Depois da História do António Silva e da Beatriz Castro, vem agora a história dos filhos.
Margarida Silva filha do António e da Beatriz
Pedro Neves filho do João Neves e da Liliana
Odeiam-se profundamente, mas será que o odeio é duradouro ou é apen...
Estava a ser cruel, eu sabia que estava, mas o que iria dizer? Estava nas bancadas ao lado do Francisco e acabei por admitir.
- Eu tenho o colar dela! - digo em voz alta e o Francisco olha para mim.
- Tu o quê? - diz o Francisco. - Eu sabia que eras cruel, mas não a esse ponto. Dá-me isso. - Entrego-lhe o colar contra a minha vontade.
O Henrique partiu porque o avô faleceu, e ele quis voltar a culpa não foi minha, apesar de saber que a Margarida culpava-me da sua ida repentina, mas naquele dia na casa dela, eu só lhe disse que ele beijava mal, só isso.
Respiro fundo, fiquei nervoso, porque tive medo que o Francisco contasse a verdade, ele regressa e diz ao meu ouvido.
- Eu disse que encontrei o colar no chão, mas se fazes isto novamente dou cabo de ti. - disse e concentrou-se nas meninas que estavam em campo a treinar.
Elas acabaram ao intervalo por ganhar 5-1.
Era um bom resultado. No fim do jogo a Lagarta da Margarida tinha goleado quase sozinha, fez 5 dos 7 golos, para uma avançada, fez o seu trabalho.
Não fiquei surpreendido não pensem.
Fui para casa quando o jogo acabou, era raro pudermos ver os jogos dela, mas elas davam um espectáculo, não era a toa que eram campeãs nacionais há 5 anos.
Cheguei quase a mesmo tempo que a Margarida não sei porque, não demorei assim tanto tempo na conversa com os rapazes.
Ela passou por mim, e nem uma provocação, fiquei ofendido.
- Não sabia que eras mal-educada.
- Não sou, mas abro uma excepção para ti.
- Eu não tive culpa do Henrique ter-se ido embora.
- Não te percebo, provocas-me, dizes mal de mim, e depois ages assim. O que queres de mim?
- Eu nada. - digo.
- Então deixa-me em paz. De uma vez por todas deixa-me! - diz e desaparece sa minha visão.
O que queria afinal? Eu odeia-a profundamente e procuro-a sempre porquê?
Entro na minha casa e vejo a minha irmã com a Andreia na sala.
- Então pestes? Não saiem de casa? - Digo a ir a cozinha.
- Não maninho! - disse a minha irmã.
Neguei com a cabeça e fui para o ginásio do prédio, lá estava ela.
- Podemos combinar o seguinte. Eu venho de manhã e tu a tarde! - disse.
- É um excelente combinado! - disse, ela ia sair, mas eu paro-a. - O que foi agora?
- Fica, precisas mais que eu. - Ela olhou para mim indignada, empurra-me e vai para os elevadores.
Encosto-me na parede e fico ali parado uns longos minutos. Podia ser mais desagradável? Porque importava-me quando ela não estava? Porque não tinha controlo quando começavamos a discutir?
Não faço o treino que tinha programado, por isso volto a subir para a minha casa.
Vejo os meus pais na cozinha e passo por eles sem dizer nada, eles estavam meio ocupados.
Entro no meu quarto e depois de arrumado estava bastante melhor.
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Deito-me na cama e fico no telemóvel, quando aparece o instagram da Margarida.
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With gabrielaotamendi à 1horas atrás
Começo por stalkear um bocado o perfil dela e ao rodar as fotos, ponho gosto numa foto, merda! Desfaço o like e ponho em modo avião, ligo a PS10 e acabo por ficar a jogar.
- Pedro, vem jantar! - diz a minha mãe, eu vou depois de pôr o jogo em pausa.
- A Margarida já encontrou o colar? - Pergunta a minha mãe a minha irmã.
- Pelo que a Andreia disse, parece que o Francisco encontrou-o no chão, perto do balneário feminino. - disse. - Mas a Andreia achou estranho, ela tinha-o no sábado em casa, e no domingo já não tinha.
- Alguém pode ter encontrado e arrependeu-se de o entregar, deixou-o lá. - digo.
- Pode ser, mas pronto já o tem ainda bem. - disse o meu pai.
A minha irmã olha para mim e percebeu umas coisas, pela cara dela eu sabia que ela descobrirá o meu segredo e fui confrontado pela mesma logo quando entro no meu quarto depois de arrumar a sala de jantar.
- Tu encontraste o colar, e não o devolveste porquê?
- Como é que tu sabes?
- Acabaste de dizer, porque ficaste com ele durante uma semana?
- Encontrei-o e dei ao Francisco, se ele não o devolveu não tenho culpa. - digo.
- Tu és tão mentiroso. - disse e saiu do meu quarto. Bufei e tranco-me dentro do mesmo, ódio total.
