23_ Nem os demônios se machucam tanto assim.

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Torry Jasper

- Merda, merda, merda... - Murmurei irritada, eu não estava gostando nada daquilo. Eu estava limpando a mesa do canto com tanta força que até chegava a deixar os meus dedos vermelhos de tanto pressionar eles contra a mesa mesmo sobre o pano.

- Nem os demônios se machucam tanto assim. - A voz do Thales soou e eu senti a minha raiva aumentar. A Coroína não pode ficar comigo, ela falou que o seu pai a estava esperando.

Ela seria a minha testemunha, saberia do esforço enorme que eu estava fazendo para não ter que enfiar a porra da cadeira na boca do Thales.

Aperto o pano em minhas mãos e levanto o olhar para o Thales. A gente está aqui só faz uns 10 minutos e o Thales já limpou duas prateleiras, agora está limpando uma cadeira. E olha que tudo está ficando limpo.

Ele é tão bom no que faz assim? Não, óbvio que não é.

Por uns segundos vi o Thales encarar as minhas pernas nuas e eu senti o meu corpo esquentar. Ele pareceu ter saído de um transe e levantou o seu olhar para o meu rosto. 

- Eu sou pior que um demônio, Thales. - Soltei com desdém.

- Eu sei, querida, os demônios com certeza beijam os seus pés. - Disse Thales sem nenhuma expressão em seu rosto.

- Assim como você adoraria beijar os meus. - Brinquei e esperei o Thales negar e me encarar torto mas ele não fez isso, ao contrário, ele continuou me encarando com o rosto neutro, eu não sabia dizer se ele estava bravo e isso me irritava.

Desviei o olhar do Thales e fui limpando a cadeira do meu lado.

- Ah... - Levantei o olhar para o Thales que ainda estava na mesma posição. - Não me chame de querida. - Mandei e ele sorriu de lado.

O sorriso dele combinava muito com o seu olhar.

- Se não oquê? Vai me dar uma surra de novo? - Debochou e eu sorri de lado.

- Então você admite que eu dei uma surra em você. - O seu sorriso logo sumiu demonstrado raiva. - Não me provoque Thales.

- Me fale, querida, vai fazer oquê? - Perguntou dando lentos passos em minha direção. Apertei as minhas mãos em punhos cerrados e travei a mandíbula, sentindo o meu sangue ferver. - Me diga, qual é o problema de eu chamar você de querida, querida? - Ele perguntou com veneno.

- Não brinque com o fogo Thales se não quiser se queimar. - Avisei e o Thales abriu ainda mais o sorriso. Ele estava gostando de me ver irritada, ele sempre gostou disso.

- E se eu quiser me queimar? - O Thales estava ficando cada vez mais perto e se eu não fosse humana eu estaria soltando fogo pelo nariz.

Eu recuei quando vi que o Thales estava ficando muito perto. Eu não quero pegar nenhuma doença dele não.

Eu travei ainda mais a mandíbula quando senti as minhas costas tocarem a parede.

- Eu queimarei cada pedacinho de você... - Falei quase num tom de sussuro quando senti o calor do Thales, o seu corpo não estava me tocando mas ele estava tão perto que fez com que eu fechasse os meus olhos com força quando senti o seu belo perfume invadir as minhas narinas.

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