56_ Você tem outra coberta?

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Torry Jasper

Isso de certeza nunca esteve nos meus planos. Faz uma hora que eu acordei e não tenho feito nada além de olhar para Thales enquanto ele dorme.

Deve doer para o Thales ser tão bonito assim. Eu até entendo o seu egocentrismo.

São cinco da manhã e eu sabia que o Thales deveria acordar e ir embora antes que os meus tios chegassem mas eu estou com medo de acordar ele e olhar no fundo dos seus olhos, não depois do que fizemos ontem. Foi tão bom que teve consequências.

Eu não sinto as minhas pernas e pior, eu tenho marcas de chupões por todo o meu corpo. Eu não sei como é que vou esconder isso dos meus tios e das minhas primas.

Uma das razões que me fez acordar foi porque eu estava prestes a cair da cama por causa do espaço minúsculo que o Thales deixou. Esse garoto não sabe dormir.

Virei para o outro lado da cama e fechei os olhos. De um jeito lento, aproximei o meu corpo para o meio da cama.

Os meus olhos foram abertos rapidamente quando senti que tinha acabado de pressionar a minha bunda contra o corpo do Thales, fazendo ele soltar um grunhido perto da minha orelha, e suspirar contra meu pescoço.

- Eu te machuquei? - Perguntei desejando que a resposta fosse "sim".

- O oposto, na verdade. - Ele sussurou com a voz grossa e arrastada de quem tinha acabado de acordar, enviando arrepios por todo o meu corpo, e ainda me fazendo sentir a sua respiração contra o meu pescoço.

Eu arregalei os olhos levemente, fazendo uma careta logo em seguida.

- Eu já mencionei que todas as noites eu quase morro congelado porque você sempre rouba a coberta? - Ele reclamou após eu puxar a coberta mais para cima.

Eu ergui as sobrancelhas surpresa.

- Eu já mencionei que eu luto pela minha vida todas as noites para não cair da cama com o espaço minúsculo que você deixa. - Argumentei de volta, ainda de costas para o Thales e senti ele suspirar desacreditado atrás de mim.

O Thales puxou a coberta para ele e o meu corpo foi junto fazendo que nós estivéssemos tão próximos. O Thales abriu um sorriso e eu senti uma onda leve e fria no meu estômago.

- Eu sei que sou um íman para as garotas mas nunca achei que fosse pra você. - Brincou e eu revirei os olhos.

Ele não deveria falar que eu não sou uma garota depois dele ter enfiado a sua língua na minha siririca ontem.

- O destino insiste em nos juntar. - Franzi o cenho e o Thales colocou a sua mão na minha cintura.

Eu apertei as minhas pernas sentindo o efeito que o Thales provocou em mim.

- E você não gosta? - Questionou descendo a sua mão até o meu quadril, me encarando como se estivesse me estudando.

- Visto que a força do destino resultou em nós dois no meu quarto, na mesma cama e sem roupa, não. - Respondi.

Aquilo era mentira mas o Thales não precisava saber.

- Tem certeza? - Perguntou com a mão perto da minha intimidade.

Eu abri levemente a boca começando a respirar da mesms quando senti o ar me faltar e a temperatura no meu corpo aumentar.

- Tenho... - Respondi baixinho tendo medo de gemer no final.

- Seja uma boa menina, querida. Fale a verdade. - Falou fazendo movimentos circulares ainda na área e involuntariamente as minhas mãos tocaram o seu peito nu o que fez o Thales sorrir.

O meu peito subia e descia na velocidade da luz.

Eu engoli em seco.

- Eu não sei falar a verdade. - Sussurei afastando as minhas pernas uma da outra e no fundo eu sabia que era pra deixar o caminho livre para o Thales.

O Thales me olhou divertido aproximando a sua mão da minha intimidade.

Eu mordi o lábio inferior e fechei os olhos.

- Que pena. - Falou retirando a sua mão e a colocando na minha cintura novamente. Eu abri os olhos rapidamente e encarei o Thales com ódio. - Eu soube que você e a Ana Liz são amigas. - Comentou ignorando a minha expressão de ódio.

- Ana Liz tem uma boca enorme. - Falei sentindo o Thales desenhar com os dedos na pele da minha cintura.

- Ela está muito feliz. - Falou e eu deixei escapar um sorriso. - E pelo visto, você também. - Disse e eu desfiz o sorriso.

Ficamos um tempo nos encarando até que eu quebrei o silêncio.

- Ontem você falou aquilo sobre eu ser perfeita... - Comecei, levando a minha mão até a nuca dele e começando a fazer carinho. - Por quê? - Perguntei curiosa.

Eu estava fazendo carinho no Thales. Eu não sou de fazer carinho em pessoas e também estava deixando o Thales me tocar mais do que ele devia. Por que sinto que com ele é tudo diferente?

- Porque gosto de tudo que vem em você e também gosto o que está em você. - Falou fixando os seus olhos nos meus e eu senti as minhas bochechas queimarem.

Eu arregalei os olhos e puxei a coberta para me cobrir assim que levantei da cama mas tive uma surpresa ao fazer aquilo.

- Você tem outra coberta? - Perguntei quase chocada e o Thales deu de ombros.

- Eu não ia morrer congelado. - Falou e eu neguei com a cabeça indo em direção a porta. - Pra onde você vai?

- Eu vou levar as nossas roupas que ficaram na cozinha. - Falei abrindo a porta.

- Eu não deixei nenhuma roupa, eu levei a minha camiseta antes de sair de lá.

- Podias ter me avisado para levar a minha roupa! - Gritei fechando a porta. Eu desci às escadas e caminhei até a cozinha onde encontrei as minhas roupas no chão. Eu apanhei as mesmas e comecei a correr assim que ouvi o carro do meu tio estacionar na garagem.

Eu deixei o meu calção cair num dos degraus e apanhei o mesmo voltando a correr. Se eles me vissem assim, ficariam com trauma depois de me perguntarem porquê eu estava assim.

Assim que eu cheguei na porta do meu quarto eu abri a mesma.

- Eles chegaram... - Eu parei de falar quando não vi ninguém no meu quarto. Eu procurei com o olhar até que vi a janela aberta.

Ele se foi.

- Quem fez esse macarrão? - Ouvi o meu tio gritar e eu arregalei os olhos.

Continua

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