Eles moram em lados opostos do corredor, mas também são opostos quando se tratam de seus valores e personalidade.
Um deles tem uma família inteira para quem voltar, o outro está sozinho no mundo.
Um tem uma presença tão forte que onde chega atrai...
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Quase não consigo acreditar na velocidade que o ano passou. Hoje já é final de dezembro, mas se eu fechar os olhos, eu me lembro vividamente do dia em que conheci Nikolai. Antes eu era apenas um cara comum com um grande segredo, agora eu sou o segredo, eu sou Yastreb. Eu era alguém sobrinho no mundo e agora eu tenho várias pessoas por mim, ao meu lado, minha família.
Eu nunca imaginaria "pedaço de merda, babaca, idiota gostoso", ia se tornar o homem que eu amo. Ate pq nunca imaginei amar alguém, nunca pensei que me sentia incompleto, como se algo estivesse faltando, pelo menos não até estar dentro dele pela primeira vez, pq depois disso eu não consegui o tirar da minha cabeça. Nikolai mudou minha vida para sempre, e por mais que agora eu tenha um alvo nas costas por ser Yastreb, eu não trocaria por nada, por agora eu conheço e tenho todos os tipos de amor.
Eu cresci duvidando da existência do amor, pq nunca tinha tido e o que eu imaginava ser amor na verdade era apego, mas eu fui tão sortudo, ou talvez eu tenha sido recompensado por tudo que passei, pq uma vez que eu encontrei um amor, eu encontrei todos. O amor dos meus amigos, amor do meu homem, e da família que antes era deles mas agora é nossa.
Eu sempre odiei dezembro e o natal, pq o mundo inteiro parecia sempre feliz e animado com a comemoração, os presentes, as festas, mas tudo que eu sempre recebia no natal era a obrigação de fingir ser feliz nas festas dos amigos de Chloe e Franco. O natal também era a época que eu mais era castigado, pq eu sempre cometia algum deslize em eventos, ou apenas perguntava algo que eles não queriam responder.
Eu acho engraçado como essa data se torna festiva até para quem não é religioso. Sendo sincero, eu não me importo com o motivo da festa, e acho que muitas das pessoas que comemoram todos os anos, também não se importam. O natal que é uma data religiosa importante, já praticamente virou cultural, pq as pessoas, principalmente as crianças, gostam da data por causa da troca de presentes e de um velho gordo, barbudo, vestido de vermelho e que foi criado em uma jogada de marketing da Coca-cola.
Chloe e Franco sempre foram religiosos, mas eu sei que os Petrov não são, e mesmo assim, aqui estamos nós, no dia 24 tendo uma grande ceia, festejando o quase aniversário de uma divindade. Porém por mais que agora eu esteja rodeado de pessoas que eu amo, de sorrisos verdadeiros, de felicidade real, eu não consigo me desprender do sentimento que aqueles dois deixaram. Eu odeio o natal.
Nikolai: amor, vem comigo?
Ele fala a minha direita e segura a minha mão, eu concordo e deixo ele me levar para onde ele quer. Caminhamos para o lado mais afastado, entramos em uma sala que eu não tinha visto ainda e nos sentamos no sofá. Daqui já nem dá para escutar as vozes dos outros.
Nikolai: vc está triste?
Eu suspiro.
JJ: eu diria introspectivo, não é tristeza. Eu queria conseguir sorrir e aproveitar com os outros, mas eu odeio o natal, Niko.
