Capítulo 16

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Mariana

— Obrigada, eu ligo qualquer coisa. — Digo anotando seu número de telefone em meu celular, até porque eu posso perder esse papel, e então adeus número do Eduardo.

— Nada de esforço mocinha, você precisa descansar. — Ele diz saindo, e eu o acompanho até a porta. Digo que não irei me esforçar em nada, ele promete vir a noite para jantar comigo.

Quando ele sai, e fecho a porta, vou para o sofá, a vontade que eu tenho é de ir atrás dele e pedir para ficar aqui comigo, porém, eu preciso desse tempo só. Eu preciso colocar meus pensamentos no lugar, eu preciso ligar para Andréia, contar a ela que meu bebê não está mais comigo. E com esses pensamentos eu começo a chorar, choro de soluçar, coloco para fora todas as minhas dores através de minhas lágrimas.

— Por que Deus? Por que levou o meu bebê? Ele era tudo o que eu tinha. Será que depois de tudo que eu passei, eu não mereço ser feliz? Por que tirou o meu filho e mim? Por que me deixou sozinha mais uma vez? Eu não aguento, eu só quero o meu bebê, eu fiz tantos planos, comprei roupinhas, para no final o senhor tirar meu filho de mim. — Fico ali, conversando com Deus, e nem sei se ele está me ouvindo, mas eu só queria saber o porquê de levar meu bebê. Fico ali chorando agarrada as minhas pernas, eu queria que meus pais estivessem aqui, seria tudo tão mais fácil.

Não sei por quanto tempo fico ali chorando, repassando momentos de minha vida. Lembro do tempo perdido que eu tive com Pedro, me dediquei a ele, não tinha tempo para mim mesma, tudo em vão, tempo perdido, mas agora vou cuidar de mim. Me lembro de Eduardo, ele é tão atencioso, carinhoso, cuida de mim, fez coisas que Pedro jamais fez ou faria, eu gosto da presença dele, gosto de estar com ele, ele me faz sentir coisas que eu não sentia a muito tempo.

Liguei para Andreia e contei tudo a ela, contei que perdi meu bebê, e lá estávamos nós duas chorando. Queria muito que ela estivesse aqui, contei sobre Eduardo, ela me disse que eu tenho que seguir em frente, e que é para dar uma chance a ele. Foi bom ter ligado para ela, ter desabafado com ela, falei sobre Amanda, ela disse que é bom eu fazer amizades novas, porém se eu esquecer dela, ela me mata. Saio de meus pensamentos com a campainha tocando, quando abro a porta, dou de cara com Amanda, ela me abraça e eu choro de novo.

— Oi, entra. — Digo a ela, entramos e nos sentamos. — Não era para você estar no trabalho? - Pergunto a ela, que sorri.

— Então, meu chefe é o melhor do mundo, não precisa ficar com ciúmes, ele é como um irmão para mim. Ele chegou lá no restaurante, eu fui em direção a ele e perguntei de você, aí ela disse, Amanda você está de folga hoje, vai e fica com a Mari até eu chegar.

— Muito bom esse seu chefe. Aí você veio ficar comigo? — Pergunto a ela que sorri.

— Claro meu amor, eu que não ia dizer não. Vim mesmo, trabalho de mais naquele restaurante, então mereço um dia de folga. Mas me diz, está tudo bem? Eu irei entender se você não quiser falar sobre nada.

— Estou na medida do possível. Eu não sei se o Eduardo disse, mas eu perdi o meu bebê, meu bebê me deixou Amanda, ele foi embora. Eu não sei porquê Deus tirou o meu bebê de mim. — Digo chorando, ela me abraça, e ficamos as duas ali abraçadas e chorando.

— Olha, tudo que é para ser, vai ser. Se seu bebê se foi, era porquê tinha que ser assim, nada acontece sem a vontade de Deus. Deus sabe o que é melhor para nós, então não fica triste, Deus vai te dar a oportunidade de ter muitos filhos, e eu sei que não é fácil, mas você vai conseguir lidar com isso lá no frente, vai doer, porém não vai ser como está doendo agora. E sim eu sabia que você tinha perdido, o Eduardo me disse, aí ele falou, Amanda não conta que eu te contei, deixe ela falar para você. Não vai brigar com ele tá? Ele tá todo preocupado com você.

Trilogia Irmãos Guerra - Liberte-seOnde histórias criam vida. Descubra agora