Torry Jasper
...Arregalei os olhos assustada vendo o Thales fuzilar o idiota com o olhar.
Demorou pouco tempo para eu processar esse acto repentino do Thales e empurrar ele com as minhas minúsculas mãos mesmo não obtendo nenhum resultado, ele não se moveu nem um centímetro.
O mesmo virou o rosto rapidamente, a sua mandíbula travada, as veias pulsando na sua testa, os punhos cerrados, o seu rosto demonstrando puro ódio.
Ele queria me deixar com medo é? Nem mesmo bêbada eu consigo deixar de odiar o Thales. Isso quer dizer que até em mil vidas eu o odiarei.
Voltei a empurrar o Thales, grunhindo. O mesmo se manteve intacto e ainda me encarando com aquele olhar estúpido.
- Qual é o seu problema, idiota? - Gritei quase caindo, eu realmente estou muito bêbada. Mas eu precisava me manter firme diante do cara de buceta. - Você acha que eu preciso da sua ajuda? Eu posso cuidar de mim mesma! - Gritei novamente e o semblante do Thales mudou, ele franziu o cenho e me encarou de cima à baixo.
- Você acha mesmo que eu bati nesse cara só pra defender você? - Perguntou num tom de deboche e eu senti algo queimar no meu peito.
- Então porquê você bateu nele?
- Porque ele estava me devendo. - Falou óbvio e apertei os meus punhos. - O mundo não gira a sua volta, patética. - Despejou e eu bufei irritada.
Eu realmente não entendo o motivo dele infernizar tanto a minha vida... Ele só quer a minha atenção de certeza.
Vou me virar e continuar a dançar, hoje só eu existo.
Me virei e continuei a dançar como uma louca mas depois algo me impediu de dançar, uma mão agarrou a minha cintura e me colocou no ombro. Eu encarei desesperada a mão, não entendendo mais nada.
- Harry Styles? - Perguntei num tom mansinho, vendo as pessoas pararem de dançar para me encararem.
- Thales, não jogue ela na ponte por favor. - Assim que a voz da vibrador soou, eu ergui a cabeça rapidamente.
- O quê? - Gritei me apercebendo que quem estava me segurando não era o divino Harry Styles mas sim o cabeça de piroca. - Me solta seu tarado! - Gritei me debatendo e senti o meu corpo se movimentar a cada passo que o escroto dava. - É uma ordem palhaço.
O Thales me largou no chão e eu semicerrei os olhos para o mesmo que me encarava de cima sem reação.
Eu apontei o dedo para a cara do Thales, na verdade eu acho que apontei, eu não estou tendo noção de nada. Eu sinto que estou mole.
Caramba, estou começando a desprezar a bebida e amando o Thales.
Espera aí...
Estou começando a desprezar o Thales e amando a bebida.
Não...
Eu sempre desprezei o Thales e não estou amando a porra da bebida.
- Você é um arrombado. - Xinguei o primeiro insulto que me veio em mente me aproximando do Thales. - Porquê está me tirando da festa? Pra onde você vai me levar? Você quer me sequestrar? - O mesmo dedo que eu estava usando para apontar ele, eu usei para tocar o seu peito duro.
Thales abaixou o olhar para o dedo no seu peito antes de levantar o olhar para o meu rosto.
- Você está muito bêbada e é por isso que eu vou te levar pra casa. Eu gostaria muito de te mandar pro quinto dos infernos mas adivinha? Eu não posso. - Sorriu falsamente e eu arqueei a sobrancelha.
- Porquê não pode? Eu faria isso com você sabia? - Thales sorriu de lado.
- Eu sei que você faria isso, porque você é uma linda diaba.
Eu revirei os olhos.
- A Ana Liz ameaçou contar a minha mãe se eu não levasse você pra casa. - Contou agora com o olhar frio. - Anda, entra no carro.
- Tudo bem. - Enquanto eu abria a porta do carro, eu escutei o Thales murmurar.
- Acho que prefiro você assim, bêbada.
Levei uns 10 segundos para processar tudo e abrir a minha boca num O. Eu fiz o que o Thales mandou...
- Você não manda em mim. - Virei o meu rosto para o Thales assim que o mesmo entrou no carro.
- Posso não mandar na Torry sóbria e chata, mas na Torry bêbada eu mando de certeza. - Debochou e antes que eu abrisse a minha boca pra responder ele disse. - Agora fique quieta e me deixe dirigir. - Mandou antes de dar a partida no carro e acelerar, fazendo com que eu me afundasse no assento.
[...]
Caralho, nunca pensei em ver dois Thales.
- Porquê vocês são dois? Terei que te odiar quantas vezes, Thales?
Os dois Thales me ajudaram a descer do carro agarrando o meu braço. A gente estava na casa dos meus tios e foi um processo para entrar na mesma pois o Thales ficou tocando a campainha por uns cinco minutos até eu lembrar que eles não estavam e que eu tinha as chaves comigo.
O Thales ficou me xingando até chegarmos nas escadas.
- Você tem mesmo uma cabeça oca. - Sussurou e eu gargalhei.
- Vai se foder, filho do capeta extraordinário. - Falei rindo e o Thales parou de andar fazendo com eu parasse também. - O que foi? - Encarei o mesmo confusa.
Ele sorria de canto como se algo naquele momento tivesse lhe agradado. Estávamos no escuro e eu tinha acesso a pouca luz, graças a luz que escapava de algum lugar. Estremeço quando sinto o cheiro do perfume do Thales invadindo as minhas narinas intensamente.
Porquê justo naquele momento?
- O que você disse? - Perguntou quase num tom de sussuro, se aproximando ainda mais de mim. Ele estava tão perto que eu não conseguia sentir as minhas pernas, era como se qualquer toque dele pudesse me fazer rebolar nessas escadas.
Agarrei no corrimão temendo isso, eu espero que eu esteja assim apenas por estar bêbada, não por outra coisa. Não... Eu estou assim apenas por estar bêbada.
- Como assim? - Soltei a pergunta hesitante. Parte da luz era direcionada para os olhos do Thales, droga... Eles são mesmo lindos...
Só eles...
- Eu sou extraordinário? - Assim que ele soltou a pergunta eu revirei os olhos.
Ele conseguiu se tornar tão atraente apenas porque eu chamei ele de extraordinário.
Eu não disse isso...
- Filho do capeta extraordinário. - Corrigi e o Thales inclinou um pouco a cabeça para o lado.
O meu lábio tremeu.
- Eu sempre achei que eu era extraordinário mas agora que você disse, eu tenho a certeza.
Continua
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Não se esqueçam de marcar na estrelinha ;)
Pq ele é assim?
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O Meu Adorável Inimigo
Ficção AdolescenteTorry Jasper talvez não tenha se animado tanto em viver com os seus tios na Califórnia, e talvez eles se surpreendam ao descobrir o quanto a sua sobrinha sofre com o seu passado. A sua vida se tornou um desastre e ainda mais quando reencontrou o seu...