RUMIA GREEN
Eu observo o corpo caído de Berlingam, eu fiquei tão furiosa com suas palavras, por mais verdadeiras que fossem, então eu planejei meu próximo passo, eu coloquei sabão no chão para assim que ele percebesse que estou no banheiro tempo demais, arrombasse a porta e escorregasse, eu controlo a minha respiração e puxo a arma na cintura de Berlingam, eu também pego um spray de pimenta, eu achei ele nas gavetas do banheiro, me certificando de que ele está vivo eu saio do banheiro passando devagar por ele, eu bato a porta e quando um dos guardas abre eu coloco o spray em seus olhos, ele grita antes de pegar sua arma mas eu sou rápida demais e dou um tiro silencioso em seu pulso, ele grita mais uma vez e eu dou um chute com a minha perna boa, sangue escorre mas eu não ligo, eu corro descendo apressada as escadas.
Graças a Deus aqui em baixo não tem ninguém, sei que tem guardas lá fora, eu olho para cima uma última vez rezando para Berlingam não morrer porque sua morte seria a minha, com certeza e Melanie nunca me perdoaria por matar o irmão de seu namorado, eu encontro a enorme cozinha e porcuro algo para me defender, eu pego uma faca e coloco no bolso na calça de moletom, pelo menos tenho três armas, eu saio pela porta dos fundos devagarinho e xingo mentalmente qunando vejo um dos homens parado com uma arma pendurada em sua mão, eu suspiro tentando não fazer barulho ao passar por ele de fininho, no outro canto avisto mais três guardas, eu poderia atirar em todos eles.
Um trovão atravessa o céu e eu xingo, agora terei que lutar com a chuva também? Deus, o que é isso? Meu tornozelo lateja mas eu não posso fazer muita coisa, eu preciso escapar, eu olho em direção ao portão e quase grito de frustração. É longe! Muito distante da casa e tem guardas por toda a parta, tem guardas de costas e de frente para o portão principal, eu ando pelos arbustos, alguns guardas percebem movimentos mas com o meu silêncio eles voltam ao normal, eu aproveito que os que estão no meu caminho agora estão empenhados em uma conversa e corro um pouco, mas o destino não está do meu lado, eu tropeço no tornozelo machucado, lágrimas brilham na borda dos meus olhos mas eu não posso me permitir chorar, mas também vejo que é tarde demais quando eles começam a vasculhar, eu arrasto meu corpo pela relva e escondo em uma pedra grande, eu seguro meu tonozelo sentindo ele doer muito, merda..
— Rumia fugiu, pegem-na.— eu arregalo os olhos ao ouvir a voz de Berlingam! jogando minha cabeça para trás frustrada, eu forço meu pé e corro pela escuridão, eu achava que teria tempo até ele acordar, mas que merda.
A chuva cai batendo minhas costas e o frio me recebe arrepiando meus pelos, eu corro.
— Alí!— ouço uma voz estrondosa, a chuva cai mais forte molhando meu rosto e cabelos e eu corro não me importando para a direção, mãos grandes agarram meu corpo e eu me debato.— Peguei ela, chamem reforços.— o mesmo homem fala.
Mas eu consigo sacar a faca no bolso e dou com tudo em sua coxa, ele grita e me solta lutando para tirar a faca da sua perna, outro me sonda, eu atiro em seu braço e sua arma cai.
— Senhor Berlingam, ela está nos matando!— outro grita com medo de se aproximar, a chuva embaça minha visão.— Senhor dê ordem para atirar!— ele grita para a sombra de Berligam que caminha calmo em minha direção.
Estou cercada por cinco deles, minha arma mirando um de cada, Berlingam aparece nas sombras parecendo como novo, suas roupas encharcadas e cabelo caindo no rosto, ele veste seus trajes habituais e caminha triunfante, minha mão vacila, minha respiração corta e meu joelho lateja a água me bate, ele para a minha frente.
— Largue a arma Rumia.— ele diz mas eu seguro com força apontando para ele.
— Nunca.— digo agradecendo por minha voz estar firme.
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WHERE IS RUMIA?
Ficção GeralViciado era um eufemismo para o que eu senti quando meus olhos bateram naqueles cristais azuiz. Cora era um sonho, uma fraude, uma mentira distorcida que ela contou para si e levou os outros a afundarem no barco de mentiras. Mas ela era acima de tud...