Torry Jasper
...Daubrey.
A caminhada até nós foi rápida. O seu corpo sendo banhado por olhares confusos e surpresos que incluíam o olhar do Thales e eu. A mão do Thales deslizou pelos meus cabelos castanhos dourados e foi até a minha cintura, onde ele se recusou a soltar, hesitante, mesmo quando a Daubrey estava na nossa frente.
Uma onda de frio passou pelo meu corpo quando senti vários olhares sobre nós.
- É sério... - A Daubrey desceu o olhar da minha boca avermelhada pelo beijo até a mão reconfortante na minha cintura. - Isso?
Os meus olhos piscaram confusos, lubrificando os lábios para protestar.
- Vocês andam mesmo trepando. - Ela soltou, fazendo os meus lábios voltarem a se juntar e qualquer coisa que eu pretendia dizer, ficou presa na minha garganta. Os meus olhos se arregalarem levemente, fazendo eu engolir em seco. A mão do Thales ficou firme com o aperto dos seus dedos por cima da minha camiseta.
O corredor que estava preenchido por sussuros ficou preenchido por um silêncio total. Vários olhares caíram sobre mim e o Thales, fazendo eu passar os olhos pelo corredor cheio de pessoas.
- Daubrey, não se atreva a fazer nada do que você está pensando. - O Thales avisou se virando para a Daubrey.
O meu estômago se revirou na medida que o meu coração explodia acelerado no meu peito.
- O quê? - A Daubrey se virou para o Thales, encarando ele desacreditada. - O que deu em você, Thales? Você não vê que essa garota é uma vadia? - Gritou se virando para o Thales e eu apertei os punhos com raiva.
- Daubrey. - A voz do Thales soou como um aviso para que ela parasse, mas era óbvio que ela não ia parar. A Daubrey tinha acabado de explodir e ela queria arrastar alguém para o seu inferno, e esse alguém sou eu.
Mas o que ela não sabe, é que eu sou o próprio demônio.
- Essa cachorra não era a sua inimiga mortal? Agora você quer defender ela? - Ela soltou uma risada exasperada e eu vi o Thales cerrar a mandíbula.
- Não me subestime, Daubrey. Você conhece muito pouco do que eu realmente sou, e vai por mim, você vai odiar conhecer o resto. - Avisei sentindo o meu sangue ferver. Eu estava me segurando para não quebrar a cara dessa garota porque eu sei que é isso que ela quer. Quer que eu perca o controle.
- É claro que eu vou odiar, você roubou o meu namorado! - Disparou e o Thales apertou ainda mais a minha cintura.
- Eu não sou o seu namorado e você sabe muito bem. - Thales disse e a Daubrey se virou para ele furiosa.
- Você não vê que eu te amo e ela não? - Daubrey questionou encarando ele como se fosse uma maníaca.
Louca.
- Palavras não amam ninguém. - Disse Thales e a Daubrey se virou para mim com mais ódio.
- Eu não vou brigar com você, Daubrey. Você não vê que está sendo ridícula? - Falei vendo as pessoas cochicharem.
- Ridícula é você que rouba namorados apenas para usar eles. - Acusou e eu franzi o cenho.
- Como você tem coragem de falar isso mesmo depois de ter me traído? - Thales olhou para ela incrédulo e o desespero tomou conta da Daubrey. Ela olhou ao redor enquanto as pessoas encaravam eles surpresos.
Ninguém sabia que eles tinham terminado porque a Daubrey chifrou o Thales.
- Fala baixo. - Daubrey sussurou para o Thales que soltou uma risada desacreditado.
- Eu aceitei não contar a ninguém que você me traiu, tudo para não estragar a sua querida imagem mas já deu Daubrey... Eu estou cansado de você. - Thales cuspiu e a Daubrey engoliu em seco se encolhendo.
Eu não acredito nisso. Ela é uma grande vadia.
A Daubrey apertou os punhos e a sua expressão mudou para o ódio.
- Cansado de mim? Ela... - Apontou para mim. - É uma vadia e ela sim está cansada de você. - Falou e o Thales passou a mão pelo rosto frustrado. - Eu sei que você dorme com ela no quarto dela porque a princesinha não consegue dormir porque tem pesadelos com a morte dos papais. - Ela soltou debochada e eu arregalei os olhos assim como o Thales.
- Do que você está falando? - Eu perguntei chocada desejando não ter escutado direito.
A Daubrey abriu um sorriso diabólico.
- Sim, queridinha, eu sei de tudo. - Ela declarou e eu senti o meu coração acelerar ainda mais no meu peito.
O Thales apertou a minha cintura numa tentativa de me acalmar mas aquilo era impossível.
- Como você...
A Daubrey me interrompeu.
- Por que não procurou um ursinho de pelúcia pra dormir com você ao invés do meu namorado? - Soltou exasperada e eu revirei os olhos.
- Daubrey, já chega. - Avisou o Thales dando um passo na direção da Daubrey, intrigado. A sua mão se afastou da minha cintura.
- Não, não chega. - Disse irritada. - Ela te contou da conversa que ela teve com a Ana Liz? - Ela quase riu.
O Thales segurou os ombros da Daubrey, em uma tentativa de acalmar ela e arrastar a mesma para outro lugar longe das pessoas.
- Que conversa? - Questionei confusa e irritada, também dando um passo na direção deles.
- A conversa no banheiro, que você contou a ela que o Thales dorme com você todas as noites. - Ela elevou o tom da voz, me fazendo travar. - A Jade pode explicar isso melhor.
- O que você está... - O Thales parou de falar quando vozes começaram a soar nos altifalantes do colégio.
A minha voz e a da Ana Liz.
- Eu não suporto o Thales e claramente eu só estou usando ele para conseguir dormir. Não me olha assim porque ele está se deixando ser usado.
- Ele está te ajudando. Ele está se sacrificando todos os dias por você.
- Ter alguém que sangra por mim diminui o meu sofrimento.
- Eu não gosto dele, Ana Liz! Se não fosse essa situação com os pesadelos, eu não estaria nem falando com o Thales.
Por segundos eu senti tudo congelar. Tudo em mim parecia ter parado de existir.
Todos escutaram. Ele escutou.
O Thales se virou para mim, no mesmo estado de choque e pânico que eu estava. O momento em que o seu pescoço se moveu, permitindo que o seu rosto fosse voltado para mim, foi lento, quase hesitante e carregado de choque e desilusão. .
Eu detalhei cada mudança no seu rosto quando ele notou as minhas expressões denunciando a culpa e o choque. As suas sobrancelhas se ergueram, tomando a realização, e a sua garganta demonstrou quando ele engoliu seco. Ele prendeu a respiração.
Eu lutei para não desviar o olhar, não suportando o sentimento de que eu estava observando um coração se quebrando. As minhas sobrancelhas foram franzidas e os meus lábios se separaram pelo breve desespero que me atingiu.
O olhar do Thales era de choque e decepção. Ele parecia magoado e eu quis gritar para que ele não desabasse aqui e agora. Eu não seria capaz de o ver desabar se não desabasse também. Eu não seria capaz de observar o seu coração se quebrar por mim. Eu estava errada quando disse que ter alguém que sangra por mim diminui o meu sofrimento, porque ver o Thales sangrando por mim não diminui o meu sofrimento, ao contrário, ele só aumenta.
Continua
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O Meu Adorável Inimigo
Ficțiune adolescențiTorry Jasper talvez não tenha se animado tanto em viver com os seus tios na Califórnia, e talvez eles se surpreendam ao descobrir o quanto a sua sobrinha sofre com o seu passado. A sua vida se tornou um desastre e ainda mais quando reencontrou o seu...