Margarida Silva
Obviamente acabei por contar a novidade a todos os meus amigos, e eles resolveram fazer uma festa para celebrar, embora soubessem que iria ainda demorar.
O Rui Costa já falou comigo e disse que o meu lugar estará lá se eu quisesse regressar a luz, claro que regressaria.
Aquilo do Pedro? Bem, nunca mais o vi, apesar de só terem passado 4 dias, desde aquele momento, eu desejei mais do aquilo, mas não poderia envolver-me assim, não sou maluca, se ele se zangasse podia jogar aquilo contra mim, uma coisa que acredito que não faria, mas nunca se sabe.
De manhã fui dar uma pequena volta devagar, e vejo o Pedro com uma menina, já a tinha visto no Campus, era jogadora de Voleibol, escondi-me por detrás da parede e ouço-os, sabia que era mau, mas a curiosidade é maior.
- Olha Daniela eu gosto muito de ti, mas neste momento não quero nada sério.
- Não queres nada sério comigo. E porque tens alguém?
- Isso não te interessa. - diz.
- Pedro, o que tínhamos era bonito, ainda me lembro de como custumavas tocar no meu corpo. - diz e eu engolo a seco. - Não se faz aquilo à qualquer uma. - aperto as muletas com força.
- Dani ...
- Gosto quando me chames de Flor.
- Daniela, não.. - Fez-se silêncio e o meu arrependimento foi ter olhado para a cena, a Daniela beijava o Pedro, e o Pedro acabou por ceder, o beijo acabou por acabar e quando eles se separam.
- Vês, queres tanto como eu. - diz, ela aproxima-se dele novamente e diz-lhe alguma coisa ao ouvido, ele aperta-lhe o braço e beija-a novamente, fiquei sem reação, aliás não sabia muito bem porquê.
Eles saíram da entrada do prédio e eu volto a entrar, chamo o elevador, e sinto alguém atrás de mim, era ele.
- Olá borboleta. - diz e eu olho para ele.
- Olá! - digo um pouco ríspida, mas não sei porque estava assim.
- Passou-se alguma coisa? - Pergunta.
- Aquele acordo foi sincero?
- Qual acordo? - Ele fez uma pausa e o cérebro rebobina. - Foi sincero.
- Eu acho que não, somos amigos e cada um deve seguir a sua vida.
- Não gostaste?
Não lhe respondo.
- Margarida? Tu viste-me com a Daniela, eu não sinto nada por ela.
- Pois, não sentes nada por ninguém, achas divertido andares com várias e beijares e fazeres sexo por mero prazer. - digo e talvez arrependo-me.
- Estás com ciúmes. - Ri-me.
- Eu com ciúmes teus? Sim, Pedro, sim. - digo ironicamente.
- Estás sim. - Entro dentro do elevador e ele entra comigo. - Estás com ciúmes e eu estou a adorar isso.
- Muito giro Pedro. - digo e ele prende-me devagar contra a parede do elevador, sem magoar-me. - Larga-me. - ordeno.
- Não aceito ordens tuas. - diz e ele beija o meu pescoço.
- Para quieto Pedro. - digo enquanto ele continuava os beijos pelo meu pescoço, empurro-o quando ele tenta beijar-me. - Como é que consegues? Beijar uma e depois outra? - Ele não responde, e eu neguei. - Aprende a gostar de uma só, deve-se aprender com a idade, aproveita a vida Pedro, porque eu não quero relações assim. Não quero ser mais uma na tua lista. - digo e sai no meu andar, ele ainda veio atrás de mim, mas eu ignoro-o até chegar e entrar na minha casa,
- Estás a fugir de alguém? - Pergunta a minha mãe.
- Sim, mas já passou. - disse e fui para o meu quarto, trato dos pontos e vejo como estava.
Já estava melhor, a perna já não estava tão inchada e daqui há 4 meses iria retirar aquilo. Gostava de dizer que aquilo era bonito, mas todos sabem que não era.
Aprendi a lidar com aquilo, assim como iria aprender a amar outra pessoa e desistir do Pedro.
Na Segunda Feira fui até ao hospital fazer alguns exames, e quando saí esbarro num rapaz.
- Não sabia que havia futebol americano aqui! - digo.- E não há, uns amigos meus quiseram fazer um desporto que eu fazia lá e não acabou lá muito bem. - diz.
- Quanto mau foi?
- Ficará um pouco pior que tu. - diz. - Aliás muito pior. Foram dois braços e 3 costelas. Nada demais. - diz. - Qual foi a tua sentença? - disse a apontar para a minha perna.
- Parti o joelho e a tíbia. - digo.
- Eu conheço-te, és a Margarida Silva.
- Sou! E tu?
- Sou o Lourenço, Lourenço Dias, sou filho do Rúben Dias.
- Sabia que conhecia esse sorriso. - digo e ele sorriu.
- Queres boleia para casa? O meu amigo vai ficar aí e eu queria ir comer, posso levar-te a casa se quiseres.
- Farias isso?
- Yha, se o meu pai soubesse que deixei a filha do António Silva ir a pé para casa, ponha-me de castigo. - disse e eu sorri.
- Agradeço então a boleia e eu também tenho fome. - Ele sorriu.
- Vamos comer então. - diz e eu afirmo.
Conversamos o caminho todo, e realmente era diferente conversar com alguém mais velho, ele tinha 22 anos e voltava agora dos Estados Unidos, pois foi fazer voluntariado, como o pai era lindo de morrer e se querem saber ele por enquanto era wow, e cativou-me desde o primeiro segundo.
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Finally Together | Segunda Temporada | Acabada
General FictionDepois da História do António Silva e da Beatriz Castro, vem agora a história dos filhos. Margarida Silva filha do António e da Beatriz Pedro Neves filho do João Neves e da Liliana Odeiam-se profundamente, mas será que o odeio é duradouro ou é apen...