Margarida Silva
Ouço a voz do meu pai, e assusto-me com o tiro para o ar.
- Se voltas a gritar, eu corto-te a garganta! - diz e manda outro tiro.
O Lourenço não se mexia há mais de 5 minutos, ou horas? Já estou baralhada.
Ainda estava gelada e acredito que não iria aquecer tão depressa. Apesar de ainda continuar com frio, já estava mais acordada, pelo menos tinha comido e bebido água.
- Margarida?
- Sim? - Digo baixo.
- O Diogo, daqui há alguns minutos vai sair para comprar cigarros, tu vais sair daqui! - Olho para ele. - Quando usares isto as tuas mãos vão sair . - Ele mostra-me uma garrafa de óleo de um carro velho que ali estava.
- E tu? - Ele rinha planeado aquilo?
- Não te preocupes comigo! - disse.
- Não me vou embora sem ti! - Digo decidida.
- Quando saires, corres para longe, e não olhes para trás. - Vejo pela primeira vez os seus olhos. Eram verdes lindos, mas agora com um leve tom de vermelho.
- Vais te sacrificar por mim? - Ele não chora. - Não, Lourenço, eu não quero!
- Vai-te embora, ele vai a tua procura e vão apanha-lo, eu consigo sair saqui. - diz.
- Não Lourenço.
- Não é um pedido! O teu pai mandou-me proteger-te e o meu trabalho.
- O meu pai que se lixe.
- Margarida, não vais perceber agora.
- Eu não consigo sair daqui sem ti.
- O Pedro precisa de ti. A tua irmã precisa de ti. O teu irmão precisa de ti. Eu só tenho uma ex-mulher e uma filha que não me ligam. Eles precisam de ti.
- Elas adoram-te Lourenço.
- Eu sei, mas eu magoei as duas. Tens 15 minutos, para chegar a estrada, Tu consegues.
Neguei!
- Tu consegues Magui, se não conseguires agora, vais sofrer mais, porque o teu pai não vai conseguir o dinheiro tudo hoje. Tu Consegues. - O Diogo aparece, ameaça-me mais uma vez e saí, o Lourenço bezunta-me de óleo e eu consigo libertar-me, ele estava mais acarrentado que eu.
- Fuge! - Eu tento liberta-lo. - O que estás a fazer, fuge!
- Não, eu não saiu daqui sem ti. - disse.
António Silva
Eu e a Beatriz fomos para o banco a presa, o João e a Liliana vieram connosco.
Eu não tinha aquela quantidade de dinheiro disponível.
Entro dentro do carro e apresso-me a chegar ao banco, que estava prestes a fechar, porra.
Sinto a mão da Bia, na minha coxa, os meus pais ficaram na minha casa com a Andreia e o André.
Olho para os olhos da minha mulher e ela aperta a minha perna. Agarro-lhe a mão e olho para a frente.
Apresso-me para chegar lá, passo 3 sinais vermelhos, e excessos de velocidade, naquele momento estava a lixar-me para tudo.
Chego ao banco e estaciono o carro de qualquer maneira, entro a correr.
- Preciso urgentemente de levantar 120 milhões de euros! - digo.
- Estamos prestes a fechar senhor! - diz a mulher. - E isso é muito dinheiro!
- A minha filha foi raptada! - digo. - Se não consegue ajudar-me, arranje alguém que consiga! Nem que fique aqui depois das 17.
A mulher assustada-se.
- Tem calma António! - disse o João.
- Terias calma se a tua filha tivesse sido raptada por um animal? - disse irritado e a chorar. - Terias João? - Repeti, mas o silêncio permanece. - Cala-te! - digo frustrado, sinto as mãos da Bia envolverem-me. Começo a chorar mis alto.
- Não vais conseguir nada assim amor! - diz a chorar. - Eu também estou preocupada! - limpo-lhe as lágrimas e beijo-lhe a testa e abraço-a com força.
- Boa Tarde, sou o gerente do banco, queiram vir comigo. - diz, e seguimos com ele.
Assinámos todos um cheque de 10 milhões cada um, 40 milhões já tínhamos.
- Dinheiro vivo, conseguimos, 10 mil. - Ele entrega 5 blocos de notas. Já me doia a cabeça. Já a polícia estava connosco.
Era muito dinheiro.
E tratava-se de um rapto.
- Faltam 79 990 000 ainda. - disse a Liliana a fazer as contas.
O meu telemóvel vibra.
- TiC Tac, faltam 7 Horas. - Desliga.
Estava naquele banco há 4 horas? O quê?
- Conseguimos mais 50 000 mil euros, amanhã!
- Amanhã?
- Eu não tenho esse tempo! - digo.
Margarida Silva
Estava caída no chão, após ter escorregado.
- Margarida Castro Silva, eu ordeno-te que saias daqui!
- Não vou a lado nenhum!
- Margarida! - Ele grita o meu nome e eu assusto-me. - Por favor, vai-te embora! Eu imploro!
- Lourenço...
- Ele daqui a pouco está aqui, saí daqui. - disse e empurra-me com os pés, eu olho para ele, e ele manda-me embora, mais uma vez.
Eu engolo a seco e saí dali, descalça, pulo a meia parede e corro por entre as canas, corro, com as forças que tenho,.
Encontro a estrada e o Rio.
O desenho que o Lourenço fazia a dias, ele tinha vindo acordado, porque o Diogo esqueceu-se do fazer adormecer.
Escondo-me assim que ouço um carro.
Vejo-o!
Ando alguns metros para ao lado, e tento ficar escondida, não me apercebi que andei demais e
Caí para ao rio!
Burra.
Tento nadar, mas a correnteza estava furiosa. Tento nadar, mas não tinha forças para mais, não desisto, luto mais algumas vezes.
E depois deixo de resistir..
A água entra-me pelos pulmões e eu começo a ficar pesada, tentava lutar por dentro, para não morrer, e se já rezava quando ele me batia, agora rezava para ser salva.
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Finally Together | Segunda Temporada | Acabada
Ficção GeralDepois da História do António Silva e da Beatriz Castro, vem agora a história dos filhos. Margarida Silva filha do António e da Beatriz Pedro Neves filho do João Neves e da Liliana Odeiam-se profundamente, mas será que o odeio é duradouro ou é apen...