71_ Fim.

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Torry Jasper

— Ele é incrível e está curando coisas que nem foi ele que causou. — Contei para o Levi. — Quem imaginaria que eu me apaixonaria por aquele arrombado. — Eu soltei uma risada desacreditada.

Toquei as escritas na sua sepultura.

"Levi Jasper - bom filho, bom irmão"

— Daqui a uma semana é o baile de finalistas. Sim, eu consegui passar e por mérito próprio... Ok, eu sempre copiava no teste do Thales. — Confessei. — E o vagabundo quando descobria, escondia o teste ou pedia para o professor trocar ele de lugar. Ele ainda continua sendo o meu inimigo.

Nego com a cabeça lembrando que ele fazia isso porque queria que eu estudasse para não ter problemas na faculdade.

Ele se preocupa tanto comigo.

Suspirei encarando as flores que deixei no vaso. Tulipas.

— Sabe, eu tenho medo do futuro. Eu tenho medo do Thales e eu estarmos tão ocupados com a faculdade e não termos tempo para nós. — Soltei mas ainda assim sentindo essas palavras me sufocarem. — Eu não disse para o Thales porque não quero que ele pense que sou uma exagerada. — Sorri sem graça. — Mas eu estou com tanto medo, Levi... Gostaria que você estivesse aqui e me dissesse o que fazer porque nesse momento, eu não sei.

Olhei para o céu nublado e voltei o olhar para a sepultura.

— Sabe, antes de vir para cá, eu fui no túmulo do papai e da mamãe. Eu deixei flores só no túmulo da mamãe... Eu disse para o papai que o perdoava por tudo. Eu só disse isso...

Senti uma mão no meu ombro.

— Temos que ir, querida. O voo é daqui à duas horas. — Informou o meu avô.

— Você ouviu. — Falei olhando para a sepultura. — Eu tenho que ir. Prometo sempre visitar você quando eu puder. — Sorri me levantando. — Obrigada pelo coração, irmão.

O meu avô me abraçou pela lateral quando demos as costas ao túmulo do Levi e começamos a andar.

— Conseguiu falar com ele? — Perguntei.

Ele suspirou.

— É, eu consegui.

[...]

— Quem quer bolo de laranja? — Perguntaram as gêmeas entrando na sala enquanto seguravam o bolo.

— Eu! — Gritaram em uníssono e eu franzi o cenho encarando o tio Breno e a tia Julia.

— Não eram vocês que não gostavam do bolo de laranja? — Questionei confusa e eles deram de ombros.

— Os gostos variam. — Argumentou a tia Julia.

— E como variam. — Concordou o tio Breno sorrindo sapeca.

— Que incrível, as gêmeas finalmente conseguiram fazer um bolo sem queimar a cozinha. — Disse a tia July rindo.

As gêmeas se entreolharam sorrindo amarelo.

A tia Julia percebeu os seus olhares e semicerrou os olhos para elas.

— Vocês não queimaram nada, não é? — Perguntou a tia Julia e de repente os nossos ouvidos foram preenchidos pelos gritos desesperados da Maria Eduarda.

— Nós queimamos o pano da cozinha! — Gritou ela e a Maria Isis revirou os olhos.

Endemoniada.

Momentos depois todos já estávamos na mesa excepto o Thales. Hoje é domingo, nós consideramos o domingo como o dia da família. Que só é comemorado uma vez por mês.

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