O Meu Adorável Inimigo

31_ De mansinho arrependido para o idiota com o ego ferido.

Torry Jasper

Faltavam apenas dois minutos para tocar e eu ainda não tinha acabado de fazer o teste surpresa. E não é de uma disciplina qualquer, é a disciplina de matemática.

Eu estou começando mal a semana, primeiro aquilo do carro com o Thales, agora um teste surpresa de matemática e depois oquê, o colégio todo pegando fogo? Bem que não seria nada mal...

Se for pra eu me queimar como uma gostosa que sou, tudo bem. As vezes acho que o meu ego é alto, mas graças a Deus eu sou bem humilde.

Eu estiquei o meu pescoço e tentei copiar descaradamente na prova do Thales mas o professor estava olhando muito para mim. Então virei para o lado para tentar pedir ajuda para a Coroína mas eu não conseguia ver nitidamente a sua prova e quando pedi que ela articulasse os lábios, eu me dei conta que não sabia ler lábios.

Pra quê que eu sirvo mesmo?

O único que me resta é ficar de joelhos... E rezar.

Bufei quando o sino começou a tocar e me levantei da carteira para ir entregar a prova.

Olho de canto para a prova do Thales para que ele não percebesse que eu sou mesmo burra.

- Torry. - A voz do professor soa eu sorrio amarelo. Eu pensei que ele não conseguisse me ver por conta dos alunos que estavam entregando a prova.

Ando até a secretaria do professor e hesito um pouco em entregar a prova, o professor pega o papel mas eu não estava conseguindo soltar. Ele puxa com força e eu fico com medo de entregar mas acabo cedendo.

- Estude mais, menina Torry. - Aconselha e eu sorrio amarelo.

Frustrada saio da sala mas paro perto da porta quando alguém me chama. Olho para trás e vejo a Coroína andando até mim.

- E aí, como foi a prova? - Pergunta e eu gemo começando a andar com ela.

- Horrível. - Respondo sinceramente e a Coroína me encara apreensiva. - Eu não consegui nada, só acertei o meu nome mesmo.

Coroína solta uma pequena risada.

- Não se preocupe você vai recuperar. - Tenta me animar.

- Se fosse geografia tudo bem, mas matemática? Porra, aquilo sequer faz sentido. - Resmungo enquanto escutava a Coroína rir.

- Torry! - Uma voz feminina grita chamando pelo meu nome e eu me viro para trás encontrando a Ana Liz correndo até mim. Ana Liz corre que nem um pato. - Oi... - Fala já perto de mim e respirando pesadamente.

Abro um sorriso franzindo o cenho.

- Tudo bem?

- Sim, e você?

- Também.

Ela olha para a Coroína.

- Oi. - Acena e a Coroína sorri timidamente.

Pessoas tímidas são tão chatas.

Ai não, acho que sou um pouco má. Me perdoem pessoas tímidas.

- Oi, eh... Eu já vou, nos vemos na sala. - Ela sai andando e eu volto o meu olhar para a Ana Liz.

Ela agora tinha uma expressão curiosa.

- Porquê não atendeu as minhas chamadas? - Pergunta e eu mordo o lábio inferior pensando numa desculpa.

- Eu estava com uma ressaca das piores e não deu pra mexer no celular.

Ela cruza os braços e murmura um "hmm".