Capítulo 18

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Mariana

Sabe quando você se sente sozinha, deprimida, com vontade de chorar, mas por mais que chore não sai mais lágrimas, é como, se elas tivessem, se, secado.

Perder alguém que ama é tão dolorido, mas a perda de um filho, essa não tem comparação, eu me senti a mulher mais feliz do mundo quando descobri que ia ser mãe, mesmo que não tivesse sido planejado, eu já o amava, eu já estava ansiosa esperando sua chegada.

Me senti sem chão quando descobri que meu bebê teve que partir antes mesmo de chegar. A dor é sufocante, minha alma dói, meu peito arde de tristeza. Mas sei que meu presentinho está em um lugar melhor, se Deus quis assim.

Amanda tem sido uma grande amiga aqui, ela é tão alegre, falante, e esse jeito dela tem me ajudado bastante. Ela está me ajudando a enfrentar tudo isso que estou vivendo.

Eduardo, bom, ele tem sido tão bom comigo, me sinto tão bem ao lado dele, que tudo que eu mais quero é somente me aconchegar em seus braços e ficar ali, sendo protegida por ele. Isso esta me assustando bastante, pois o que eu menos quero é me apaixonar por alguém, mas Eduardo com seu jeito travado vem derrubando minhas barreiras e me fazendo gostar dele como nunca, é um sentimento único, nem por meu ex eu senti isso.

Mas ele tem se afastado de mim, notei que ele já não vem mais aqui como antes, não me liga, nem nada. Isso me deixa triste, mas eu não posso ficar dependente dele, ele tem a vida dele, e eu tenho que tocar a minha. Mas a sua ausência me deixa triste.

Amanda diz que ele está bem, até pensei que ele poderia estar doente, mas segundo minha fiel amiga, ele está muito bem, e pergunta por mim, agora não entendo o por quê ele não me liga.

Pego minha bolsa, vou até o restaurante para o agradecer por tudo, por ter me ajudado tanto. Quem saiba assim descubro o motivo dele estar fugindo de mim.

Quando chego no restaurante Amanda vem ao meu encontro e me abraça.

— Que bom que veio, ele acabou de perguntar de você. — Ela diz e sorrio.

— Eu vim agradecer a ele por tudo. E quem saiba, saber o por quê de ter sumido assim.

— Vai lá, dá umas boas nele, e depois vamos almoçar juntas. — Ela diz rindo.

— Sabe que somos amigos.

— Podem até serem amigos, mas os sentimentos não são de amizades. — Quando vou falar ela me empurra em direção a sala dele. — Vai lá.

Não sei o que dizer, não sei nem se deveria estar aqui. Suspiro e bato na porta, coloco somente a cabeça pra dentro, sorrio sem graça ao ver um homem com ele.

— Oi, muito ocupado? — Digo sem jeito. O rapaz que está com ele, é muito bonito, mas ainda assim eu prefiro Eduardo. Devem ser irmãos, ou parentes, tem algumas semelhanças, talvez os olhos. Mas que essa sala está com dois homens bonitos, está.

— Não, entra. — Ele diz e olho dele para o homem ao seu lado. — Meu irmão Álvaro. — Ele diz e o rapaz se arruma me olhando.

— Prazer Álvaro, sou Mariana. Eu vou ser breve Eduardo, queria agradecer pela ajuda naqueles dias, foi muito difícil, mas teria sido pior sem seu apoio, eu queria te agradecer, obrigada .— Digo tudo de uma vez, talvez eu não tenha vindo em boa hora, então é bom ser breve.

— Não precisa agradecer. — Eduardo diz e noto o olhar do irmão dele, um olhar de deboche misturado com um olhar de safadeza. Mas finjo que não vi. — Está bem?

— Estou tentando voltar a vida. Vim agradecer, você sumiu e não te vi mais,  achei que não tinha agradecido o suficiente todo o apoio, mais uma vez obrigada e até.

Trilogia Irmãos Guerra - Liberte-seOnde histórias criam vida. Descubra agora