18_ Guerra de comida!

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Torry Jasper

...O som de um tapa soou por todo refeitório e eu podia jurar que a pessoa que recebeu o tapa tinha ficado com a cara amassada.

Virei para o lado em que se ouviu o tapa e vi duas garotas, gostaria que fossem as líderes de torcida mas não eram, uma das meninas estava com a mão no rosto e a outra a encarava com ódio no olhar.

- Não se meta mais com o Lucas. - Avisou a garota para aquela com a mão no rosto que não sei o nome, eu vou chamar ela de bochechuda.

A garota que bateu a bochechuda levou um chute na barriga e cambaleou até a parede. Abri a boca chocada, nossa, isso está ficando bom.

Espera... Elas estão brigando por um garoto? Patético.

- Você que não deve se meter com o Lucas. - Rectrucou a bochechuda. - Ele é meu! - Todos estavam prestando atenção no show, um garoto estava até comendo pipocas enquanto as encarava.

- Onde é que ele apanhou aquelas pipocas? - Perguntou Quinlan curioso.

- Isso sempre acontece? - Perguntei e a vibrador deu de ombros.

- A cada três meses.

Voltei a encarar as garotas que agora estavam se puxando cabelo. Fracas demais. Voltei a encarar o meu prato e comecei a comer as minhas batatas.

- Os seus pais sabem que você conhece um vibrador? - Perguntou o Quinlan com um sorriso malicioso.

- Não sei, acho que eles morreram sem saber. - Respondi calmamente, eu não queria que me enchessem de perguntas e acho que os respondendo com tranquilidade é o melhor a fazê-los entenderem.

- Sinto muito... - Disse Quinlan quase num tom de sussuro. O clima tinha ficado pesado e eu não estava disposta a aturar isso.

- Com quem você mora? - Perguntou Ana Liz.

- Com os meus tios e as minhas primas.

- Você não tem irmãos?

- Será que podemos parar de falar de mim? - Pedi seriamente e eles assentiram. Eu não quero que ninguém aqui saiba da minha vida, é melhor assim. - E vocês têm irmãos?

- Eu sou filha única.

- Eu também.

- Chega! A gente tem que perguntar ao Lucas de quem que ele gosta. - A nossa atenção foi voltada para as meninas que andaram até uma mesa onde se encontrava um garoto sentado com três garotos. Acho que esse era o Lucas. De longe dava pra ver que ele era um hétero top.

As meninas pararam a frente do Lucas que encarou elas sem reação.

- Lucas, você gosta de mim ou dela? - Perguntou a bochechuda.

O Lucas limpou a garganta alto antes de responder.

- De nenhuma das duas. - A sua resposta fez com que algumas pessoas rissem, outras murmurassem.

- Essa doeu. - Murmurou Quinlan.

As garotas pareceram estar chocadas e furiosas. Em um movimento que fez os meus olhos arregalarem, a do tapa pegou um cupcake e lançou na direção do hétero top.

Por azar o hétero top conseguiu desviar do cupcake que atingiu o garoto que estava sentado ao lado do Luquinhas. Eu abri um enorme sorriso ao ver aquilo, isso não podia piorar.

O garoto se levantou e encarou o Lucas, ele pegou um monte de batatas na mão e as atirou na cara do Lucas. O Lucas se levantou furioso, pegou algumas panquecas e tentou atirar na cara do garoto ao seu lado mas falhou miseravelmente e atingiu uma garota lá no fundo que imediatamente levantou e subiu na mesa.

- Guerra de comida! - Gritou e o pessoal ficou animado e começou a tacar comida em qualquer um.

- Merda. - Resmungou Ana Liz. - Pra baixo, vamos. - A gente refúgio-se em baixo da mesa esperando que o pessoal se acalmasse.

- Esse é o meu melhor dia nesse colégio. - Contei animada e eles riram. Eu realmente não esperava que isso pudesse acontecer. 

- Espere até o meu pai chegar. - Falou Ana Liz e eu ri ainda mais.

- Ele vai ficar calvo. - Brinquei e a Ana Liz curvou os lábios para baixo.

- Ele já é calvo. - Contou horrorizada.

Arregalei os olhos desacreditada, aquele senhor todo bonito é calvo?

- Fala que é mentira, por favor. - Pedi e ela negou com a cabeça.

- Ele usa peruca. - Explicou e eu arregalei os olhos mais do que podia, eles de certeza vão cair depois dessa. Senti os meus pelos do cú se arrepiarem com essa notícia. Ele soube me enganar direito.

- Que crueldade, hoje em dia não se pode nem acreditar em senhores bonitos. Eu já não quero o seu pai por uma noite ou um por dia. - Falei lamentando o meu sofrimento.

- Ei! - Protestou ela.

- Ninguém...

- Será que vocês podem parar de falar essas coisas e realmente focar no que interessa, como escaparmos daqui sem sermos atingidos por comida! - Gritou Quinlan chamando à atenção de todo mundo.

- Me explica porque você ainda continua com a gente, Quinlan. - Disse Ana Liz entre dentes.

- Merda... Corram! - A gente saiu da mesa feito um jato e correndo para a entrada do refeitório.

Quinlan e Ana Liz passaram pela porta e só faltava eu, mas quando eu estava prestes a passar pela mesma senti o impacto doce na minha cara, aquilo tinha gosto a doce. Eu travei, eu passei a minha mão pelo meu rosto, eu vi as minhas mãos com creme branco, chantily, merda. Como eles acertaram o meu rosto se estavam atrás de mim?

Que macumba foi essa?

Virei o meu corpo lentamente e vi um garoto atrás de mim sorrindo igual um sapo com dentes. Eu não estava brincando, eu só estava rindo deles. Vi uma maçã na mesa ao lado e peguei a mesma com ódio.

Eu odeio estar suja, essa não é a minha praia, caramba, eu não estava brincando.  

Com força e com muito ódio eu lancei a maçã na testa do garoto que estava sorrindo e o mesmo caiu batendo a cabeça forte no chão. Essa é a força que devo usar pra bater no Thales.

Uma garota começou a gritar e a correr até mim. Ela parecia uma louca desesperada, acho que hoje serei enterrada junto com os meus pais.

Antes que a garota me jogasse um iogurte uma voz assustadora soou.

- O que está acontecendo? - Gritou o director soltando fogo pelas orelhas.

Isso realmente podia piorar.

Continua

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o se esqueçam de marcar na estrelinha ;)

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