Capítulo 46

938 98 2
                                    

Eu me sinto estranho

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Eu me sinto estranho. Ao mesmo tempo que eu me sinto eu mesmo, eu também sinto como se não soubesse quem eu sou. Estou meio perdido, sem saber qual será o próximo passo que eu darei. Eu sempre tive certa luz em mim, e a escuridão sempre esteve presente também.

Acho que sempre tive esses dois lados, mas agora é como se um dos lados estive ganhando. Minha antiga escuridão sempre esteve relacionada as coisas que fiz sendo o Poisoned. A anos eu invado e destruo as coisas dos outros de forma ilegal. Essa nova escuridão parece mais pesada, mais errada, e mais sufocante.

Eu torturei e matei um homem. Acho que eu sou hipócrita, pq nunca liguei para qual tipo de justiça era feita, desde que tivesse alguma, mas quando sou eu quem faz essa justiça, eu acho não curto. Na hora foi, de certa forma, satisfatório pq eu senti como se eu tivesse vingando aqueles inocentes, mas também me vingando pelo que passei com meus pais. Porém agora, eu me sinto esquisito.

Tem sangue nas minhas mãos, e sempre vai ter, mas é sangue de um assassino covarde. Ele não merecia viver já que tirou doze vidas inocentes. Se ele ainda estivesse vivo, seria um perigo para outros inocentes. Isso deve valer de algo, né? No final, na balança de algum ser celestial, isso deve contar, certo?

Pq estou me importando com seres celestiais agora? Nunca me importei antes, nenhum deles se importaram comigo quando eu era uma criança e estava sendo cortado, queimado, e costurado por aqueles que deveriam me amar e cuidar de mim. Ah, quer saber? Foda-se essa merda celestial. Eu nem acredito em céu e inferno, quem dirá em seres que nunca vou ver, nem ouvir.

Eu continuo andando atrás de Polina e minha sogra, com Viktoria ao meu lado. Eu consigo sentir o olhar da loira em mim enquanto seguimos para alguma sala desse lugar que parece um hospital, mas está dentro da propriedade dos Petrov. Estamos os quatro em silêncio, mas sei que todas elas estão pensando alguma coisa sobre mim.

Eu abro e fecho minhas mãos, tentando sentir algo que não seja confusão e dor. Porra, agora que pensei na dor, parece que dói mais. Minha mão esquerda está dolorida dos poucos socos que consegui dar, meu rosto dói bastante, mas meu ombro esquerdo dói como uma cadela.

Meu ombro tá meio esquisito, acho que levar um golpe forte nele, e depois segurar os machados daquele jeito, fez alguma coisa sair do lugar. Ainda tive que usar meu braço nas punições, então eu acho que piorou. E agora que o meu sangue esfriou, que eu consigo sentir muito mais.

Polina abre uma porta e nós entramos atrás dela. O lugar é igual uma área de P.S. (Pronto Socorro) em um hospital normal, porém tem muitas máquinas que nunca vi antes, mas eu não fui a muitos hospitais, então não sei afirmar com certeza.

É uma enorme sala branca, com cheiro de peitudos de limpeza, mas não daqueles que deixam a casa cheirosa, tem cheiro de lugar limpo. Tem várias macas com lençóis brancos, e ao redor de cada maca tem alguns aparelhos, e também uma cortina que está presa ao teto e da a volta na maca, para privacidade, porém todas estão abertas.

O cara que eu odeio Onde histórias criam vida. Descubra agora