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Margarida Silva
Uns meses depois

- Olha lá Pedro, que tal te mudares para aqui? - digo ironicamente, já que ele vivia mais aqui do que na casa dele.

- Achas que é uma boa ideia? - Pergunta.

- Tu literalmente não vais para a tua casa ah, bem, 2 meses, seria uma boa ideia ajudares a pagar a água e a luz. - digo e ele abraça-me.

- Pois vendo por esse prisma, acho que é uma boa ideia. - diz e eu acabo por rir-me.

A minha saída do futebol, não agradou as minhas colegas de equipa, mais a Gabriela, mas aceitaram, já o Rui Costa, teve um desgosto, mas percebeu e caso eu mudasse de ideias a porta do Glorioso estava sempre aberta, os meus pais aceitaram a ideia, apesar do meu pai ter tido um ataque.

Eu estava bem e feliz, então não me arrependo de ter tomado aquela decisão.

De facto é que depois de algumas semanas o Pedro estava a morar definitivamente comigo, coisa que não agradou o meu pai, mas ele foi enfeitiçado pelo Pedro, após este fazer o almoço.

Segundo o meu pai, ele diz que "bem, suponho que possas ficar, já que pelo menos sabes cozinhar"

Certamente foi um fartote de rir, pois o Pedro ficou corado, e o meu pai, ai, o meu pai foi o meu pai e gozou com ele.

Naquele dia em que acordei, especificamente, hoje, não estava a sentir-me lá muito bem, estava com muitas dores na barriga, e a minha bexiga parecia que ia explodir.

Tinha os ossos todos doloridos e se querem saber não estava com cabeça nem para pensar, ouço a porta abrir, e ver o Pedro.

- Estás melhor? - Pergunta Preocupado. Olho para ele e mais uma vez uma cólica.

- Porra! - Não estava com o período mestrual, embora já suspeitasse não queria admitir que já não o tinha há 2 meses, e julguem que fosse esse o problema.

Mais uma dor infernal, mas desta vez não veio sozinha.

O Pedro assustou-se com a quantidade de sangue que continuava a sair de dentro de mim.

- Merda! - Agarro a barriga, como se ela fosse sair de dentro de mim.

- Vamos para o hospital. - diz a vestir o casaco. Tento levantar-me, mas acabo por perder o equilibrio e cair em seus braços.





Pedro Neves

O sangue!

O corpo mole!

A Margarida naquela cama de hospital.

Isto eram tópicos cerebrais que há 4 dias assombravam-me. Cheguei a ficar 2 dias inteiros sem mexer um músculo do meu corpo, por ver a minha namorada desmaiada aos meus braços, e sem responder as minhas chamadas.

- Pedro, vai para casa! - disse o António o pai dela, não mexi um músculo. - Eu olho por ela. Por favor, Pedro!

- Não! - digo, e ele senta-se ao meu lado.

- Eu sei que estás preocupado, mas vai a  casa, toma banho, come, e depois dorme, eu ligo-te se houver mudanças. - diz, eu engolo a seco.

- Não quero! - digo.

- És teimoso! - disse com as mãos cruzadas. - Okay, eu vou contigo. - Ele agarra-me e leva-me as cavalitas, não fico ali em cima por muito tempo, vou obrigado para casa.

- Eu sei o que custa! - diz a ligar o carro.

Não sei se sabe! Penso! O caminho para a nossa casa foi torturante, quando lá cheguei, o sofá estava limpo, mas o tapete estava ainda com manchas. O chão estava limpo, mas com manchas, vejo a senhora que limpava a minha casa ali, vou tomar banho e deixo a água quente aquecer-me, quase que adormeço em pé, visto-me e cai na cama.

O meu corpo tremia, e só tinha vontade de vomitar, a porta é encostada e eu fechei os olhos a chorar.

Não  podia perder a Margarida, agora que também perdi a minha primeira filha!


Finally Together | Segunda Temporada | AcabadaOnde histórias criam vida. Descubra agora