Eles moram em lados opostos do corredor, mas também são opostos quando se tratam de seus valores e personalidade.
Um deles tem uma família inteira para quem voltar, o outro está sozinho no mundo.
Um tem uma presença tão forte que onde chega atrai...
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Acordei estressado na segunda, pq obviamente passei o resto do domingo remoendo sobre minha conversa com Nikolai de manhã. Sinceramente tenho sentido que esse assunto está tirando a minha sanidade. Não sei o que fazer sobre isso, agora nem sei como agir.
Devo ou não pegar carona com ele? Devo agir como se nada tivesse acontecido? Devo char ele para outra conversa?
Meu celular vibra e eu leio a mensagem de Yvan na tela. "Estamos chamando elevador, vem logo". Eu pego minha mochila e saio do meu apartamento, dando de cara com os dois.
JJ: bom dia.
Falo tentando soar tranquilo.
Yvan: bom dia.
Ele é o único que me responde. O elevador chega e nós entramos. Talvez Nikolai prefira fingir que nada aconteceu e voltar a agir como era antes. Não sei se gosto muito disso, agora parece estranho retornar a como éramos. Descemos na garagem e seguimos para o carro, entramos e buscamos a Viktoria.
Viktoria: bom dia, gatinhos.
Ela beija as nossas bochechas e eu acabo sorrindo.
JJ: preparada para nossa segunda semana?
Viktoria: muito. Além disso, eu estou conversando com uma figurinha que estou interessada.
JJ: quem é ele?
Pergunto pronto para ouvir a fofoca e ela ri ficando com as bochechas vermelhas.
Viktoria: é ela na verdade. A garota do cabelo roxo que senta duas fileiras a nossa frente.
JJ: e quando foi que vc pegou o número dela?
Pergunto querendo saber a fofoca completa.
Viktoria: não quando ela foi no meu trabalho na quinta.
JJ: safada.
Eu empurro o ombro dela e ela ri.
Viktoria: garotas são novidade pra mim, mas quero explorar minha sexualidade.
Não deixo de perceber que nenhum dos tatuados disse uma palavra de quer. O que no caso de Yvan, é muito estranho.
JJ: Yvan? Vc tá bem?
Eu pergunto tocando o ombro dele e ele se vira para trás confuso e tira um fone do ouvido.
Yvan: oi.
Viktoria: pq vc está de fone?
Yvan: tô escutando os áudios da minha mãe. Ela tende a ser dramática as vezes.
Ele fala e nos concordamos, então ele se vira para frente e volta a fazer o que estava fazendo. Não demora muito para chegarmos, então logo nos separamos dos dois.
Viktoria: vc acha que estamos sendo folgados pegando carona todos os dias?
JJ: senti isso também. Mais tarde eu vou ir dar uma olhada em alguns carros. Acho que já passou da hora.
