Capitulo 17

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Eduardo

Duas semanas se passaram desde o dia em que corri para o hospital com Mari sangrando. Foi apavorante aquele momento. Senti inúmeras coisas.

Ela me causa isso, basta que fiquemos no mesmo local e perco a fala, a audição, só consigo pensar nela e toda sua força e coragem. Admiro Mariana, embora ela não se abra muito eu sei que já possou por muito sofrimento e ainda assim está de pé.

Eu fico zonzo com ela ao lado, seu cheiro me encanta, a forma como sorri e coloca o cabelo atrás da orelha, mesmo seus sorrisos não sendo completo, mesmo tendo alguma dor, é lindo ver seus lábios se curvando num sorriso.

Meu coração se acelera tanto quando ela está perto, não entendo como em tão pouco tempo eu já reajo dessa forma a ela. Isso me confunde. Eu não queria me envolver com ninguém, não queria ter que me preocupar com alguém, porém foi instintivo desde aquele dia na praça onde ela disse que estava grávida, ali eu comecei me preocupar, comecei pensar nela, aquele dia em que ela passou mal e teve o aborto eu só conseguia me preocupar.

Todos os dias eu acordo e meu primeiro pensamento é ela, ao me deitar meu último pensamento é dela, durante o dia pergunto umas quinhentas vezes dela para Amanda.

Por três dias seguidos eu fui a casa dela, jantava com ela e ficávamos até tarde conversando. Porém comecei a ficar confuso demais com meus sentimentos e fugi, não sou homem de correr assim, não entendi e não entendo porquê faço isso, mas ela me confunde tanto, isso me assusta um pouco, tinha minhas convicções e certezas e elas foram todas por água abaixo por causa dela.

Vejo Amanda passar no corredor e a chamo, ela entra na sala fazendo uma careta, ela sabe sobre o que vou perguntar.

— Como ela está?

— Eduardo me perguntou isso a exatos 30 minutos, não deu nem tempo de eu mandar uma nova mensagem a ela, e também não é como se em 30 minutos pudesse ocorrer algo para que se preocupe. E outra por que você não manda mensagem perguntando? Ela sente sua falta, nunca mais ligou, porquê disso? Adianta de algo não ligar, mas ficar me perguntando de minuto em minuto?

Amanda joga tudo pra fora de uma vez e sorrio, admiro a coragem dela, ou a falta de senso mesmo, ela saí falando as coisas e nem se dá conta, se fosse qualquer outra pessoa aqui, não gostaria nem um pouco de levar esse "sermão" dela, mas eu não ligo e sei que ela está certa. Vejo ela arregalar os olhos e levar as mãos a boca, em seguida ela fecha os olhos com força.

— Desculpa chefinho, eu me esqueço que tenho que manter o profissionalismo, isso é difícil, você também nem para me barrar, como vamos manter a relação de patrão e funcionária dessa forma? Sinto como se fosse meu amigo e pudesse sair falando essas coisas. Vai me demitir? Deve ser agora que perco o emprego, depois dessa só pode mesmo. Vai me pagar todos meus direitos? Não tenho nem um ano, nem férias vou pegar.

— Amanda, só para de falar por favor! Parece uma metralhadora.

— Desculpe.

— Está tudo bem. Eu não ligo, me divirto com sua falta de senso.

— Nossa que elogio hein. — Sorrio. Faço sinal para ela sair e ela gira sob os calcanhares e anda até a porta, ela se vira para mim novamente. — Não vai mesmo ligar para ela? Ela está magoada sabe? Era muito presente, um ótimo amigo e se afastou do nada, ela ficou sem entender, acha que fez algo.

— Ela não fez nada, o problema é comigo Amanda.

— Entendi, se revolve então e vai falar com ela. Mari realmente não está muito bem. — Ela resmunga e sai andando. Como assim? Ela sempre me disse que Mari estava bem na medida do possível e agora isso? Não entendi, quando vou me levantar para ir atrás de Amanda perguntar o que ela quis dizer Álvaro surge na sala.

Trilogia Irmãos Guerra - Liberte-seOnde histórias criam vida. Descubra agora