30_ Agora se afaste de mim.

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Torry Jasper

Suspirei frustrada tentando me encostar mais no assento numa tentativa de ficar mais confortável mas era impossível com o Thales aqui, dirigindo. Acho que estou considerando voltar com o Ethan. Eu iria com ele no colégio, ele é bem menos insuportável que o Thales.

Tudo só piorou quando o Thales colocou músicas extremamente horríveis. Eu não sei se ele tem um péssimo gosto ou está fazendo isso pra me irritar.

Aperto as minhas pernas e os meus dentes, tentando me controlar mas porra, está sendo impossível.

- Troca essa merda de música. - Mandei irritada. Eu sei que o carro é dele mas as músicas são horríveis.

Eu pensei que o Thales fosse trocar a música quando moveu a sua mão mas a música só preencheu mais o carro fazendo os meus ouvidos sangrarem.

Eu fuzilei o Thales com o olhar e o mesmo nem sequer me encarou, continuou com a atenção voltada para a estrada.

Eu me virei pra frente e respirei fundo. Eu só preciso ignorar por mais uns minutos, já estamos prestes a chegar no colégio.

Me sinto sufocada. Baixei o vidro para que entrasse mais ar e me aproximei da janela para que o ar bagunçasse os meus cabelos.

- Fecha. - A voz do Thales soou e eu olhei pra ele indignada, o encontrando com a expressão séria mas ainda olhando para a estrada.

Eu ignorei ele e continuei observando as ruas.

- Eu mandei você fechar essa merda. - Resmungou Thales e eu virei o meu rosto pra ele brava.

- E se eu disser que você não manda em mim? - Sorri de lado. Em resposta a minha pergunta, o vidro da minha janela foi fechado.

Olhei para a janela e olhei para o Thales boquiaberta. Merda. Esse idiota não consegue ficar sem infernizar a minha vida?

Baixei o vidro da janela completamente e o Thales bufou, subindo o vidro. Baixei o vidro novamente e em seguida eu fui para frente quando o Thales travou o carro bruscamente. Ele desafivelou o cinto numa velocidade da luz.

Ele vai me bater?

Uma mão foi para o lado da minha cabeça, tocando o vidro da janela me pegando de surpresa. Encarei o braço do Thales cheio de veias e ergui as sobrancelhas quando me dei conta do quão perto estava o rosto do Thales.

A sua respiração pesada batia contra a minha bochecha e eu virei o meu rosto para o mesmo, encontrando os olhos dourados que tanto me queimavam por dentro. Eles eram extremamente lindos.

Os olhos do Thales por segundos encararam os meus lábios e depois os meus olhos. Involuntariamente os meus olhos desceram para os seus lábios avermelhados e eu me amaldiçoei por achar eles bonitos.

Voltei o meu olhar rapidamente para os seus olhos, encontrando ódio neles, muito ódio.

Ele me odeia mas eu o odeio mais.

- Esse carro é meu, você está nele, você deve fazer o que eu disser e você deve escutar o que eu quiser escutar! - Avisou, sua voz soando amedrontadora, causando arrepios em mim.

O seu perfume invadiu as minhas narinas me deixando tensa.

Ergui o queixo. Eu não vou baixar a guarda para esse imbecil.

- Não levante o tom de voz pra mim. - Digo entredentes e os seus olhos ganham um brilho.

- Assim está bom pra você? - Sussura.

- Agora se afaste de mim. - Mando e ele o faz, sem soltar uma palavra e afivela o cinto antes de dar partida no carro.

Solto a respiração que nem sabia que estava prendendo.

Pra não ter que trocar mais uma palavra com o Thales, eu tive que deixar a janela quieta e me contentar em observar as minhas unhas. A música da Aaryan Shah - Renegade, começou a tocar e eu franzi o cenho pelo Thales finalmente colocar uma música boa.

Imagens da festa começaram a invadir a minha mente. Eu ainda não lembro como que cheguei em casa e depois de ouvir o Thales falar que eu estava muito bêbada, eu com certeza precisei que alguém me levasse pra casa.

Eu acho que deve ter sido a Ana Liz, ela me mandou muitas mensagens.

Sobre a racha de carros, eu devo confessar que me senti bem correndo. Fazia tempo que eu não segurava num volante, mas decidi que não vou mais correr porque aquilo não é pra mim.

Eu gosto da adrenalina mas não gosto como me sinto depois dela.

O carro parou no meio do caminho e eu franzi o cenho porque já estávamos perto do colégio. Talvez acabou combustível, o Thales por ser tão idiota acho que nem controla os pontinhos.

Olho para os pontinhos e vejo que estão bem completos, então não acabou o combustível. Revirei os olhos irritada. O silêncio dele estava me matando.

- Desce. - A voz do Thales soa e eu franzo o cenho não entendendo.

- O quê? - Pergunto.

- Desce. - Repete e mais uma vez eu não entendo.

- O que você está falando, idiota? - Pergunto irritada.

- Eu mandei você descer do carro. - Explica e eu abro a minha boca num O.

Eu realmente não achava que o Thales fosse tão idiota assim. Me mandando descer já perto do colégio.

- Olha, querida, eu tenho uma imagem que digamos que se forem a me ver a chegar com você no colégio, ela será arruinada. - Confessou e eu tentei não demonstrar o quão puta aquilo estava me deixando.

Eu não conseguia falar mais nada então o Thales continuou.

- Eu não quero que eles achem que eu tenho algo com você, e é óbvio que isso não acontecerá. - Soltou como se aquilo fosse uma estupidez e na verdade aquilo era uma estupidez. Eu segurei o meu queixo para que ele não caísse.

- Eu também não quero que me vejam chegar com você. - É a única coisa que eu consigo dizer. Thales juntou as mãos e sorriu.

- Óptimo, que bom que você não quis arrumar um escândalo. - Eu desafivelei o cinto e abri a porta do carro, saindo do mesmo sem soltar uma palavra.

Thales não disse mais nada e eu observei o seu carro dar partida.

Meu Deus, nunca me senti tão envergonhada.

Continua

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