Capítulo 45

138 31 5
                                    


Eduardo

Nunca na minha vida me imaginei em uma situação assim. Sempre fui um cara centrado, que preferia agir com a verdade. Mas eu simplesmente preferi ocultar tudo, preferi afastar ela de mim. Por medo de perder ela, preferi agir como um idiota.

— Você está horrível. — Álvaro aparece na frente. Desde quando eu dei autoridade pra ele entrar assim na minha casa.

— O quê faz aqui? Como entrou? — Pergunto a ela que revira os olhos.

— Eu entrei pela porta. — Ele diz. — Quem saiba se você tivesse fechado a porta. — Ele diz e lembro que estava tão mal, que nem me dei o trabalho de fechar a porta. — Eduardo, precisa sair dessa. Alguém mal intencionado poderia ter entrado aqui.

— Eu esqueci. Eu nem me reconheço. — Suspiro me sentando na cama. — Eu errei com ela, ela não vai querer me perdoar.

— Tem que falar com ela, explicar tudo, não pode fica do jeito que está. — Ele diz e suspiro. Como fazer ela me perdoar.

— Eu sei, mas às vezes que estive na casa dela, ela não me atendeu, ela não quer me ver. — Digo a ele. Mariana me odeia.

— Eduardo, ela está sofrendo. — Ele diz e meu peito dói só de pensar que eu sou a causa da sua dor. — Ela está mal, Cecília diz que ela não está bem, então não é só você que está sofrendo.

— Eu me odeio, eu sou o pior dos piores dos homens.

— Não é, você é um grande homem, é meu orgulho, minha inspiração. — Ele diz e fico sem saber o que falar. Não imaginava que meu irmão sentia orgulho de mim, não imaginava que meu irmão se inspirava em mim. — É meu irmão mais velho, vi meus irmãos partir pra seguir seus sonhos, vi de perto vocês dar vida aos seus sonhos, eu senti e sinto orgulho de vocês, eu me inspirava, desejava ser igual, ter a mesma coragem que vocês teve pra sair, ir pra um lugar desconhecido, sair de perto dos nossos pais pra poder construir o próprio império. — Ele diz e vejo o quando meu irmão cresceu. Está um homem formado, maduro. — Sendo o mais novo, sempre tive você, Augusto e nosso pai como meu herói, sempre quis ser igual, amo você é meu irmão, meu herói, e me dói ver você do jeito que está aí, jogado sem fazer nada.

— Álvaro, eu...— Tento falar, mas ele não deixa.

— Não Eduardo, você não é assim, levanta vai até a mulher que você ama, diz a ela seus medos, diz o quanto você a ama, diz que quer ela pra sempre. Se vira, só sai desse buraco, e tira ela do dela. — Ele diz e vejo que ele está bravo, Álvaro nem espera eu falar e se vai.

Fico parado pesando no que ele me disse. Não quero desapontar meu irmão, não quero que ele me vê como um fraco, covarde. Quero e vou ter a mulher que eu amo ao meu lado, iremos construir nossa família, irei fazer dela a mulher mais feliz desse mundo.

Me arrumo pra ir até a sua casa, preciso que ela me ouça. Deus me ajude, ela deve me odiar muito, e com certeza não quer me ver. Mas preciso que ela me ouça. Nem que eu tenha que acampar na porta da casa dela.

Assim que chego na casa dela, toco a campainha, mas nada. Quando toco pela terceira vez ela sai. Seus olhos estão inchados, tem olheiras. Eu sou um bastardo por ter deixado ela assim.

— Eduardo. — Ela diz e fico a olhando, senti tanta saudade dela, saudades de ouvir sua voz.

— Mari. — Digo seu nome. Ela fica me encarando e tento procurar as palavras certas pra dizer a ela.

— O quê faz aqui?

— Eu quero falar com você. — Digo suspirando. Queria mandar tudo a merda e abraçar ela dizendo que a amo. Mas precisamos conversar, acertar tudo. — Preciso que me ouça.

— Tudo bem. Entra. — Ela diz me dando espaço pra entrar. Ela está diferente, está calma de mais e parece que aconteceu algo além. — Diga Eduardo, sou toda ouvidos.

— Eu quero pedir que me perdoe, sei que errei com você deveria ter sido sincero. — Digo a ela. Ela fica calada me olhando, sem nenhuma expressão.

— Por que não me disse nada, porque não me contou que era meus avós que estavam no dia do acidente. — Ela pergunta e seus olhos ficam cheios de lágrimas, quero tanto poder abraçar ela, mas sei que ela me negará.

— Eu tive medo, eu não queria te perder. E quando descobri na casa dos meus pais que seus avós eram os mesmo que estavam no acidente aquele dia. — Digo a ela. Não queria que as coisas estivessem assim. — Eu  me culpo por causa daquele dia, eu me apaixonei por você, e o medo de te perder foi maior, eu não conseguia me ver sem você, e fiquei apavorado acabei me afastando de você.

— Deveria ter me contado naquele dia. — Ela diz limpando as lágrimas. — Sabe que eu não o culpo, não sei porque você se culpa, sabe que não teve culpa alguma no acidente, meu avô teve um infarto e acabou batendo o carro e morreu, minha avó não resistiu aos ferimentos, não foi sua culpa.

— Eu não deveria ter olhado pro celular.

— Eduardo não foi sua culpa, eu não te culpo, jamais farei isso. Não deveria ficar se culpando.

— Me perdoa, eu não sabia o que fazer, eu amo você, não queria te perder e fiz tudo errado, e olha no que deu, acabei perdendo você. — Digo segurando suas mãos. Senti tanta falta dela. Eu disse que a amo, espero que ela me perdoa.

— Seu erro foi ter me ignorado, ter me afastado de você. Foi não ter me contado.

— Eu tive medo Mariana.

— Medo? Sabe o quanto eu sofri com sua ausência, com suas atitudes Eduardo? — Ela pergunta se levantando. — Eu fiquei me questionando se eu não era o suficiente, se eu era tão ruim assim pra você não me procurar mais, se eu não valia a pena, se eu não passava de mais uma foda pra você.

— Jamais, nunca nessa vida pensa mais uma coisa dessa. — Digo segurando em seus ombros. — Eu amo você, do jeito que você é, me conquistou, amo você. Eu tive medo, nunca amei alguém assim, e acabei agindo errado, te peço perdão por ter sido um idiota com você. Mas quero que saiba que irei fazer de tudo pra que você me perdoa e me de uma nova chance.

— Eu fiquei com medo, sua indiferença me machucou. Me achei inútil.

— Nunca, é perfeita pra mim. Jamais irei te deixar novamente. Me de outra chance? — Beijo seus lábios de leve, ela não corresponde mas também não me afasta. — Amo você Mariana.

— Eu preciso pensar, me de um tempo. — Ela diz e minha vontade é de arrastar ela até um cartório e casar com ela e nunca mais sair de perto dela. Mas eu errei, então darei o tempo que ela quer.

— Tudo bem, terá o tempo que precisar. — Digo limpando as lágrimas de seu rosto. — Eu amo você, não irei desistir.

Saio da casa dela com um propósito, irei fazer dela a minha mulher, de papel passado e tudo, nem que eu tenha que implorar, mas eu jamais irei deixar ela. Eu amo Mariana, não vou desistir dela.

Trilogia Irmãos Guerra - Liberte-seOnde histórias criam vida. Descubra agora