dois

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— com amor, Tata.

alexandre nero

Consegui sair o mais rápido possível da sala dela, me conheço bem o suficiente para saber que se eu ficasse lá dentro por mais alguns minutos eu assinaria a merda daquele contrato sem pensar duas vezes, minha prioridade sempre foi minha empresa e se eu tenho que virar sócio de uma mulher que trabalha com produtos de sex shop para o bem da minha empresa, é óbvio que vou virar.

Esperei por Charlie, ele estava demorando demais para passar o meu e-mail para a secretária dela, não tinha o porquê essa demora toda, pensei em ir atrás dele, mas sabia que se eu voltasse para lá eu teria que olhar ela de novo, então fiquei quieto no meu canto.

— Até que enfim. - suspirei fundo.

— Demorei tanto assim? - ele me olhou confuso.

— Só vamos sair daqui logo. - dei as costas para ele e comecei a andar.

Cheguei rápido demais no elevador, suspirei fundo assim que as portas se fecharam, olhei para Charlie e ele estava com um sorriso no rosto, algo nele que não costuma acontecer.

— O que é esse sorriso? - me virei para ele. — Ela falou de mim?

— Por incrível que pareça, o mundo não gira ao seu redor. - ele me encarou e suspirou fundo. — E não, ela não falou de você.

— E por que está sorrindo? - o elevador chegou no primeiro andar e nós saímos dele juntos.

Ele ficou em silêncio, tentei perguntar mais uma vez, porém ele acelerou o passo, odeio ser curioso, mas eu precisava saber o motivo do sorriso totalmente desnecessário que ele tinha no rosto e não tirava por nada.

— Me conta pelo de Deus. - implorei assim que entrei no carro.

— Consegui o número da secretária seu curioso.

— Caralho você é rápido. - liguei o carro.

— Claro, ela é gostosa e tem um sorriso absurdamente lindo. - ele colocou o cinto de segurança. — Ainda vou ter essa mulher como namorada. - ele sorriu.

— Nossa, namorada, você é apressado em. - dei risada.

— Eu tenho um objetivo, não sou igual a você que sai comendo a primeira que aparece na frente. - ele encostou no meu braço.

Parei o carro com tudo, embora fossemos amigos e sempre nos tratamos com a maior sinceridade, eu ainda era o chefe dele e esse tipo de brincadeira, embora seja verdade, eu não aceito ser feita comigo.

— Desce. - falei grosso.

— Nero?

— Agora. - destravei o carro. — Saia do meu carro!

— Nero desculpa. - ele suspirou fundo e soltou o cinto de segurança. — Compreendo que cada um lida com o trauma da sua maneira. E desde aquele dia, não tem sido fácil para você lidar com o fato de que sua...

— Só saia da merda do carro Charlie. - apertei o volante com força.

E ele desceu, me olhou como quem pedisse para entrar de novo no veículo e eu apenas liguei o carro e sai dali com um sorriso no rosto, ele que se vire para chegar até o hotel que reservou para ele, inclusive preciso ver dele encontrar um apartamento para mim, não aguento mais ficar em quarto de hotel.

Meu celular vibrou algumas vezes, porém como eu estava no carro eu simplesmente ignorei, esperaria para ver o que era no momento em que estacionasse o carro na garagem do hotel, o que não demorou muito para acontecer, a primeira notificação que eu vi foi a do e-mail, as outras duas era uma mensagem de Charlie e uma ligação do banco. Abri o e-mail. Vi que a secretaria dela não detalhou nada no e-mail, apenas colocou no assunto "CONTRATO" e anexou o arquivo, abri e tinha três páginas.

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