CAPÍTULO 24
SEM RETORNO
─────── ✵ ───────TODOS OS TRÊS capturados foram contidos com algemas pesadas e reforçadas de um material nada convencional, colocados num camburão apertado com mais dois guardas. Anelise sentia-se tonta, seus lábios tomaram um tom pálido e o rosado de suas bochechas desbotava rápido demais. Sangue secava em suas roupas e seu ombro latejava a cada sobressalto que o veículo dava, com um sangramento parcial constante.
Sua visão começava a ficar turva, e aquilo definitivamente não era um bom sinal. Seu fator cura não era tão rápido assim, e sem os devidos tratamentos, a coisa poderia ficar bem pior. Como se já não bastasse, a única coisa que martelava sua mente de maneira cruel era o fato de que James Barnes, seu irmão, seu melhor amigo morto, estava vivo.
Sam estava logo ao lado da morena, preso do mesmo jeito. Já Steve, sentia que sua mente era uma selva, um completo caos de perguntas sem respostas, dúvidas sobre basicamente todo o seu passado. Mas sua maior preocupação estava bem a sua frente. Ele focou sua atenção em Anelise, que estava de cabeça levemente baixa, com os cabelos cobrindo seu rosto.
— Ane...? — Ele chamou baixinho.
— Era ele. — Murmurou de volta, baixo porém audível. — Ele não nos reconheceu. Não me reconheceu mesmo olhando direto pra mim. — Ergueu o rosto, com uma lágrima solitária molhando sua bochecha pálida.
— Como isso é possível? Foi há uns setenta anos. — Sam comentou.
— Zola. — Steve quem respondeu. — A unidade do Bucky foi capturada em 43, Zola fez experimentos nele. O que ele fez ajudou Bucky a sobreviver à queda, devem ter encontrado ele.
— Não foi sua culpa, Ste. — Cada palavra que escutou do Rogers foi como um chamado distante, um eco em sua cabeça atordoada pela dor. — Mesmo quando não tínhamos nada, tínhamos uns ao outros.
— Anelise? Droga, está sangrando. — Ao notar pequenas gotas de sangue escorrendo pelo couro preto, se inquietou. — Ane? Querida, olhe pra mim. Fique acordada! — Tentou, mas recebeu um sorriso fraco e confuso da mulher que fechava os olhos, essa que se convencia de que tirar um cochilo a ajudaria.
O cheiro de cobre fresco no ar fez o Rogers forçar as algemas, numa tentativa inútil de se soltar e tomar Anelise em seus braços para ajudá-la como pudesse.
— Lise, olhe pra mim. Não durma, mantenha os olhos abertos. — Pediu com imensa preocupação esmagando seu peito, a vendo piscar devagarzinho, com os cílios ligeiramente molhados por lágrimas que havia derramado. — Ela levou um tiro! Precisam ajudar ou ela vai morrer. — Rugiu para os guardas, mas um deles ativou um bastão de choque, o fazendo recuar de imediato.
De repente, num golpe rápido o da direita eletrocutou e nocauteou com um soco o parceiro, o deixando cair no chão, aos pés dos prisioneiros. Destravando o capacete, Maria Hill revelou seu rosto, causando um choque em todos ali.
— Isso tava apertando a minha cabeça. — Reclamou, tirando os cabelos do rosto.
— Hill! — Arrastando as letras e com uma voz dolorida, Anelise sorriu zonza.
— Vai ficar tudo bem, Anelise. — Sorriu para a própria. — Quem é esse cara? — Perguntou, referindo-se a Sam.
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COM A AJUDA de Maria Hill, escaparam daquele furgão por um buraco feito no piso, sendo levados até uma van segura, que dirigiu por um bom tempo, enquanto paramédicos faziam uma compressa urgente no ombro de Anelise. Quando chegaram, Steve pegou a morena no colo, e mesmo que ela pudesse andar ou que a cor já voltava aos poucos para suas bochechas, Rogers não a deixaria só.
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ANGEL OF WAR ── STEVE ROGERS
FanfictionANGEL OF WAR ── "Se cairmos, cairemos juntos." A VIDA NA Nova York de 1943 era pacífica, apesar da guerra que explodia nos confins de além das fronteiras. Anelise Erskine vivia bem, trabalhando com seu pai nos laboratórios do governo e o ajudando a...