𝟎𝟎𝟖 | ꜰᴜᴛᴜʀᴇ

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CAPÍTULO 8
FUTURO
2011
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ANELISE SENTIU OS músculos rígidos, a sensação de acordar de um sono longo, despertar de um sonho inquieto. Levou as mãos aos olhos e massageou o local, se acostumando a luz natural do ambiente, quando memórias bombardearam seu cérebro quase a ponto de deixá-la tonta. Sentou-se na cama e tirou um minuto pra analisar o local.

Vestia uma blusa branca com o símbolo das Forças Aéreas, que ressaltava suas curvas. Calças marrons de costume e botas escuras no estilo militar nos pés. O quarto era em tons de branco creme e um verde claro que a faziam se lembrar de casa. Lembrava-se do acidente, do sacrifício, e da certeza de que não acordaria.

Uma narração preocupantemente familiar ecoava pelo ambiente através de um rádio antigo. Um jogo de baseball, e quando parou para prestar atenção, reconheceu, sabendo que algo estava terrivelmente errado, quando de repente abriram a porta. Uma mulher ruiva entrou, usando roupas que mulheres no ofício médico usavam.

Bom dia. Quer dizer, boa tarde. Cumprimentou gentilmente.

Onde eu estou? Onde está Steve? Perguntou, apreensiva.

Você está neste quarto se recuperando em Nova York. O Capitão está ao lado. Sorriu docemente, mas Anelise sentia todos os seus instintos gritando e a alertando sobre algo que estava errado.

Onde eu realmente estou? Anelise se ouriçou.

Acho que não estou entendendo.

O jogo. Apontou. É de 19 de Maio de 1941. Eu sei por que Bucky e Steve me levaram para assistir como presente de aniversário. Se levantou, pondo-se em modo de defesa. Vou perguntar de novo: onde eu estou?

Srta. Erskine...

Quem é você?! Perguntou num tom mais alto, quando dois guardas armados e vestidos de preto dos pés a cabeça abriram a porta.

Temeu que houvesse sido capturada pela HYDRA e estavam tentando engana-la com jogos mentais, então sem muito esforço jogou os homens pela fina parede do quarto, abrindo um buraco pelo qual saiu para fugir. Deu de cara com um cenário montado, paredes falsas com imagens impressas das ruas de Nova York e sonorização para ambientá-la.

Preocupada, Anelise correu até a porta mais próxima, dando de cara com o corredor mais avançado em estrutura que já havia visto. Homens e mulheres de terno e roupas diferentes do habitual, janelas gigantes de vidro e uma decoração moderna demais para seu tempo, quando olhou pro lado e viu Steve, tão perdido e confuso quanto ela.

Steve! Gritou, correndo em sua direção.

Rogers poderia identificar a voz de Anelise a quilômetros de distância, e sempre correria de volta para ela. A recebeu com um abraço urgente num baque surdo em meio a estranhos, algo rápido, pois estavam atrás deles. Steve segurou a mão de Anelise e se pôs a correr com ela até a saída mais próxima, dando de cara com a rua mais movimentada que já viram.

Correram numa só direção, quando chegaram a um lugar impressionante. Carros brilhantes e totalmente diferentes os cercaram, mas não era bem isso que os preocupava. A tecnologia não podia ter avançado tanto em alguns dias, não é? Haviam outdoors que se mexiam, piscavam e emitiam sons, a ponto de deixá-los com dor de cabeça.

A Erskine apertou mais forte a mão de Steve, pela primeira vez em algum tempo, assustada. Um homem com um tapa olho num sobretudo preto lhes chamou a atenção, se aproximando.

Descansar, soldados. Disse ele. Olha, eu sinto muito por aquela encenação, mas achamos melhor contar devagar.

Contar o quê? Perguntou Steve, trazendo Anelise para mais perto num ato súbito de preocupação.

Vocês dormiram. Por quase 70 anos. Respondeu o homem à frente, e a respiração de Anelise engatou.

Olhou ao redor, perplexa e com a mente explodindo em perguntas, no momento, sem respostas. Não podia negar, fingir que toda aquele mundo novo não estava literalmente sob seus pés.

Vão ficar bem? Anelise não sabia dizer, mas quando olhou para Steve, sentiu.

Com um leve suspiro, encostou a testa no peitoral do Rogers, sendo abraçada pelo mesmo. Anelise ouvia seu coração batendo forte no peito, e o dela não estava diferente. Steve passou um dos braços por seu tronco e o outro pressionou levemente sua cabeça, como se aquilo fosse protegê-la de tudo por um segundo.

Sim. Disse. Vamos ficar bem.

E eles iriam, estavam juntos novamente.

E eles iriam, estavam juntos novamente

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FASE DOIS: INICIADA

⍟ ✵

ANGEL OF WAR ── STEVE ROGERSOnde histórias criam vida. Descubra agora