todos os Vingadores, tinham consequências, e que muitos morreram por causa disto. A Erskine carregava essa culpa do sobrevivente há muito mais tempo que os outros podiam imaginar, desde a morte de seu pai há mais de 100 anos atrás.
Mas, ao mesmo tempo que sabia que os países que assinaram este documento precisavam de garantias, também tinha em mente que cada método que eles usariam para garantirem uma suposta segurança seriam imorais, sujos e dolorosos. Leu cada página daquele livro, cada nota de rodapé ou observação devidamente acrescentada. Os absurdos que continham ali lhe causavam náuseas, e o mundo de repente parecia grande demais para carregar.
Os pontos mais assustadores eram a coleta de material genético, de sangue à fluídos. Como ratos de laboratório presos em caixas de vidro, almejando uma falsa liberdade. Além disto, havia também os chips de localização implantados em seus corpos, em cada um dos Vingadores.
— É isso que chamam de prevenção? Nos tratar como cobaias, riscos biológicos? Doenças? Aberrações perigosas? — Perguntou a si mesma por um bom tempo desde que o Senador Ross se retirara, sentindo-se cada vez mais culpada por cada desastre desde a Segunda Guerra.
Com a cabeça cheia, mal percebeu a discursão entre Sam e Rhodes atrás do sofá que dividia com Steve, esse que lia atentamente cada página do documento.
— Por quanto tempo vai jogar nos dois lados? — Sam perguntou a James, não gostando da ideia do tratado.
— Eu tenho uma equação. — Antes que Rhodes devolvesse, Visão os interrompeu.
— Ah, agora vai esclarecer tudo. — Wilson caçoou.
— Nos oito anos desde que o Sr. Stark se anunciou como Homem de Ferro, o número de pessoas aprimoradas conhecidas cresceu exponencialmente. E, durante o mesmo período, o número de eventos com potencial "fim do mundo" subiu em uma taxa notável. — Disse o humanoide.
— Tá dizendo que a culpa é nossa? — Steve franziu as sobrancelhas.
— Estou dizendo que pode ser uma consequência.
— Ação e reação. — Anelise suspirou, massageando o ponto entre os olhos.
— A nossa força convida para o desafio. Desafio incita o conflito. E o conflito... gera catástrofe. — Esclareceu. — Supervisão... supervisão não é uma ideia que possa ser completamente descartada. — Visão manteve-se calmo.
— Boa. — Rhodes vibrou, satisfeito em ter sido apoiado.
— Tony? — Natasha o chamou. — Eu acho que é a primeira vez que eu te vejo calado dessa forma.
— É porque ele já tomou a decisão. — O Rogers concluiu.
— Você me conhece tão bem. — O Stark levantou-se do sofá onde estava deitado e em silêncio. — Tô com uma dor de cabeça eletromagnética. — Disse ao dirigir-se para a cozinha. — É o que tá acontecendo, Capitão. É só dor e desconforto. — Continuou, pegando uma xícara de café para se servir. — Quem tá jogando pó de café na pia, hein? Eu tô dando abrigo à uma gangue de motoqueiros?
— Tony... — Anelise chamou sua atenção para ir direto ao ponto.
O Stark suspirou um instante, olhando sua equipe reunida diante de si e retirando seu celular do bolso, dando dois cliques na tela e deixando o aparelho em cima do balcão da cozinha, mostrando uma projeção de um garoto sorridente num campus universitário.
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ANGEL OF WAR ── STEVE ROGERS
FanfictionANGEL OF WAR ── "Se cairmos, cairemos juntos." A VIDA NA Nova York de 1943 era pacífica, apesar da guerra que explodia nos confins de além das fronteiras. Anelise Erskine vivia bem, trabalhando com seu pai nos laboratórios do governo e o ajudando a...