Capítulo 34

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Mariana

— Hey, está tudo bem. Olha pra mim. — Ouvir sua voz, saber que ele está aqui me acalma.  — Respira fundo. — Limpo minhas lágrimas e respiro fundo. Não queria chorar.

— Ok, eu estou melhor. — Digo mais para mim mesmo. — Obrigada.

— Agora, que tal me contar o que aconteceu? — Ele diz e aceito, preciso contar a ele, preciso me desabafar e confio em Eduardo.

— O meu ex me ligou, Pedro. — Digo a ele e sorrio, um sorriso triste por ter sido tão trouxa. — Ele é o pai do meu bebê, a gente namorava a muito tempo, eu sempre sonhei com uma família. Eu fui percebendo que ele já não era mais o mesmo de antes, estava cada vez mais distante, mais frio. Achei que eu era a culpada por meu relacionamento não está as mil maravilhas.

— Você não era culpada, ele teria que ajudar também, era um relacionamento a dois e não á um. — Ele diz e sorrio, Eduardo é tão maravilhoso comigo.

— Relacionamento a dois? Era um relacionamento a três, quatro ou até mais. — Digo a ele e vejo que a ficha caiu pra ele que eu era traída. — Mas aí eu descobri que estava grávida, contei a ele e vi que ele não ficou feliz com a notícia. Eu fiquei feliz, achei que com a chegada de um bebê ele voltaria ao normal, ele seria mais presente e que finalmente teríamos a nossa família. — Eu fui muito boba em pensar que com a chegada do meu bebê Pedro seria presente, eu fui muito idiota em pensar que ele me amava e que amaria meu bebê.

— Como ele não pode ficar feliz em saber que ia ser pai? Que tipo de homem ele é? — Ele pergunta e suspiro. Pedro é covarde, ele não passa de um ser mal amado. Ele não é um homem de verdade.

— Eu fiquei na minha, até que um dia eu cheguei do trabalho e ouvi barulho no quarto, nunca na minha vida imaginei que veria uma cena daquela. Pedro estava na cama com a minha melhor amiga, amiga nada, porque amigos não traem. Eu fiquei brava, chateada, magoada, não sei explicar o que senti. Eu briguei com eles, sai e fui embora.

— Então decidiu se mudar pra cá. — Ele pergunta e afirmo.

— Sim, aproveitei a chance. Meus avós morreram e deixaram a casa e uma lojinha pra mim, como herança. Então decidi vir embora pra cá. — Quero chorar de novo, pela perda dos meus avós, pela perda do meu filho, por meus pais, por tudo.

— Ele te ligou? Veio aqui? — Ele pergunta e me lembro do que Pedro me disse. Das traições de tudo que ele me disse que me magoou. — Sabe que é só me dizer que sim, que eu irei atrás dele irei dar uma surra nele, se possível eu mato ele por te fazer chorar. Eu odeio esse cara.

— Eu não queria me sentir afetada pelo que ele me disse, eu queria ser forte. — Digo chorando. Eu quero parar de chorar, não estou chorando por ele, mas por ter sido tão idiota.

— Não quero que chore.

— Eu também não quero.

— Ele é um canalha, e essa mulher é outra igual a ele. Como ela pode fazer isso com você, como eles pode ter feito isso com você. — Ele diz bravo. Sorrio pelo seu jeito.

— Ele disse que tem direitos sobre meu filho, que sou uma vadia carente. — Digo a ele, e dói falar o que ele me disse.

— Se o bebê estivesse vivo, e ele aparecesse eu juro que matava ele, ele não é e nunca vai ser pai dessa criança. — Ele segura meu rosto em suas mãos. — Eu seria o pai dele ou dela, eu iria amar, cuidar, proteger, eu seria o pai. Ele não seria nem lembrado. — Ouvir ele dizer isso mexe tanto comigo, me faz ficar cada vez mais apaixonada por ele. Eduardo sem dúvidas é homem que toda mulher sonha.

— Eu tenho certeza que meu bebê iria amar ter você como pai. — Acaricio seu rosto. — Eduardo?

— Sim

— Você me acha antiquada? Sabe, acha que sou estranha, que não sou como as outras mulheres?

— Como assim?

— Pedro disse que eu era antiquada, que era morna, que eu não dava a ele o que ele queria, que por isso ele buscava nas outras o que não achava em mim. — Anos sendo traída, fui tão boba, fiz tanto por ele, por Vivian.

— Realmente você não deu a ele o que ele merecia. — Ele diz e fico sem saber o que dizer. Então eu sou sem graça.

— Não?

— Não, ele merecia o desprezo, ele merecia definhar sozinho, e você só deu amor a ele, você foi companheira, você foi incrível pra alguém que só soube te trazer dor. — Ele sorri pra mim, esse sorriso me deixa sem sono por dias. — Você é incrível Mariana, você é o sonho de todo homem que sabe dar valor em uma mulher.

— Sou? Não me acha sem graça?

— Você é atraente, muito charmosa, é linda por dentro e por fora, é incrível. Eu fico louco cada vez que te vejo sorrir. — Ele diz sorrindo. Meu coração dispara ao ouvir isso. Ele me acha tudo isso.

— Você acha mesmo? Não está dizendo isso por ser meu amigo?

— Estou sendo sincero. E a última coisa que quero nessa vida é ser seu amigo, estou dizendo isso como um homem, como o homem que perde noites de sono imaginando ter você ao lado, noites imaginando beijar seus lábios, sentir sua pele contra a minha. Estou dizendo como um homem que te deseja ardentemente. — Eu estou em choque com tudo que ele disse. Ele sente o mesmo que eu, ele me deseja assim como eu o desejo, então não estou nessa sozinha.

— Se sente atraído por mim? Me deseja? — Posso estar parecendo uma idiota por perguntar isso a ele sendo que ele acabou de dizer, mas eu também acabei de ouvir coisas horríveis de mim, e isso mexe com minha auto estima.

— Sim, e nesse exato momento eu quero te beijar, mas não irei fazer isso sem que você queira. — Sem pensar eu o beijo. Ele corresponde, é uma mistura de desejo, carinho e tudo em um beijo só.

Eduardo me puxa pra mais perto, sua boca é perfeita, se encaixa perfeitamente na minha. Como se fossemos feitos um para o outro. O beijo dele tem algo diferente, tem sabor de casa, de amor. Nunca fui beijada como estou sendo agora por ele.

Me entrego ao nosso beijo, me deixo levar pela sensação de ter sua boca, sua língua e a minha em uma dança sensual, em uma luta prazerosa. Sua mão correndo sem pressa por minhas costa, a sensação ter ter seus dedos acariciando meu rosto. A sensação de receber carinho é maravilhosa.

— Eu sinto algo aqui dentro por você, não sei explicar o que é, mas é grande e forte. — Ele diz se separando e sorri me dando um selinho. — Eu sinto algo por você, e eu nunca senti isso por ninguém.

— Eu também estou confusa, não sei o que é, mas eu não quero que acabe. — Digo acariciando seu rosto. Ele beija a palma da minha mão e sorrio do seu gesto. — Nem pelo meu ex eu senti o que sinto por você.

— Você é maravilhosa, ele não te merece. Eu quero tentar, eu quero você. Mas eu não quero que se sinta pressionada. — Ele diz e fico esperando ele terminar de falar. — Você aceita, de irmos nos conhecendo mais, quer tentar?

— Mas aí nenhum de nós pode se envolver com outra pessoa. — Digo mas me arrependo. — Eu sei que você não faria o que ele fez, mas eu tenho medo. Me entende?

— Eu sei, eu não irei ficar com outra pessoa,  serei somente seu.

— Eu serei somente sua. — Digo e ele sorri me puxando. Estou amando ser beijada por ele. — Ficarei viciada nos seus beijos.

— Essa é a ideia. — Ele diz sorrindo. Eu quero que dê certo, quero que sejamos um do outro, pra vida toda. Começo acreditar que talvez Eduardo seja meu par, mas isso só o tempo irá dizer.

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