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Margarida Silva
Alguns dias Depois
Quarta Feira

Resolvo de uma vez por todas ir ao Campus, ver os meus amigos. Fui com o meu pai logo pela manhã, para voltar com a minha mãe a hora do almoço.

Cheguei lá cumprimento alguns colegas fo meu pai que vieram pôr os filhos a escola, e depois vejo a Gabriela com as restantes meninas. Falava com a Gabriela todos os dias, mas já há algumas semanas que não a via pessoalmente.

Abro a porta do carro, e com a ajuda do meu pai saí do mesmo, fui devagar até ao grupo que fez ruído a minha chegada.

- Depois de quase um ano cá está ela.

- Que exagero Rúben!  - digo.

- Que bom ver-te miúda! - disse e abraça-me. - Aquela francesa foi terrível! - disse.

- Mas teve o castigo correto! - disse a Susana. - Deixa de jogar pela Seleção para sempre, e o clube onde está colocada, tem que pagar uma multa de 10 mil euros a ti Margarida.

- Ajudou-me imenso! - digo irónica. - Pelo menos ainda pode jogar no clube. - digo frustrada.

- Soube que não a convocam para os jogos! Isso diz muita coisa. Tu destruiste-lhe o psicológico!

- Podes estar calado, só dizes asneiras. - diz a Gabriela para o Rúben. - Bem, não interessa estás aqui vens ver o treino?

- Sim! Pelo menos mato saudades. - disse e fui com o Pedro e o Rúben.

- Estava a brincar, sabes?

- Sim, Rúben eu sei.

Fiquei a ver o treino delas e custou-me, o Rúben acabou por sair e eu fiquei a ver o resto do treino com o Pedro.

- Custa muito? - Pergunta.

- O quê? - Pergunto após sair do transe.

- Custa muito ver e não puder ir lá? - Pergunta.

- Sim, muito! - digo e engolo a seco. - Eu tinha a vida planeada, organizada, com 18 anos na Seleção A? Quem não queria? Só quem passa é que sabe! - digo e olho para a perna. - Estou feliz por elas, fazerem o que mais gostam, mas ao mesmo tempo estou perdida, porque eu não sei o que fazer! - digo.

- Podias ser criadora de conteúdo! Sabes sobre futebol, já jogaste, podias ensinar algumas coisas teóricas, há profissionais que sonham seguir as tuas orientações, fazer os treinos que fazes, podes chamar a Gabriela, ela podia fazer alguns exercícios contigo. Podias criar um canal e seres filha de quem és, ajuda um bocado na popularidade, tu és popular, não seria mau pensado.

- Isso é uma ideia, e o que farias tu? - Pergunto e ele riu-se.

- Não cozinho para grupos. - Sorri. - Mas posso abrir uma excepção para ti. - disse e eu sorri.

- Tu és um fofo, mas não me vejo nisso.

- Sempre podes seguir a carreira de jornalista desportiva, como a tua mãe! Ou comentadora.

- São ótimas ideias. Talvez aproveite alguma. - disse.

Vejo o treino até ao fim, e depois vou-me embora despedindo-me de todos os que conhecia. Quando vejo o carro da minha mãe a aproximar-se vejo uma pequena criança.

- Doeu? - Pergunta, vejo-a com o equipamento do Benfica, e percebo que era uma inicante, uma pequena Vitória, da equipa de iniciantes 6 anos.

- Um pouco.

- Eu vi o jogo, foste incrível. És incrível. - diz e eu sorri.

- Obrigada querida.

- Vais voltar a jogar? - Neguei. - É uma pena, gostaria de voltar a ver-te jogar.

- Nem tudo é mau. - digo. - Sempre posso voltar e ver os jogos.

- Mas não é há mesma coisa, e tu sabes,  estar lá dentro do campo deve ser incrível, e eu quero sentir isso, quero ser como tu.

- Não queiras ser como eu.

- Quero, foste guerreira até caíres, e mesmo levantaste-te, desmaiaste, mas estás a levantar-te devagar. Quero ser como tu Magui.

- Quando puderes escolher um número, eu aconselho-te a escolheres o meu.

- E se já tiver dona?

- Está guardado para ti, quando tiveres idade, o 10 é tudo teu.

- Tens o mesmo número que o Pedro.

- Não, ele é que tem o mesmo número que eu.

Ela sorriu, eu dei-lhe um autógrafo e ela saiu toda feliz, entro no carro com a ajuda da minha mãe.

- Tu tens uma bela alma Magui! - diz. - É pena o que te aconteceu, terias sido grande! - diz e abraça-me ainda fora do carro.

- Obrigada Mãe! - digo e desfaço o abraço.

A minha mãe fecha a porta e ligam-me do hospital.

- Margarida?

- Doutora Laura?

- Sou eu! Olha querida, podias passar no hospital na sexta feira?

- Claro, o que aconteceu?

- Temos notícias.

- Más?

- Não! Nem por isso, podes vir às 14?

- Claro, estarei aí. - digo e ela desligou.

-O que ela queria?

- Disse para eu ir ao hospital sexta-feirs às 14.

O mistério ficou no ar, e agora eu fiquei ansiosa. O que seria? O que poderia ela querer?

Finally Together | Segunda Temporada | AcabadaOnde histórias criam vida. Descubra agora