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Pedro Neves

Acordo e vejo o teto, estava no hospital, mexo a cabeça e sinto uma dor leve no pulso, vejo-o e estava apenas com uma ligadura. Merda!

A porta é aberta e vejo a minha irmã.

- Estás acordado, vou chamar um médico! - diz, mas eu impeço-a.

- Onde está a Margarida? - Pergunto.

- Está acordada, e no quarto.

- Quando posso vê-la?

- Vou chamar um médico não te mexas. - disse e eu não ligo à ordem. Levanto-me sem pensar, e com o soro nas veias percorro o hospital, apenas com aquela bata que me cobria meio corpo.

- Eu disse para não saíres do quarto! - Ouço a voz da minha irmã.

- Eu estou bem!

- Quem vai averiguar isso sou eu. - disse o médico Paulo.

- Quero ver a Margarida! - Imploro.

- Eu sei, mas ela não vai fugir. - ele puxa-me para o quarto novamente. Observa-me sentado na maca.

- Ela sabe que tive um acidente?

- Sim. - disse a observar-me.

- Como ela está?

- Está bem, tem alguns hematomas visíveis e internos, mas nada que o tempo não cure, vai precisar de uns meses de terapia, mas nada preocupante, Pedro, quero dizer-te apenas uma coisa importante.

- O que doutor?

- A Margarida sofreu um aborto, e vai ser difícil conseguirem ter um bebé.

Não lhe respondo.

- Está tudo bem, por isso vou assinar os papéis da alta. - disse e eu afirmo. - Não fiquem tristes, vão conseguir. - disse e saiu depois de dar-me alta, visto-me com a ajuda da minha mãe e depois vou ter com os outros.

Abraço-o a minha mãe, e o meu pai logo depois, o António cumprimenta-me e eu cumprimento ambos os pais dela.

- Ela está no quarto 340. - disse a mãe dela.

Eu afirmo e avanço, o meu coração acelarou, o meu corpo estremeceu, e todas as minhas partes ficaram congeladas.

Respiro fundo quando o elevador abriu e quando vejo a placa do quarto dela, suspiro e bato a porta. Demorou alguns segundos para ouvir um "entre".

Arrepiei-me ao ouvir a voz dela.

Abro lentamente a porta, porque o meu corpo estava bloqueado, comecei a suar.

Entro de vez e quando os nossos olhares se cruzam, eu comecei a chorar.

Percorro o quarto, e abraço-a.

Alguns minutos antes

Margarida Silva

Lembro-me de poucas coisas, mas lembro-me do meu pai.

Percebo que entrou no quarto e começou a falar comigo, respondida pouco, mas não consigo lembrar-me do que disse.

- Tenho que te dizer uma coisa. - Lembro desta frase como um pesadelo, não sei o que respondi, mas lembro-me de olhar para os olhos castanhos do meu pai e vê-lo suportar as lágrimas. - O Pedro teve um acidente! - Aquilo incomodou-me. Mexo-me, mas o meu pai impede-me, e abraça-me, adormeço com o perfume dele colado as minhas narinas.

Passou-se 2 dias desde que ali estou, e estava melhor, queria melhorar, estava triste, porque o Lourenço tinha morrido e pela verdade história contada pelo meu pai, sentia um pouco de ódio de mim mesma.

Mas se não fosse assim, eu poderia não estar viva, agradeço apenas ao Lourenço por me ter ajudado.

Contava os dias para sair daquele hospital, e puder ir para casa, estava com saudades.

Havia apenas uma pessoa que queria ver, mas que não podia, era o Pedro.

O meu coração acelarou, e os meus pelos ficaram arrepiados, ele estava próximo. Chamem-me de maluca, mas senti.

Depois de alguns minutos, ouço o barulho da porta, demoro apenas uns segundos para responder.

- Entre! - digo na expectativa que fosse ele. A porta branca não dava para ver quem era, mas assim que o meu olhar cruza com o dele, eu choro, ele avança para dentro do quarto, e os nossos corpos embatem com força, abraço-o.

Apesar da distância ser nula, eu queria-o mais perto, ponho a cabeça nos ombros dele, e acreditem foi a melhor sensação do mundo.

-  Borboleta! - disse por fim.

- Rebelde! - digo ao ouvido dele. Fechei os olhos e aperto-o.

- Sempre serás o fim e o início da minha história! - disse ainda a abraçar-me.

- Eu sei que nunca te agradeci, por seres o que nunca fui para ti, mas neste momento estou a agradecer-te por seres o meu mundo, e seres a minha história.

- Casa comigo! - diz de repente.

- O quê? - digo a afastá-lo de mim.

- Margarida Castro Silva, aceitas casar comigo? - Olho para os olhos dele, e sorri.

- Aceito Pedro Neves. - digo e ele beija-me por fim.


Finally Together | Segunda Temporada | AcabadaOnde histórias criam vida. Descubra agora