07_ Vizinha do meu inimigo.

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Torry Jasper

Bati a porta esperando que o professor abrisse a mesma, segundos depois a porta foi aberta revelando a imagem de uma senhora com óculos e sorrindo gentilmente.

- Bom dia! - Cumprimentou com um sorriso. Eu estou começando a achar que os professores também gostam de uma verdinha. - Em que posso ajudar?

- Eu tenho aula de história agora e acho que essa é a sala. - Falei com um sorriso amarelo e ela me encarou curiosa.

Me deixa passar por favor... Ou também pode me mandar embora.

- Você é nova? - Perguntou e eu assenti. - Pode entrar, seja bem-vinda. - Falou me dando espaço para eu entrar.

- Obriga... - Eu não consegui terminar de falar quando me deparei com o pior, o horrível e o tenebroso Thales Williams.

Ele estava sentando na penúltima carteira me encarando com deboche enquanto eu sentia o meu corpo aquecer de tanta raiva.

Eu não imaginava que um ser humano pudesse ter tanto azar quanto o que eu tenho. Eu acho que eu devo ter feito alguma coisa.

Talvez seja porque um dia eu coloquei um sapo na cama do Levi. Ou talvez porque eu quase coloquei terra na boca da Maria Isis quando ela tinha apenas dois anos. Ou talvez porque eu não matei o Thales na primeira oportunidade que tive.

- Você está bem? - Perguntou a professora tocando no meu ombro. Eu não me apercebi que eu estava paralisada no lugar e que todos me encaravam, com certeza pensando que eu era uma estranha.

Assenti e fui me sentar na única carteira vazia que por azar também, ficava atrás da carteira do Thales. Se ninguém estivesse aqui, eu estaria choramingando.

Quando eu passei pelo Thales vi ele arquear a sobrancelha e eu quase dei um soco nele mas a professora começou a falar.

Pra piorar a minha situação, eu descobri que tenho matemática quatro vezes na semana. Isso mesmo, quatro vezes.

Cansada deitei a minha cabeça e rezei para a aula terminar de uma vez por todas.

[...]

- Até amanhã alunos. - Despediu o professor saindo da sala. Finalmente terminou essa porra.

Os alunos começaram a sair da sala quando começou a tocar e eu bem tranquila peguei os meus cadernos e os coloquei na mochila.

Eu não estava com pressa, eu acho que queria dar para alguém. Eu acho que vou dar para a primeira pessoa que eu encontrar.

O meu coração acelerou nas batidas e a minha respiração ficou presa quando eu me virei e me deparei com o Thales parado e me encarando.

Não, eu não vou dar para o Thales nem fudendo.

- Merda... - Falei quase colocando a mão no peito. Eu não queria que o Thales soubesse que me assustou.

O seu rosto não expressava nenhuma emoção, era impossível saber o que ele queria ou que ele estava pensando. Essa era a única qualidade do Thales e a que eu nunca vou admitir que é muito boa.

Na verdade não era a única, os seus olhos, eles eram extremamente raros e possuíam uma cor dourada, olhos cor de mel, possuíam uma cor sólida de vários tons de dourado e amarelo. Desde pequena eu sempre gostei dos olhos do Thales, com um formato amendoado, a forma como os ergue, eles eram hipnotizantes... Quando eu tinha oito anos eu pesquisei muito que tipo de olhos eram aqueles porque era a única coisa que chamava a minha atenção nele, e descobri que eram olhos âmbar.

O Meu Adorável Inimigo Onde histórias criam vida. Descubra agora