Capítulo 15

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Eduardo

Fico olhando para essa mulher na minha frente, e fico pensando a onde está o pai dessa criança? Por que ela está sozinha? Por que ele não estava com ela? Eu, um estranho a ajudou, estive com ela em um momento que eu suponho ser o pior de sua vida.

Nenhuma mulher deveria passar por isso, perder um filho, eu fico olhando para ela agora, aqui na minha frente, e vejo o quanto ela é guerreira, acabou de perder o seu filho, o seu bem mais precioso, e mesmo assim está fazendo de tudo para se recuperar, e seguir em frente.

- Que foi? Está pensando na morte da bezerra? - Saio de meus pensamentos com sua voz risonha.

- Estou pensando que não sei seu nome, não sei nada sobre você, e é como se eu te conhecesse a anos, eu me sinto bem com você.

- Eu digo o mesmo, em pouco tempo você fez por mim, o que ninguém fez, me deu atenção, cuidou tão bem de mim, e fez isso em dias, e ele em anos não fez nada. - Ela diz bebendo um pouco do seu suco, e vejo que ela foi machucada por alguém, e o cara que fez isso é um babaca.

- Ele é um babaca, você é maravilhosa, se você fosse minha, eu jamais iria te deixar, ou te tratar menos do que você merece. - Digo sem pensar, e ela sorri.

- Bom, ainda da tempo, sabe, você pode me conquistar. Brincadeira, não leve a sério, eu as vezes falo de mais - Ela diz rindo.

- Considere feito, eu não acho que você fala de mais, eu gosto do seu jeito.

- Bom! Mas então, eu nem sei seu nome.

- Me chamo Eduardo Guerra, sou dono de um restaurante, eu cresci em um sítio, meus pais moram lá até hoje, eu e meus irmãos decidimos fazer faculdade e morar em Belo Horizonte. E você qual seu nome?

- Me chamo Mariana. Não tem nada de importante sobre eu.

- Porque veio para BH?

- Bom, minha mãe era daqui, então meu pai veio a trabalho para BH, eles se conheceram, e foi amor a primeira vista, eles se casaram e ficaram por aqui por um tempo, mas depois foram embora para Rio de Janeiro. Meus avós queriam que eles ficassem aqui, porém, meu pai havia sido demitido, então um irmão dele conseguiu uma vaga de emprego para ele no Rio. Então eles foram embora, e quando estavam no Rio, minha mãe descobriu que estava grávida de mim.

- Então seu pai veio a trabalho, e depois voltou para o Rio com sua mãe e lá a tiveram. Você é carioca então uai. Mas ainda assim, porque não ficou no Rio de Janeiro com seus pais?

- Meu pai morreu quando eu tinha doze anos. Ele trabalhava como segurança em uma fábrica, e em uma noite daquelas quatro homens entraram para roubar a fábrica, eles atiraram no meu pai, o no colega dele, ele paraplégico, mas o meu pai acabou falecendo.

- Eu sinto muito, não sabia, se soubesse eu não tinha tocado no assunto. - Digo segurando sua mão, e me sentindo mal por ter tocado nesse assunto.

- Está tudo bem Eduardo, não tinha como você saber. Bom, minha mãe faleceu quando eu estava no primeiro ano da faculdade, eu tinha apenas dezoito, ela morreu de câncer, e quando descobrimos já estava em estágio final.

- Eu sinto muito. Você é uma guerreira perder os pais tão nova, e passar por tudo o que passou ontem e ainda estar de pé. Mas e seus avós?

- Eles faleceram, eu recebi uma ligação, era o advogado deles, dizendo que eles tinha deixando a loja e a casa para mim. Eu amava os pão de queijo da minha avó, antes de meus pais morrerem, eles sempre vinham visitar meus avós, depois que meu pai se foi, não vínhamos mais. Então, depois de uns acontecimentos na minha vida no Rio, eu decidir vir para cá, morar aqui com o meu bebê, de primeira pensei em vender a loja quando chegasse aqui, porém desisti, eu amo a loja é como se meus avós estivessem lá, então, eu decidi dar continuidade no negócio.

Trilogia Irmãos Guerra - Liberte-seOnde histórias criam vida. Descubra agora