Capítulo 46

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Mariana

Não esperava que ele fosse me procurar novembro, a final das outras vezes eu me neguei a falar com ele. Mas ele veio, e meu coração só falta sair pra fora do peito ao ver ele.

Eduardo está abatido, sua feição é de cansado, triste. Mas foi ele que escolheu assim. Ouvir da boca dele que ele só fez isso por medo, me dá vontade de esbofetear a cara dele. Eu jamais iria sair do lado dele.

— Seu erro foi ter me ignorado, ter me afastado de você. Foi não ter me contado. —  Digo a ele que me olha triste. Quero tanto abraçar ele, dizer que está tudo bem.

— Eu tive medo Mariana. — Sei que não foi fácil pra ele, mas ele deveria ter confiado em mim.

— Medo? Sabe o quanto eu sofri com sua ausência, com suas atitudes Eduardo? — Me levanto. — Eu fiquei me questionando se eu não era o suficiente, se eu era tão ruim assim pra você não me procurar mais, se eu não valia a pena, se eu não passava de mais uma foda pra você. — O medo de ser insuficiente foi enorme, cheguei a pensar que meu ex tinha razão, que eu era sem graça, sem sal.

— Jamais, nunca nessa vida pensa mais uma coisa dessa. — Eduardo segura meus ombros. Quero dizer eu o amo, quero dizer que está tudo bem. — Eu amo você, do jeito que você é, me conquistou, amo você. Eu tive medo, nunca amei alguém assim, e acabei agindo errado, te peço perdão por ter sido um idiota com você. Mas quero que saiba que irei fazer de tudo pra que você me perdoa e me de uma nova chance.

— Eu fiquei com medo, sua indiferença me machucou. Me achei inútil. — Digo a ele. Meu coração está sambando dentro do peito ao ouvir ele dizer que me ama. Ele me ama, eu também o amo, quero dizer mas não vai ser agora.

— Nunca, é perfeita pra mim. Jamais irei te deixar novamente. Me de outra chance? — Ele me beija, quero retribuir mas estou brava com ele, mas não me afasto. — Amo você Mariana. — Ele diz e meu coração amolece.

— Eu preciso pensar, me de um tempo. — Digo a ele que me olha me analisando. Quero dizer que vamos ter um bebê, quero dizer que quero tudo com ele. Mas não sei se é o momento certo pra isso, talvez ele não queira um filho agora.

— Tudo bem, terá o tempo que precisar. — Ele diz limpando as lágrimas do meu rosto, deve ser por causa da gravidez que estou chorona. — Eu amo você, não irei desistir. — Eduardo diz e se vai. Fico parada na sala pensando em tudo que ele me disse.

— Calma Mariana, vai ficar tudo bem. — Digo a mim mesmo. — Você vai respirar e pensar em uma forma de dizer a ele que está grávida, que o ama e perdoa ele por ter sido um idiota.

Ouço a campainha tocar novamente. Será que é Eduardo. Corro pra abrir a porta e vejo minha amiga ali, com as crianças.

— Andréia? Meu Deus. — Abraço ela. Ela sorri e me aperta. Beijo as crianças. — Estava com tanta saudade.

— Nós também Mari. — Puxo ela e as crianças pra dentro. — Sua casa é linda, na verdade essa cidade é linda.

— Sim, eu amo de mais aqui. — Digo sorrindo. Estou tão feliz em ter eles aqui. Eu tinha dado meu endereço pra ela, dizendo que esperaria ela aqui um dia.

— Espero que não seja um problema pra você a gente está aqui. — Ela diz e sorrio.

— Isso nunca, são bem vindos aqui. São minha família também. — Digo sorrindo. — E você meu amor, estava com saudade da tia?

— Eu tava bastante. Minha irmã também. — Ele diz sorrindo. — Estou com fome.

— A tia vai preparar umas coisas bem gostosa pra vocês.

Vou pra cozinha com Andréia e as crianças. Sei que algo não está certo com ela. Ela jamais viajaria assim do nada sozinha com as crianças. Mas irei perguntar longe das crianças.

A tarde com eles foi tão divertida, que esqueci um pouco dos meu problemas. Ajudo ela a colocar as crianças na cama e vamos juntas pra sala.

— Quer conversar? — Pergunto abraçando ela.

— Tudo está tão ruim. — Ela diz em um suspiro cansada. — A gente brigou, Lucas não me entende. A mãe dele como sempre. — Andreia e a mãe de Lucas não se dão bem, o pai dele é um amor, mas a mãe ela é chata, gosta de interferi em tudo, e como Lucas é filho único, acha que a mãe é uma santa.

— O que ela fez dessa vez?

— Acredita que ela chegou do nada em casa, disse que veio passar um tempo com a gente, não avisou nada. — Ela diz brava. Deve ser horrível. — Aí com duas semanas em casa, ela não ajudava em nada, absolutamente em nada, e ainda queria corrigir meus filhos, dizendo que eu não sei educar eles. Onde já se viu Mari.

— Isso não é verdade, você é a melhor mãe do mundo. — Digo abraçando ela. Essa sogra dela é um cão. Sebosa.

— Eu sei, falei com Lucas, mas ele disse que era pra deixar pra lá. — Ela diz suspirando. Eu vou capar o Lucas. — Mas o pior de tudo é que ela disse pra ele que eu ficava o dia inteiro dentro de casa e não fazia nada, que ela cuidava da casa e das crianças. Disse que eu maltratava ela. Eu nunca fiz isso, sempre suportei ela por ele.

— Eu não acredito nisso, e ele? O que ele fez?

— Simplesmente disse que não ia aceitar eu maltratar a mãe dele, que eu deveria ajudar ela. — Diz chorando. Como eu odeio essa velha. — Eu briguei disse que não queria ela na minha casa, ela fez um show dizendo que eu colocava as crianças contra ela, e queria por o filho contra a própria mãe.

— Que sebosa, e o filho da mãe do Lucas não fez nada?

— Ele disse que se eu negasse o direito dela ver e ficar com os netos, ele seria obrigado tomar certas providências. — Ela chora e isso me dói ver minha amiga assim. — Eu fiquei com medo dele tirar meus filhos, eu amo ele, foi meu primeiro amor, meu primeiro em tudo, sabe, éramos tão felizes, ele sempre carinhoso, você conhece ele. Mas só foi ela chegar e tudo mudou.

Eu sei como ele é. Sempre carinhoso com ela e as crianças. Todos os dias trazia um flor pra ela, sempre dizendo que amava ela. Mas dessa vez a mãe dele foi longe de mais.

— Quer que eu mate ele? Tenho alguém que ajuda esconder o corpo. — Digo a ela que sorri.

— Ele deixa comigo, agora aquela velha sebosa pode enfiar na soda. — Ela diz e sorrio.

— Vai ficar tudo bem. Ele não vai tirar as crianças de você, eu mato ele antes disso.

— Desculpa ficar aqui falando dos meus problemas. — Ela diz limpando as lágrimas. — Como está aqui? E o namorado gato?

— A gente meio que não estamos juntos. — Digo em um suspiro. Conto pra ela toda a história.

— Nossa Mari, eu estou com dó dele, mas também com raiva, ele deveria ter falado pra você não agido dessa forma.

— Sim, e tem mais uma coisa. — Digo me arrumando no sofá.

— O quê? Esta me deixando nervosa. — Andreia é muito curiosa, fica nervosa. — Anda Mariana. — Começo a rir da sua cara.

— Eu estou grávida. — Ela primeiro me olha chocada sem acreditar, mas logo um sorriso enorme aparece. Se ela continuar a rir assim vai rasgar a boca.

— Não acredito? Sério? Estou tão feliz por você Mari. — Ela chora e me abraça. — Deus, como eu pedi tanto pra que você fosse feliz e tivesse a chance te ter seu bebê de novo.

— Eu estou tão feliz.

— Eu mais ainda. Você merece toda a felicidade do mundo. — E ele sabe do bebê?

— Não, ainda não. — Digo a ela que sorri. — Eu vou contar, mas quero esperar um pouquinho, fazer uma surpresa quem saiba, e dizer que eu o amo também.

— Eu te ajudo se precisar. Estou feliz, te amo sabe disso. — Ela diz me abraçando. É tão bom ter ela aqui. Agora só espero que Lucas vê o quão idiota ele foi e corra atrás do prejuízo.

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