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Pedro Neves
Domingo

Eu estava ao lado da Andreia, quando de repente o jogo é interrompido novamente, não percebo quem estava no relvado, mas foi num às que o meu coração acelarou, e a equipa médica entrou no relvado.

A Margarida estava deitada no relvado e eu esforço a vista para perceber o que tinha acontecido, as restantes miúdas fizeram uma roda a volta e sim, era grave, vejo mais médicos a entrarem em campo e eu levanto-me, a árbitra levanta o cartão vermelho imediato para a jogadora francesa número 9, a Margarida foi levada de maca, e percebo que chorava, pois tinha as mãos na cara e não parava de soluçar, vejo uma ambulância pronta para sair dali e leva-la, saiu primeiro que o António o pai dela, ele não me seguiu.

Vou até ao balneário e vejo-a a chorar.

- Isto está pior do que pensávamos. - diz a fisioterapeuta dela, dali, vejo o osso da perna dela fora da pele.

- Pedro, não podes estar aqui. - disse o Daniel.

- Por favor. - diz a Margarida a chorar, eu aproximo-me dela e ela agarra a minha mão. - Não os consigo ouvir, como aquilo está? - Acredito que ela não sentisse nada da cintura para baixo.

- Está mau, Borboleta! - digo, ela leva as mãos a cabeça.

- Eu vou matar aquela francesa! - diz a chorar.

- Tem calma! - digo.

- Eu posso deixar de jogar e pedes-me calma? - diz a ficar chateada comigo. - Aquela francesa vai ver.

- Podes matar ela depois, mas agora temos de ir para o hospital. - disse o paramédico a chegar.

- Vou lá ter contigo! - digo com as coisas dela na mão.

- Não! Por favor não vás! - Diz e começou a chorar novamente, fiquei do lado de fora do balneário com as coisas dela em mãos.

- Fogo Borboleta! - digo e encosto-me a parede gelada.

Os pais dela e a irmã vieram ao meu encontro alguns minutos depois.

Digo-lhes o hospital para onde foi e entrego as coisas a mãe dela.

- Não vens? - Pergunta o António.

- Não! A sua filha não me quer lá e eu respeito isso. - digo.

- Desde quando respeitas a opinião da minha irmã?

- Desde que sou amigo dela. - digo brusco assim como ela. Vou para casa de uber, não queria explicar aos meus pais nada.

Percebo que ela estava magoada, mas aquilo magoou-me.

Margarida Silva
Terça-Feira

Acordo meio desorientada.

- Bem vinda aos vivos! - disse o médico.

- Que dia é hoje? - Pergunto.

- Dia 21, terça-feira. Como te chamas?

- Margarida Castro Silva

- Ótimo, sabes o que aconteceu?

- Sei que caí em campo, não me lembro o que aconteceu depois! - disse e vejo a minha perna.

- Partiste o joelho, e a tíbia

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- Partiste o joelho, e a tíbia. - disse outro médico. Os meus pais entraram no quarto.

- Quando posso voltar a jogar? - Pergunto e o silêncio reinou.

- Começava a procurar outra profissão! - Arrepio-me pelo tom e pela arrogância. 

- Doutor Tiago! - o Primeiro doutor chama-o e ambos saem do quarto, os meus pais tentam aproximar-se, mas eu viro a cara e começo a chorar, eles voltam a aproximar-se, mas eu interrompo qualquer movimento deles.

- Deixem-me sozinha!  - digo. Não preciso que outro médico mais simpático me explicasse que teria que abdicar da minha carreira de jogadora para sempre.

Sei que era a verdade, mas não estava preparada para tal.




Finally Together | Segunda Temporada | AcabadaOnde histórias criam vida. Descubra agora