Eles moram em lados opostos do corredor, mas também são opostos quando se tratam de seus valores e personalidade.
Um deles tem uma família inteira para quem voltar, o outro está sozinho no mundo.
Um tem uma presença tão forte que onde chega atrai...
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Eu já estava pronto para o meu terceiro dia de aula, estava prestes a tomar meu café quando chegou uma mensagem no meu celular avisando que algo estava errado com meus computadores, alguém estava tentando me hackear.
Entro correndo no escritório, jogo a mochila em qualquer canto e me sento em minha cadeira, em seguida caço quem ousou invadir meu sistema de segurança. Como um louco eu digito furiosos, a outra pessoa pode até ser boa, mas eu acredito ser melhor, não vou deixar que ninguém me faça de palhaço assim, por isso cada movimento para frente que ele faz, eu o guio direto para minha caixa de Pandora.
Quem quer que seja, acha que realmente está conseguindo dados sobre mim, mas é tudo falso. Sinto uma gota de suor descer pela minha coluna, enquanto atraio o intruso para perto, como se logo ali estivesse um prêmio. Assim que ele está exatamente onde quero, a "presença" dele desaparece, isso pq ele mesmo, destruiu seu próprio sistema e em seu computador aparecem meu codinome girando sem parar.
Aliviado por nada meu ter sido roubado, eu passo alguns minutos melhorando minha segurança, mas mesmo assim me sinto puto. Antes de me mudar para cá minha vida era tão pacata, tranquila, e agora, além de ter o motivo constante para minha raiva, ainda tem essa merda acontecendo. Eu não consigo processar tanto ódio de uma só vez.
Uma mensagem de Yvan me perguntando se já estou pronto, me tira dos meus devaneios. Eu nem respondo a mensagem dele, só saio de casa. Nessa mesma hora a porta da frente se abre e Nikolai sai primeiro, assim que Yvan também está do lado de fora, eu eu aperto o botão do elevador.
Yvan: bom dia.
JJ: bom dia.
Tento falar com naturalidade, mas acho que os dois já perceberam que não estou bem, pq Yvan me dá espaço, não me questiona nem julga, enquanto seu primo abre a boca de merda, assim que entramos no elevador.
Nikolai: problemas no paraíso?
Ele não recebe uma resposta para sua pergunta sarcástica.
Nikolai: o gato comeu sua língua? Qual era o nome dele?
Eu me viro para ele e encontro o um sorriso satisfeito no rosto dele.
JJ: vai ser assim o caminho todo?
Ele dá de ombros.
Nikolai: não é pq vc fode com meu primo que eu deixei de ser seu pior pesadelo.
Ele fala me lembrando de algo que ele disse na primeira vez que nós vimos. Eu volto a olhar para frente.
Nikolai: não aguenta provocação? Vai correr para sua mamãe?
Ele pergunta saindo do elevador junto com Yvan. Um sorriso sinistro surgir em meu rosto com a menção de minha "mamãe".
JJ: para isso eu teria que ir visitar ela no inferno.
