09_ Loira oxigenada.

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Torry Jasper

- Torry, é sério, você tem que acordar. - Falou a minha tia e eu resmunguei. A única hora que eu conseguia dormir era a hora que eu tinha que acordar.

Eu não contei para ninguém sobre o meu problema em dormir, nem mesmo para a minha mãe. Eu tenho esse problema desde que o Levi partiu...

Me sentei da cama e encarei a minha tia com olhos de cachorrinhos.

- Tia, eu queria tanto ir pra escola hoje mas, bateu uma saudade da rainha Elizabeth. Que Deus a tenha. - Falei fazendo o sinal da cruz e a Maria Isis riu.

- Mas, você nem a conheceu. - Falou a Maria Eduarda confusa e a Maria Isis revirou os olhos.

- Eu te entendo prima. - Lamentou a Maria Isis.

As meninas já estavam com o uniforme vestido. Eu não sei de onde elas tiram essa animação para ir ao colégio.

- Daqui à dez minutos eu quero vocês lá em baixo. - Avisou a tia Julia saindo do meu quarto.

Levantei da cama com o maior ódio e encarei as gêmeas com desdém, cruzando os braços.

- O que a gente fez agora? - Perguntou a Maria Isis e eu franzi a boca semirrando os olhos.

- Se foi algo de ruim, foi a Maria Isis. - Falou a Maria Eduarda apontando para a sua irmã que fez careta.

- Porquê diabos não me contaram que o idiota do Thales era o nosso vizinho? - Questionei e elas me encararam com um olhar de "E o que isso importa?". - Ele é o meu inimigo. - Expliquei e elas caíram na risada. - Isso não tem graça!

- O Thales é o nosso amigo preferido, Torry. - Falou a Maria Eduarda com um sorriso angelical agora.

- Ele é muito engraçado. - Falou a Maria Isis.

- Ele sempre procura uma maneira de fazer a gente se divertir. - Falou a Maria Eduarda.

- Ele é muito lindo. - Falou a Maria Isis quase suspirando e eu olhei pra ela com desgosto.

- Parem de falar qualidades que o Thales não tem! - Falei indo para o banheiro. - Ah... - Me virei pra elas já na porta do banheiro. - Ele não é bonito. - Falei por fim fechando a porta enquanto as gêmeas começaram a me criticar.

[...]

Deixo alguns livros no cacifo e fecho o mesmo mas soltando um pequeno grito.

A Ana Liz começou a rir enquanto eu me recuperava do meu susto.

- Isso não tem graça. - Falei observando ela cessar a risada.

- Teve sim. - Falou mordendo o lábio inferior. Ela encostou no cacifo e me encarou atentamente. - Eu fiquei a noite toda pensando no que você me falou sobre evitar decepções e se afastar de você. - Comentou e eu comecei a caminhar.

- E? - Perguntei vendo ela caminhar comigo, do meu lado.

- Bom, eu acho que com você eu vou adorar decepções. - Falou e eu encarei ela com um sorriso, ainda caminhando.

- Vai por mim, você vai odiar as minhas decepções. - Falei virando para um corredor junto com a Ana.

Todos me encaravam como se eu fosse diva — não realmente como uma diva. Não que eu não seja, é que era estranho.

No meu antigo colégio eu era odiada, e não só por meninas, mas por meninos também. As meninas me odiavam porque eu não andava com nenhuma delas, e os meninos porque eu os rejeitava muito ou porque eu os usava de brinquedos.

O Meu Adorável Inimigo Onde histórias criam vida. Descubra agora