28_ Os meus ouvidos estão sangrando.

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Torry Jasper

...- Você tem gosto de pecado... Um belo pecado.

Ele falou de uma maneira arrastada, fazendo sua voz soar um pouco mais grossa que o normal.

Abri um pequeno sorriso.

- E como você sabe que eu tenho gosto de pecado? - Inclinei a cabeça para o lado e o Thales sorriu de canto. - Se você não me provou.

- Você quer que eu te prove? - Perguntou genuinamente e eu semicerrei os olhos.

- Antes eu te mato. - Pisquei um olho e o Thales riu.

Será que ele sabe que a sua risada é horrível?

Aos poucos o Thales foi parando de rir e o silêncio começou a se espalhar pelo quarto. Eu cruzei as pernas ouvindo o Thales cantarolar uma música do James Arthur.

O James Arthur é um sentimento mas o Thales parecia querer apagar esse sentimento pois ele cantava que nem um urubu.

- Por favor pare. - Pedi me referindo a música. Estava fazendo o meu ouvido sangrar.

- Com oquê, querida? - Perguntou com um sorriso. O meu olho sempre treme quando o Thales me chama daquela porcaria.

- Você sabe com oquê.

- Ah eu não sei, me diga você. - Insistiu e eu bufei.

- Com a música.

- Por quê? Se você está gostando. - Falou.

- Os meus ouvidos estão sangrando. - Apontei dormente.

- Eu não estava me referindo a você sobre aquilo do pecado, mesmo que você tenha adorado. - Falou e eu encarei ele com desgosto. - Foi uma frase que passou pela minha cabeça.

- Eu não gostei da sua "frase" ela é horrível. - Soltei com veneno.

- Eu penso em você toda noite.

- Ah não. - Encarei ele desacreditada. - Só isso?

- Nem as estrelas chegam perto do seu brilho.

- Esperava mais de você.

- Eu penso tanto em você que decidi desenhar você.

- Se por te beijar tivesse que ir para o inferno, eu iria. Assim poderia me gabar aos demônios, de ter estado no paraíso, sem nunca entrar. - Recitei as palavras do divino e o Thales riu.

- William Shakespeare, isso não vale, você trapaceou. - Acusou e eu sorri de canto.

- Eu nunca falei que as frases seriam minhas. E também nunca vou citar esse tipo de frase, o amor não é lindo. - Declarei.

- O amor talvez não mas eu de certeza sou. - Disse firme e eu revirei os olhos mordendo o lábio inferior.

O Thales se rencostou na parede e desviou o olhar para encarar algo que chamou a sua atenção. Segui o seu olhar e encontrei o vaso de flores que o tio Jeremiah me deu. Eu já tinha esquecido dele.

- O meu pai sempre foi tão carinhoso com você. - Comentou ainda olhando para as flores.

- Deve ser porque eu sou a preferida. - Brinquei e o Thales me encarou ofendido.

- Nem fudendo. - Mordi o lábio inferior passando a mão pela minha coxa. O Thales desceu o olhar para a mão na minha coxa.

Eu bocejei sentindo o meu corpo se tornando pesado.

- Como o Levi morreu? - Perguntou Thales chamando à minha atenção. Tudo deixou de existir pra mim, parecia que eu estava caindo de um precipício com o Thales.

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