58_ Borboletas.

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Torry Jasper

...O Thales não estava demorando porque estava cagando peixe mas sim porque estava se pegando com a Daubrey.

Os braços da Daubrey estavam a volta do pescoço dele. Ele encarava ela sério enquanto ela sorria divertida.

Eu estava um pouco distante e por isso não estava conseguindo ouvir o que eles estavam falando.

Senti um nó na garganta e um pouco de raiva. Eu apertei os punhos e travei a mandíbula. O que aquele corno está fazendo com ela? Ele vai mesmo aceitar outro chifre?

Que idiota, pensei que fosse mais inteligente. Pelo visto estava enganada. Mas não me interessa o que aquele idiota deixa de fazer, afinal, a sua vida nunca me interessou.

O Thales afastou os braços da Daubrey do seu pescoço e eu virei para trás quando ouvi duas meninas me chamarem.

- Oi, Torry. - Acenaram para mim sorrindo.

Eu virei para encarar o Thales e a Daubrey que agora estavam encarando a gente. A Daubrey me encarava com desgosto e o Thales sem reação.

Eu voltei a encarar as meninas e saí de lá às pressas. Eu sentia o meu peito apertar e uma vontade enorme de esmagar alguém.

Andei por vários corredores e encarando todo mundo com cara fechada.

- Merda. - Murmurei quando entrei na sala. - Cachorro, imundo, corno, fodido do caralho.

Grunhi colocando as mãos na cintura.

- Eu não sou um fodido. - A sua voz soou e eu virei rapidamente para encarar ele. Ele me encarava com uma mistura de indignação e confusão.

- O que faz aqui? - Questionei. - Não deveria estar com a loira?

Ele sorriu de lado e cruzou os braços ainda encostado na batente da porta.

- Que loira? - Fingiu demência e eu cerrei a mandíbula.

- Saia daqui. - Mandei. - Eu quero ficar sozinha.

Ele descruzou os braços e se afastou da batente da porta, a fechando em seguida. Ele se virou para mim e caminhou passos lentos até mim.

- Não. - Disse chegando mais perto de mim. - Você não quer ficar sozinha. - Falou parando bem na minha frente. Nós estávamos a centímetros de distância, eu sentia a sua respiração bater contra a minha testa. Eu ergui o queixo em confronto e cruzei os braços sentindo os mesmos tocarem o seu peito.

- Quem você pensa que é? - Perguntei irritada sentindo o aroma do seu perfume invadir o meu espaço.

- Eu já disse que você fica fofa brava? - Eu revirei os olhos. - Eu não tenho nada com a Daubrey.

- Eu não te perguntei. - Sorri falsa.

- Ela que me seguiu até o banheiro. - Disse e eu suspirei descruzando os braços.

- Por que está me falando isso?

Ele tocou o meu rosto com as suas mãos.

- Porque eu não quero que pense nada de errado. - Replicou e eu franzi o cenho.

- E o que importa o que eu penso?

- Tudo, querida. Tudo. - Respondeu e eu quase me quebrei com o tom delicado da sua voz.

- Pare com isso, Thales. - Pedi.

Algo estava acontecendo dentro de mim e eu posso garantir que não era legal. O Thales tinha um efeito absurdo sobre mim e não sei se isso é bom ou é ruim.

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